A Noiva de Papelão

A Noiva de Papelão Flavio P. Oliveira




Resenhas - A Noiva de Papelão


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Joyce.Santana 17/12/2021

Verdade ou Fantasia?
Não confie nesse livro.

O narrador - que não direi o nome, pois só é revelado nas últimas páginas - sofre de esquizofrenia, em uma de suas idas ao psiquiatra ele sugere que o protagonista escreva suas memórias em um caderno.

Bom... à partir daí, você não sabe o que é memória, o que é real ou o que é fantasia.


É um quebra-cabeça complicado e poético. Você aprende que ele gosta de misto quente, mas sua mãe sempre esquecia de comprar presunto, "misto quente só com queijo não é misto."


Seu vô que contava histórias fantásticas (?).


Sua noiva de papelão... isso porque ela não aceitou seu pedido de casamento e ela foi até uma gráfica e pediu para reproduzir uma foto dela em papelão em tamanho real. Mas será que é real?


Sabe aquela história de thriller policial que você fica procurando nas entrelinhas alguma pista para descobrir quem matou? Aqui é para saber o que é verdade.


Complexo? Muito. Bom? Demais!


Como sempre, Flávio P. Oliveira vai fazer seu cérebro explodir de tanto trabalhar.
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*Si* 17/01/2017

A Noiva de Papelão poderia ser uma fábula poética, um trailer de suspense ou um lindo romance. Ou melhor ainda, tudo isso junto. Perdidos (ou achados) nas lembranças do protagonista, vamos conhecer a noiva feita em papelão de tamanho real para suprir a ausência daquela que lhe disse não. Na companhia dos amigos imaginários, nosso querido protagonista redescobre o amor nos braços de sua vizinha, dona de dois gatos siameses, O Caco e o Cuco. Divide com ela as lembranças das estórias contadas pelo avô sobre o sapo cor de rosa, alecrins e elefante branco; Seriam os amigos reais e a vizinha imaginária? Pouco importa a linha tênue que separa o real do inventado, afinal o que se inventa não passa a existir para o inventor? A escrita por vezes parece insana, mas nos conduz com muito cuidado por reflexões tão delicadas que esquecemos que é apenas uma estória. Tudo invencionice de uma mente genial, ou seria apenas a realidade de um ser humano de verdade que adora misto quente e coleciona saquinhos de ketchup? Não cabem respostas, o livro é um delicioso passeio acompanhado de personagens incríveis como o Sr. Goiabada, o marmota, o monstro, o tratador de borboletas, o verme da goiaba, o Cinderelo e outros tantos. Mais um que merece releitura e caneta marca texto. Bom demaissss!!!!
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Mandy Nunes 14/01/2017

Incrível!
Quando a saudade aperta no coração do nosso protagonista (não revelarei nome para manter a magia do livro), ele resolve criar a imagem em escala real da sua noiva, imprimindo-a em papelão. O que sabemos logo de início é que ele foi rejeitado pela mulher amada, pediu-a em casamento, mas recebeu um “não” como resposta. Com o decorrer da narrativa, alternando-se entre passado e presente, numa linha não tão cronológica assim, vamos descobrindo um pouco mais sobre nosso protagonista.


"Aprendo mais nos erros que nos acentos circunflexos, especialmente se em dia de comprimidos e remédios."


Entre uma mãe promotora sofrendo ameaças, uma irmã mais velha que o chama de pirralhinho e uma vizinha de sorriso enigmático e dona de gatos siameses, vivem também o sr. Goiabada, o marmota, o porco-espinho, eventualmente um dinossauro, o verme da goiaba, lembranças de um ex-padrasto bêbado vomitando em sua roupa de formando, o quarto escuro e tatuagem de borboletas, as histórias do avô sobre um elefante branco e alecrins, um sequestro… Mas um bom bocado disso é pura imaginação do personagem.


"Aplausos na televisão me incomodam — sou chato, rabugento e um tanto quanto igual aos demais no quesito chatice, rabugices e excentricidades. O marmota acompanha os aplausos e me irrita."

Quando a noiva de papelão não suprime mais seus anseios de carinho, ele começa a enxergar Manuela — a vizinha dos gatos siameses —, mas ainda assim se nega a se desfazer da imagem em escala real de Magnólia — a noiva de papelão —, que é, no entanto, o ponto central da história e a causadora de tudo. Impressa em escala real, o médico dos comprimidos aceita-a como forma de tratar os traumas, e lhe propôs uma tarefa, acreditando em uma cura: escrever a pior história de todas em seu caderno.

Dói ser silencioso em um mundo de gritaria (…).

Enquanto o autor nos conduz por fatos atemporais na história, numa narrativa peculiar e, diria, quase poética, os retalhos dessa incrível história vão se juntando para um incrível desfecho.


Considerações pessoais:

A Noiva de Papelão foi o terceiro livro que li do autor (anteriores: Talvez Nunca Mais um País e Uma Princesinha no País das Maravilhas), então quando me deparei com a escrita meio doida, meio poética já estava habituada. Flavio mantém seu estilo de escrita, surpreende e se supera com uma história incrível e com um desfecho inesperado. Uma das peculiaridades da história nem é somente a narrativa, mas o fato de sabermos o nome do protagonista somente na última página do livro. No entanto (comentei o mesmo sore TNMuP), a leitura é tão agradável, fácil, divertida, interessante e instigante que o nome do personagem (ou dos personagens, pois também não sabemos o nome de sua mãe, irmã…) parece trivial na história. É algo que não faz falta e você só dá conta do ocorrido exatamente na última página, quando, por fim, o autor nos revela o nome do protagonista.

A narrativa do autor, como já comentado, é meio doida, com fatos atemporais, parágrafos inseridos fora de contexto ou ordem cronológica dos acontecimentos, sentenças invertidas, pitadas de bom humor… O que não atrapalha de forma alguma a leitura. Na verdade, acho que o autor te força a ler com mais atenção para entender a história, e isso é um ponto positivo, pois, quando você lê mais devagar, com mais atenção, você aprecia melhor a história e a narrativa genial do autor. Além dessas doideiras todas, também gostei da narrativa em primeira pessoa, mas como se o protagonista estivesse contando sua história não para um leitor, mas para a noiva de papelão, para a Magnólia.



“Eu voltei do passeio, busquei Manuela na porta do colégio, andamos em algumas lojas atrás de borboletas, e você desapareceu… Você estava deitada em cima do guarda-roupa”.



Um romance que pra mim foi meio doido, muito fofo, completamente incrível e indicadíssimo!


site: http://somaisestecapitulo.wixsite.com/somaisestecapitulo
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Fernanda @condutaliteraria 25/07/2016

Maravilhoso!!
Todos têm amigos imaginários!

É difícil fazer uma resenha de "A Noiva de Papelão"; colocar no papel todo sentimento é complicado. Mas vamos lá!

Esse foi o segundo livro que li do Flavio e não me decepcionou, pelo contrário. quando li "Talvez Nunca Mais Um País" (resenha aqui) já me deparei com uma escrita bastante diferente e peculiar. Em "A Noiva de Papelão" o autor não só mantém esse estilo viciante, como se supera.

Sim, esse livro entrou para os meus favoritos!


"Eu queria levar a vida (ordinária) - sem restrições, medicações, senhores de perna amputada -, desenhando flores e potes de ouro no final do arco-íris, talvez gnomos, unicórnios, passarinhos e borboletas coloridas. Nem com remédio ou felicidade borbulhante."


Para começar, só saberemos o nome do nosso protagonista no final do livro! Peripécia do autor!

A história alterna presente e passado, onde nosso protagonista conversa com seu analista, e discorre sobre acontecimentos passados e o tempo presente, em uma tentativa de organizar suas ideias.


"Falar sozinho é conversar com a alma, traz alívio."


Conhecemos, então, pessoas que fazem parte da vida do protagonista, como sua mãe que é promotora e sua irmã. Temos ainda a vizinha, Manuela, a velha do 603, o avô contador de histórias, o Sr. Goiabada e tantos outros. Mas não se engane, alguns podem ser imaginários.

E ainda, a tão famosa Noiva de Papelão, Magnólia, e é em torno dela que nossa história segue. Um "não" pode doer. Uma imagem em escala natural, pode ser a solução para matar uma saudade e a necessidade desse alguém.


"Se eu estiver sem você, serei metade."


Com isso o doutor passa uma tarefa com a esperança da cura: escrever uma história, colocar no papel a pior história que já passou e assim tentar chegar a uma certeza.

Nesses devaneios do nosso protagonista, Flavio nos faz viajar em uma história diferente, um tanto "doida", não vou negar, e que te faz pensar. Quando achei que já sabia de tudo, o autor me surpreendeu.

A capa é muito bonita! A diagramação está perfeita, folhas amareladas e fonte confortável para leitura.

Enfim, uma história leve, uma leitura gostosa e desconcertante, um estilo diferente!

Não vou falar mais pra não entregar nada. Apenas... leiam "A Noiva de Papelão"!


"Há incertezas mesmo nas mais perfeita certeza."





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