Catrine Vieira 28/03/2017
Emocionante(lindooo) e reflexivo!
“O maior presente que podemos dar para alguém é o nosso tempo.”
O sonho de Claire Withley sempre foi ser reconhecida e lembrada por aquela que expôs toda sua fúria, alegria e tristeza através da arte. Porém, barreiras foram criadas entre ela e seu sonho em 2007, desde então, sua dedicação é direcionada à outra coisa que ela aprendeu a amar: a natação.
Claire é uma das melhores e mais queridas nadadoras da competição anual dos atletas de Nova Jersey, que iniciara em breve. A ansiedade está nas alturas, contudo, sua vida decide dar uma volta completa no dia do tão aguardado torneio, quando ela descobre ter uma doença degenerativa, que aos poucos iria paralisar todos os seus músculos, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Sim, aquela do Ice Bucket Challenge. A mesma do Stephen Hawking.
Seu tempo é limitado, e seus ponteiros andam mais rápido que nunca, mas seus sonhos ainda são muitos. Por isso, com a motivação de sua avó e a companhia de Lisa, sua melhor amiga, e de Alo, um – gato – estudante de psicologia que entrou em sua vida recentemente e que já faz de tudo para vê-la bem (Não profissionalmente falando... haha), ao invés de se entregar à ELA, Claire vai tentar fazer dos seu curto tempo que resta valer muito a pena.
“– Alo, até algum dia é um conceito muito relativo e longo… Que tal daqui a duas semanas?
– Sweet & Sun? Daqui a duas semanas? Ás seis? Eu pago… Topa?
– Pode Apostar – respondeu Claire.
– Até lá!
– Até lá! – Disse Claire a Alo.”
Antes Que o Tempo Acabe é um livro com intensa carga emocional, então preparem os lencinhos e o psicológico...
“Não importa quão tortuoso ou cheio de pedras seja o caminho. Se tiver algo que valha a pena lutar, nós andaremos por ele até o fim, mas para chegar lá precisamos ignorar todas as feridas e pôr em foco os nossos objetivos.”
Eu prefiro falar sobre os pontos negativos primeiro, assim ficaremos livres deles...
Dois pontos me incomodaram na leitura foram: a rapidez com que a história andou no início no livro e os erros ortográficos que encontrei.
Bem... É ótimo quando um livro anda bem desde o início, com profundidade e certa “realidade”. O que senti falta nesse, pois percebi que algumas coisas aconteceram rápido demais. Em alguns momentos, me peguei pensando: Poxa, sério? Mas já? Felizmente, com o decorrer das páginas, a história começa a entrar nos trilhos e tudo fica bem.
O segundo ponto me incomodou ainda mais do que o primeiro, pois logo nas primeiras páginas identifiquei muitos erros. Então, percebi que a editora fez um maravilhoso trabalho gráfico (que é visível mesmo na versão digital, que foi a que li), porém, parece que não deram qualquer atenção para a revisão. Não sou de criticar esse quesito, já que nem sou muito boa nisso e os erros que encontro geralmente são poucos. Só achei necessário ressaltar pois realmente chegaram a me incomodar.
Chegaaa! Agora a parte boa. :D
O livro é emocionante, encantador e bastante reflexivo. A todo momento o leitor é bombardeado com reflexões sobre a família, a verdadeira amizade, o amor e, claro, a vida e o tempo. Foi um livro que me fez rir, mas também chorar bastante. Me fez sentir raiva de alguns personagens ou atitudes, mas também me fez torcer muito por outros.
“O para sempre pode não estar tão longe de nossos mundos, basta encontrar aos olhos de seu amor verdadeiro.”
Os personagens criados pelo autor são bem marcantes, tanto a protagonista quanto os secundários. É admirável a força de vontade de Claire, que mantêm-se lá mesmo com seus músculos paralisando-se aos poucos.
“Acredito que se estou perto de partir, a morte não deve estar muito feliz porque eu me sinto feliz embora esteja com o rosto um tanto corado.”
Alo é puro amor, carinho, humor, gentileza e inteligência. Procurei por um ponto negativo, mas acabei desistindo sem conseguir encontrá-lo.
“– Meu tempo está acabando.
– Eu te farei feliz antes que o tempo acabe – Alo a beijou tempo o bastante para deixá-los sem ar.”
Entre outros personagens que não irei citar, para não tornar essa uma resenha insuportavelmente grande e maçante, a avó de Claire também é uma personagem memorável. Ela é aquela típica vovó com alma jovem e viva que vale a pena escutar cada pequeno conselho.
O romance da história acabou sofrendo com a rapidez do início, pois pareceu-me superficial, mas com o passar das páginas ele foi tornando profundidade e, antes que eu me desse conta, estava torcendo com todas as forças para a felicidade dos dois.
Esse é um livro que nos deixa refletindo sobre nossa própria vida. Nos colocando no lugar da própria protagonista e fazendo perguntas a nós mesmos. Sou feliz? Vivo bem a minha vida? Se fosse comigo, qual seria minha escolha, me entregar à doença ou viver meu tempo?
“Quando o amor age compactuando com a arte seus resultados são espetaculares e transformadores.”
O autor conseguir passar, por meio de suas palavras, lições que devemos carregar para sempre:
VIVER a vida, sem nos importar com a expectativa de vida que temos – sejam 100 anos, um ano ou um mês;
Ter consciência de que lamentar não melhoram as situações, já atitudes, têm grandes chances de aperfeiçoarem nosso presente e futuro;
Sonhar, lutar por nossos sonhos e destruir as barreiras que nos separa deles.
Pode parecer clichê. Na verdade, é mesmo! Ainda assim, é algo que devemos manter sempre como nossa meta aproveitar a vida. Todos nós temos limitações, a de Claire foi a ELA, a nossa pode ser a falta de recursos, oportunidades, ou mesmo a falta de tempo para fazer algo que gostamos. Entretanto, apesar dessas limitações, podemos – ou devemos ao menos tentar – correr atrás do que queremos ou sonhamos.
Afinal:
“Todas as telas permanecem em branco, até decidirmos colori-las.”
Indico o livro para os amantes de leituras reflexivas e romances e dramas. :)
site: http://estantemineira.blogspot.com/2017/03/resenha-antes-que-o-tempo-acabe-L-A-melo.html