Dani 31/08/2021
Nada Mais a Perder
Os personagens principais, são cinco: Natasha Macauley, Sarah Lachapelli, Boo, Henri Lachapelli e Mac.
A história se passa na Inglaterra com uma parte situada na França.
Enredo: Um casal em separação que precisa conviver juntos, Natasha e Mac, quando eles se tornam responsáveis por uma adolescente e seu cavalo, e em como isto mudou a vida deles de ponta cabeça. Sarah Lachapelli e Boo se veem sozinhos no mundo depois de um acidente, e a adolescente reúne todas as forças que ela possui para conseguir realizar o seu objetivo de vida, entrar para o Le Cadre Noir, o grupo de cavaleiros e amazonas da famosa academia de hipismo da França
"Uma história de amor inspiradora."
Uma história que não revela que tipo de amor, mas logo se subentende a dimensão do significado desse verbo, pode ser: amor entre uma adolescente e o seu cavalo, amor de um cavalo para a sua dona, amor de uma advogada pelo seu trabalho, amor de um fotógrafo por sua carreira, amor de um avô para a sua neta, amor de ex casal, amor por um plano de vida, amor reprimido, amor redescoberto e amores de família.
Os caminhos dos personagens principais se cruzam de maneiras inesperadas e a reviravolta, é como desembrulhar um presente sem saber o emaranhado de problemas que estava oculto debaixo do pano, recheado de sentimentos, decisões, cobranças, ofícios e uma atmosfera adulta e madura com muito drama.
Me emocionou muito, algo que me surpreendeu pois no terceiro capítulo eu já estava escorrendo lágrimas, no entanto eu tenho algo que facilitou a conexão com o universo: sou apaixonada por cavalos. A história é construída com base em uma cultura de cavaleiros, amazonas, cavalos e hipismo, eu estava me sentindo em casa, porém deixo definido que para quem não é muito alienado a esse contexto possa achar tedioso.
O primeiro personagem que me encantou foi a Natasha, vi nela uma humanidade e um fardo que a sociedade lhe impunha mais do que aos outros, segundo foi o Boo, a Sarah na verdade só vim me apegar mais a ela lá para perto do final do livro.
O que eu achei muito lindo, foi o sinal que a Natasha recebeu que sua vida iria se cruzar com a da Sarah, quando ela vê a garota fazendo o cavalo empinar e mais tarde, quando ela encontra um pingente em forma de cavalo, que lhe foi dado por um garoto que ela resolveu o caso dele.
É uma história bem madura, trago uma chamada de responsabilidade, a respeito da sinalização de gatilhos, pois este livro tem uma cena de assédio físico que para muitas outras mulheres ou homens, pode trazer infelicidades à tona.
A autora mesclou bem as narrações, entre cenas com a Sarah e o Boo treinando, cenas da Natasha no tribunal, cenas do Mac no estúdio e cenas do Henri com o melhor amigo Cowboy John, não deixando ficar maçante.
Jojo Moyes, tem um histórico em escrever romances desenvolvidos e com questões racionais, como em Como Eu Era Antes de Você, Nada Mais a Perder foi o meu primeiro livro lido da autora e novamente, apenas li pois ele prometia uma história com cavalos e cumpriu muito bem, em trazer personagens humanizados e sociáveis junto desta realidade equina.
A escritora além de ser apaixonada por cavalos, também os possui e, portanto a harmonia, a experiência e a majestosidade que ela traz para cada presença, existência e vivência com cavalos, é pura derivação de amor e experiência própria.
Após finalizar o livro, fiquei com um sorriso de orelha deitada na cama, apenas curtindo a sensação de esperança, clichê que aquece o coração e deixa a gente sorrindo bobo.
Mesmo que eu tenha amado, preciso trazer uma observação não muito satisfatória: o livro ele é um pouco lento, levando um tempo maior até chegar ao ápice que permite a concentração focada e logo após este momento, novamente ele se torna devagar.