spoiler visualizarIsa Farias 10/01/2022
Outros tipos de paixões.
Que livro incrivel, Jojo!
Bem escrito, comovente, realista (com as devidas ressalvas), envolvente.
Tem cenas tão divertidas que você se pega pensando se está no mesmo livro, algumas também surreais, de como aquilo é coveniente, mas a gente releva para se manter dentro da história.
Sobretudo é um livro sobre Paixão. Paixão de uma garota por um cavalo, de um senhor por uma vida ideal e tão distante que nunca teve, de uma pessoa por seu trabalho, sobre desejos que a pessoa nem sabia que desejava ainda. E sobre essa paixão virando amor.
O que me cativou sobre o livro é que o foco dele é sobre paixão não no sentido romântico da palavra. Quem lê Jojo espera isso, um romance romântico. Mas eu sei que nem sempre é assim, por isso investi nesse, ao ver o livro. Ela escreve muito bem sobre as paixões da alma, e num inicio de ano, é esse tipo de paixão que você quer reavivar. Sobre a paixão de Will pela vida, em Como era eu antes de você; sobre a paixão de Tanzie por matemática, em Um mais um; e agora a paixão de Sarah por equitação, em Nada mais a perder.
Não só sobre paixão por equitação trabalha esse livro, longe disso. Está sim muito presente, pois a vida de Sarah gira em torno disso. Mas depois gira em buscar algo, qualquer coisa que possa lhe devolver algum sentimento depois de tudo que lhe foi tirado, tomado.
Sarah, você realmente é uma Amazona, acho que nenhuma criança deveria passar tudo por qual você passou, da forma que você passou. A gente só pode admirar o resultado final, por no momento decisivo ela ter mantido sua essencia em meio a tanta desgraça e coisa ruim.
~bem, vai ter *spoilers*~
Nada mais a perder, realmente. Eu senti o titulo do livro num momento especifico perto do final, quando Sarah já não tinha lar, poder de escolha sobre sua vida, alguém que acreditasse nela, cavalo e sem saber ainda, seu vô. Ela não tinha ainda a Tash, ou o Mac, eles ainda não estavam naquele lugar de pertencimento a garotinha. Acho que ela nunca esteve tão só quanto naquele momento que caiu naquela maldita vala no meio da França. O pior do livro pode ser o momento do "Non", mas ali Tash e Mac já tinham noção que pertenciam a Sarah, mesmo sem saber que pertenciam um ao outro novamente.
Tash e Mac também desenpenham um grande papel nesse livro, a forma como eles são no seu individual, mas em relação a Sarah. No inicio sem saber como entraram naquela situação, até quando perceberam que Sarah já era sua filha, mesmo sem eles saberem se conseguiriam superar as dificuldades após o inicio do divórcio conturbado, e por fim ficarem juntos (por essa você esperava, mas depois desacreditava na possibilidade).
Natasha é uma mulher admiravel, não só pelo seu trabalho de advogada, mas por ter conseguido amadurecer. No inicio não gostei muito dela, muito fechada e distante. Mas bastou uma peregrinação da Inglaterra até a França atrás de uma menina de 14 anos com um cavalo em busca de Deus sabe o que para fazer ela ser sincera. Até que foi fácil. Quando ela quebra, ah, todos eles quebram no livro, é espetacular, acho que foi uma barreira rompendo, mas ela merecia quebrar. Não no sentido ruim, ela passou por muita coisa, muita dor e desilusão, mas quebrar permitiu que ela finalmente absorvesse isso e buscasse uma forma de paz.
Personagens bem construídos, história inacreditavel. Esse livro entrega tudo. Um dos melhores da autora até agora.
Prepara o lencinho antes de ler, e reserva tempo, quando chega no meio da história você quer ir até o final direto.
PS: Baseado em uma história de uma garotinha que não teve mesma sorte de Sarah. E isso acaba mais ainda com você.