Tatyana Casarino 02/10/2019
Compaixão não é fraqueza, mas força e coragem.
O ser humano medroso é alguém que costuma ser mais "frio" nas relações humanas, mais "fechado" e geralmente tem pavor de experimentar as sensações, os sentimentos e os relacionamentos de modo mais espontâneo. Após a leitura de "Um coração sem medo", o ser humano nunca mais sentirá medo de abrir o coração.
Este é um livro que traz a compaixão como principal "âncora" de uma vida mais feliz e menos estressante (vamos combinar que o ser humano não pode mais se estressar tanto, não é?). O autor retira a compaixão do "pedestal" espiritual dos iluminados e transforma esse sentimento em uma realidade palpável dentro dos corações e das vidas dos humanos comuns. Sendo assim, a compaixão passa a ser a expressão de um desejo consciente e uma força ativa e curadora na vida das pessoas.
Observa-se que a compaixão não tem nada a ver com piedade nem com vitimismo. Vale salientar que a compaixão é uma força paradoxal entre ternura, perdão, confiança e coragem -- só lendo o livro para entender o real significado da compaixão e como esse sentimento traz consequências práticas e positivas em nossas vidas.
O livro foi escrito por um ex-monge tibetano, tradutor de Dalai Lama e Ph.D na Universidade de Cambridge e traz uma maravilhosa comunicação entre o setor intelectual de pesquisas acadêmicas, a meditação, a ciência moderna e as práticas contemplativas. Este é um livro excelente para todos aqueles que estão interessados em uma profunda transformação pessoal e espiritual.
Além disso, o livro sugere práticas de meditação, as quais envolvem exercícios de autocompaixão e compaixão, autocuidado e cuidado pelo outro. Apesar da inspiração budista, este é um livro que pode ser lido por qualquer pessoa de qualquer religião (incluindo aqueles que não possuem uma religião ou não creem em nada).
O livro traz meditações interessantes ao longo dos capítulos e algumas exercitam o nosso coração a sentir compaixão não somente por nós mesmos e pelas pessoas queridas, mas também pelas pessoas estranhas e difíceis de conviver.
A lição mais bela e sábia do livro é a seguinte: compaixão não é fraqueza, mas força e coragem.
Resenha de Tatyana Casarino.
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