Duda 29/02/2024
Comecei lendo o livro com muito receio, pois li "O menino do pijama listrado" muito nova, mais de 10 anos atrás e só agora consegui compreender o livro e suas problemáticas. Dessa forma, comecei este já pronta para criticar, afinal, é um dos benefícios da literatura, o pensamento crítico.
Mas, ao terminar, me deparei com diversos sentimentos e ideias sobre Pierrot (sim, Pierrot). Senti raiva, nojo, ódio, repulsa, mas também compreensão. Era apenas uma criança quando sua maior referência de pessoa começou a plantar ideias em sua cabeça, tornando-o uma pessoa podre, realmente detestável. Ao longo do livro várias vezes pensei coisas ruins sobre Pierrot, mas o final me fez perceber que ele era uma criança mal instruída, envenenada por ideais ilusórios e maldosos e, ele mesmo compreende isso, sem esquecer que teve papéis nas coisas horríveis que se suscederam.
[SPOILER]
Quando percebi no final que na verdade Anshel era o autor do livro ques estávamos lendo, achei muito digno, pois, de certa maneira, ele compreendeu o papel de se amigo no Reich e mesmo assim quis contar sua história, para que não seja esquecida. Devemos entender nossos papéis em situações que, depois de um tempo, percebemos que fomos os vilões.
Eu não perdoo nem esqueço a coisas que ele fez, mas o vendo após os acontecimentos, anos depois, consigo entender que a pessoa que ele era durante o período do Reich se foi, e ele não é mais Pieter e sim Pierrot.