Ana Lima 20/09/2016O Dia da Morte de Denton Little chegou em minhas mãos com uma proposta muito diferente da que eu imaginava para a história. O que, na minha cabeça, seria um YA sobre as aflições do último dia de vida de um adolescente, acabou sendo muito mais uma mistura de ficção científica, distopia e mistério, com só uma pitadinha de young adult.
Denton Little sabe exatamente o dia da sua morte. Não só ele, mas quase todas as pessoas (com exceção dos Não-Datados) sabem quanto tempo ainda lhes resta de vida. Isso porque o governo desenvolveu um sistema em que, através de uma série de testes e exames assim que um bebê vem ao mundo, é possível descobrir exatamente em qual dia, mês e ano um cidadão irá morrer.
Pode parecer estranho em um primeiro olhar, mas estranhas mesmo são consideradas as pessoas que não sabem em que dia vão morrer, não podendo assim planejar o restante de sua vida. Por sorte, Denton sabe que é uma das pessoas destinadas a morrer antes dos 21 anos, e através do livro vamos conhecer passo a passo do seu último dia de vida.
Porém, o dia já parece começar meio errado: seus planos de ter um dia tranquilo e sem grandes emoções são destruídos quando acorda pela manhã na casa de seu melhor amigo, Paolo. Isso não seria um problema... Caso ele não descobrisse que além de se embebedar na madrugada anterior, ele acabou dormindo com a Verônica, a irmã mais velha de Paolo, e terminado com sua namorada Taryn.
A agenda do dia é cheia - é tradição que, no dia anterior a sua morte, seja realizado um funeral onde todos os seus amigos e parentes comparecerão e discursarão sobre a pessoa incrível que você foi em vida, terminando com as palavras do próprio defunto e uma pequena comemoração. Depois disso começa a Vigília. A partir da meia noite do seu dia de morte, as pessoas mais próximas se reúnem a você em um local determinado e, a partir daí, só aguardam até que você morra.
Esse deveria ser o cronograma do dia da morte de Denton, mas por algum motivo o universo escolheu justamente esse dia pra agitar um pouquinho as coisas por ali. Além de precisar descobrir tudo o que a bebida apagou de sua mente na noite anterior, o adolescente ainda precisa lidar com o ex maluco da sua namorada, os segredos que seu pai e sua madrasta lhe esconderam durante a vida toda, o climão com Verônica, um policial pra lá de esquisito e uma mancha roxa que, em questão de horas, toma conta de todo o seu corpo.
Pode soar repetitivo, mas preciso ressaltar: esse livro não era nada do que eu esperava, mas eu amei! Me lembrou muito a construção de Selva de Gafanhotos, que também traz uma mistura de literatura jovem com ficção científica. A história me prendeu tanto, e a ansiedade para desvendar todos os pequenos mistérios que o autor me entregava a cada página era tanta que não conseguia desgrudar do livro, acabei lendo tudo em 1 dia. Foi um recorde pra mim.
Apesar de falar abertamente sobre a morte, o autor o faz com uma muita leveza, tornando a leitura ainda mais agradável (o que, mais uma vez, destruiu completamente e expectativa que eu tinha com relação ao livro, tornando a realidade ainda muito melhor).
Talvez isso soe como um spoiler, mas é uma informação muito importante. O livro terá uma continuação! E o gancho que essa história deixa para o próximo livro é tão instigante quanto a própria trama. Ou seja: não vejo a hora! Espero que a editora lance esse livro por aqui o quanto antes, porque até sonhar com a história de Denton já tá rolando por aqui.
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