Dias de abandono

Dias de abandono Elena Ferrante




Resenhas - Dias de Abandono


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goiabea 20/03/2024

Um soco no estômago
Essa foi minha primeira leitura no ano e sinto que foi muito arrebatadora de modo particular, esse foi o livro da Ferrante que mais cutucou lugares meus que muitas vezes eu gostaria de não ter mais contato.

Acompanhar a jornada da Leda por esses dias de abandono é de tirar o fôlego, me senti consumida pelos sentimentos dela. Não foi difícil ver que esse abandono do título não é relacionado ao ex-marido, mas sim dela mesma. A notícia da separação é uma espécie de gatilho que traz à tona muitas questões do relacionamento deles que vão além do fator amoroso. E enquanto a Leda se torna uma pessoa com péssimos hábitos e postura (no quesito social mesmo), pondo em cheque até o cuidado com os filhos, ela vai mergulhando cada vez mais nessas questões, como se relembrasse só a partir daquele momento tudo que ela abdicou pra estar naquela relação. E tudo isso daquele jeito extremamente cru e sem filtro que a Elena costuma descrever sentimentos e pensamentos.

Esse livro me fez pensar bastante sobre o """papel""" das mulheres na dinâmica de relacionamentos hetero-normativos. É muito bom mesmo.
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Amanda Aranttes 19/03/2024

Crua, verdadeira e sem rodeios.
Dias de abandono foi uma leitura difícil, não por ser maçante mas por ser tão verídica, tão crua, que faz com que sintamos exatamente tudo que Olga sentiu ao ser deixada.
Todas as responsabilidades, antes divididas, agora pertencem somente a ela. Casa, filhos, contas, emocional e um cachorro que ela nem queria. É de dar raiva a forma como o marido a abandonou simplesmente por se sentir ?perdido? e ainda mais pela forma como foi feita, cruel e sem sentimentos. O real significado da palavra foi sentido pela protagonista e passado ao leitor.
Elena tem uma escrita muito envolvente, não mede esforços para ser fiel ao que precisa ser dito.
Eu amei esse livro de uma maneira tão particular, senti vontade de abraçar Olga o tempo inteiro.


?Se me pareciam amáveis todos os sinais do passado que assimilei dele, agora que já não me pareciam amáveis, como poderia realmente arrancá-los de mim? Como poderia raspá-los do corpo, da mente, sem ter que descobrir que assim fazendo também arrancava fora a mim mesma??
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Flávia Menezes 15/03/2024

? QUE O PRA SEMPRE, SEMPRE ACABA. ?
?Dias de Abandono? é um romance que foi publicado em 2002, e com sua linguagem envolvente e provocante, traz a história de uma mulher que foi friamente abandonada pelo marido, nesta trama onde permeiam dor, raiva e uma certa dose de insanidade (temporária, assim se espera!).

Escrito por ninguém menos do que Elena Ferrante, essa escritora italiana cuja identidade até hoje permanece em pleno anonimato (mesmo com tantas especulações sobre prováveis nomes de escritores e editores italianos que poderiam ser os prováveis rostos por trás desse enigma), em 2014 veio à tona mais uma dessas indagações, quando Domenico Starnone publicou ?Laços?, um romance de trama similar, abordando o drama de uma esposa que recebe a comunicação fria e direta do marido, sobre a sua decisão de deixar a sua casa e o casamento de longos anos, para recomeçar a sua vida ao lado de uma mulher muito mais jovem.

Apesar de negar veemente estas afirmações de ser a verdadeira Elena Ferrante, o fato é que Starnone (que é escritor, roteirista e jornalista italiano), com seu romance, levantou ainda mais suspeitas sobre este mistério.

Tendo lido ambos os romances, preciso dizer que é inegável a semelhança entre as narrativas, porém, cada autor segue um caminho bem diferente, e é o que deixou bem interessante essa curiosidade de conhecer ambas as escritas, embora (muito particularmente) eu confesse ter gostado bem mais do livro do Starnone do que deste.

Mas não estou aqui para fazer comparativos entre uma escrita e outra, até porque o livro de Ferrante foi o primeiro a ser publicado, e seu brilhantismo é inegável, já que assim como Starnone poderia ter buscado sua inspiração nele, outras tramas também parecem ter sido inspiradas em ?Dias de Abandono?.

Como é o caso da série turca ?Iludida? (que é uma adaptação da série de televisão britânica ?Doctor Foster?), em que a protagonista é igualmente deixada pelo marido por uma mulher mais nova, e tem uma cena que até parece ter sido retirada do livro da Ferrante, onde a Dra. Asya mantem em sua cabeceira o romance de Tolstói, ?Anna Karenina? (ou Anna Kariênina, ou ainda Anna Karênina, dependendo da tradução), e até faz uma leitura de um trecho do livro em um dos episódios.

Mas seja ela chamada Olga (?Dias de Abandono?), Vanda (?Laços?), ou Dra. Asya Yilmaz (?Iludida?), a questão é que em cada uma dessas histórias o que temos é uma protagonista em um mergulho vertiginoso em seu abismo emocional particular, para o qual foram lançadas sem qualquer aviso prévio, no momento exato em que seus maridos comunicam uma nova paixão, algo muito diferente do esperado ?até que a morte nos separe? que um dia juraram na frente de tantas testemunhas importantes na vida do casal.

Trazendo o foco para este romance da Ferrante, preciso dizer que ela não poupa em nada o leitor de toda a angústia, frustração, dúvidas e raiva que são os elementos inevitáveis que compõem qualquer processo de rejeição e abandono.

De fato, Ferrante foi cirúrgica em mostrar esse estado excruciante e implacável que uma pessoa sofre após um rompimento (que dificilmente não será doloroso para ambas, ou uma das partes) de um vínculo afetivo entre casais, seja este fruto de um casamento, ou de qualquer relação em que tenha ocorrido um laço afetivo mais profundo.

A narrativa da Ferrante tem o seu foco na linguagem da personagem, onde através das suas ações e reações, vamos sentindo todo o impacto que a perda causa na vida de Olga, bem como a forma como ela vai lidando com as situações de uma vida na qual (assim como acontece conosco) ela não pode simplesmente pausar, e só reiniciar quando se sentir pronta para voltar à sua rotina e obrigações diárias.

Em um primeiro momento, o que observamos em Olga é o choque, quando ela descobre que os laços indissolúveis do casamento não eram tão indissolúveis assim, e uma série interminável de questionamentos começam a invadir a sua mente.

Por que ele me deixou? Será que ele não me acha mais bonita? Será que eu deixei de ser atraente? Ou não sou mais suficiente? Será que não o faço mais feliz? Mas por que ela é mais interessante do que eu? Ela é mais bonita? É por ser mais jovem? Ou o faz mais feliz do que eu? Mas quando foi que eu deixei de fazê-lo feliz? Onde foi que eu falhei? Onde está a minha culpa?

Mas... será que existem de fato culpados?

Perguntas inevitáveis, cuja esperança é de que nunca sejam respondidas, porque não possuem nenhuma outra função além de aumentar a dor e o sentimento de rejeição, que por si só já são extremamente dolorosos para todo aquele que os experimenta.

Mas voltando aos questionamentos, este é um dos motivos pelos quais eu até gostei bem mais do romance do Starnone, porque ele foi muito assertivo quando acrescenta em sua história o ponto de vista de 3 das partes envolvidas no drama familiar: a esposa, o marido e os filhos (que muito embora devam ficar de fora dessa discussão, já que a separação é entre os pais e não sobre os filhos, mas ainda assim, foi bem interessante e ajudou a elucidar muita coisa sobre as decisões do marido).

Como eu disse anteriormente, não quero tecer um comparativo entre as obras, mas não há como não dizer que as lacunas que o romance da Ferrante deixa em aberto, Starnone ajuda a preencher (e que bom que li o livro dele antes de ler este!).


?(...) passei do uso de uma linguagem elegante, atenta a não ferir o próximo, a um modo de me expressar sempre sarcástico, interrompido por risadas desmedidas. Devagar, apesar da minha resistência, cedi à linguagem obscena?.


Neste romance, a linguagem de Olga é o fio condutor que vai dando a tonalidade dos acontecimentos. São as suas ações e reações frente a essa angústia dilacerante de ter que aceitar uma nova vida que lhe é imposta, uma vida que ela não desejou e a qual ela queria poder rejeitar, até porque não é tão fácil quando dizem o recomeçar do zero, ou o se lançar ao novo, que vai corporificando as cenas.

Toda perda traz um luto, e o que Olga nos mostra aqui é um sofrimento em um nível de exaustão que vai brincar com muita ousadia nos limites da sanidade mental.

E muito embora essa linguagem carregada de obscenidades da protagonista expresse em palavras toda a agressividade que a consome, eu confesso que essa excessiva (e obsessiva) vazão através da conotação sexual (que é voltada mais para o ferir, e não para o satisfazer), me deixou bastante irritada nestas partes.

Entendo que essa raiva e esse ódio expressos pela fala, sejam parte do que a protagonista tenta comunicar sobre o seu processo de luto. Mas quando tudo o que ela tenta dizer tem que vir junto com uma conotação sexual agressiva, isso me tira o foco da cena, para pensar em qual é o motivo por tamanha fixação sexual (e no corpo da nova mulher do marido)?

Talvez os italianos sejam mais ?modernos?, porque a enteada contar para a mãe que toma banho com a nova esposa do pai, é algo completamente nonsense para mim. Mas enfim... isso é só um desabafo.

De uma forma ou de outra, ?Dias de Abandono? traz essa temática dolorosa das rupturas nas relações que não podem ser evitadas, até porque não há como prever o que a vida nos reserva no momento exato em que nos apaixonamos por alguém. Ele é um importante alerta de que toda essa dor da perda, e esse peso da rejeição não é sobre mocinhos ou bandidos. Nem sobre certo ou errado. É sobre a vida, e em como nem sempre as coisas saem como planejamos.

Como disse acima, "Laços", do Domenico Starnone traz um complemento tão significativo à temática, porque ao mostrar o ponto de vista tanto do marido quanto da esposa, ele vai falar exatamente sobre essa questão das escolhas, da culpa, assim como vai mostrar todos os prós e contras que envolvem tanto o ?ir? quanto o ?ficar?.

Fico citando a obra do Starnone aqui, porque eu confesso que esse foco exclusivo na Olga, acabou por evidenciar os pontos negativos da personagem, especialmente no que se refere aos filhos.

É certo o quanto a protagonista estava sofrendo por uma situação traumática que a levou a uma exaustão mental. Porém, ainda assim, a sua negligência em relação aos filhos me dava a ideia de que ela não os conhecia bem. Como se antes da separação ela sequer soubesse o que gostavam, ou quem eles eram. Me fez pensar até se o marido cuidava mais deles do que ela.

Além disso, houveram momentos em que ela agia como se tivesse a mesma idade da filha, revelando uma imaturidade que me fazia acreditar que mesmo antes da separação, ela se mostrava uma mãe despreparada.

Para ser sincera, não consegui ver uma "mãe" em Olga.

Mas fato mesmo é que esse comportamento da Olga é uma denúncia expressa de que todos nós precisamos de uma rede de apoio, seja ela de familiares ou de amigos próximos com quem precisamos contar em momentos difíceis ou de crises.

Porque mesmo que pais e mães tenham esse desejo de ser sempre fortes pelos seus filhos, o fato é que é muito melhor que possam passar para eles a ideia de que ser pai ou mãe não faz com que deixem de ser humanos, do que enviar essa mensagem de que forte é aquele que nunca pede ajuda.

Para mim, ?Dias de abandono? não fala apenas do abandono de um marido, ou da perda de um casamento. Mas de um abandono a si mesma, e da perda da sua própria identidade.

Dias em que Olga esteve ausente da sua vida, especialmente do seu papel como mãe, porque não ser mais esposa não apaga o ser mãe.

Dias em que Olga esteve ausente dela, fazendo escolhas ruins para se vingar e fazer o outro sofrer, quando as consequências dos seus atos só traziam mais dor e sofrimento a ela mesma.

Dias em que Olga se esqueceu de como cuidar de si mesma, e de como amar é um ato voluntário, já que a verdade é que ninguém nos pertence, e nem podemos exigir que alguém nos ame do mesmo jeito que os amamos.

Por isso mesmo é que bem mais do que ter sido abandonada pelo marido com quem esperava passar toda uma vida, o mais triste mesmo foi ver o quanto Olga abandonou a si mesma.
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Emerson Meira 15/03/2024minha estante
Resenha gostosa de se ver!
Agora instigou mais ainda a vontade de ler ?
Parabéns querida! ?????


Regis 15/03/2024minha estante
Ainda não li nada da Elena Ferrante, mas já li muito sobre o anonimato da autora e sobre as especulações sobre quem ela seria.
Adorei a resenha, Flávia! ???


Flávia Menezes 15/03/2024minha estante
Emerson, meu amigo querido! Que bondade a sua nas palavras! Obrigado mesmo por estar sempre por aqui. E eu vou ficar curiosa, à espera da sua primeira leitura da Ferrante! ??


Flávia Menezes 15/03/2024minha estante
Regis, minha querida! Ainda não leu Ferrante? Aaah que isso já me deixa curiosa pra ver uma resenha sua sobre ela e esse mistério todo!
Obrigada pelas palavras, querida! Fico lisonjeada vindo de uma resenhista como você! ?


Emerson Meira 16/03/2024minha estante
Já tenho uma ótima referência para começar por essa obra ?


Débora 16/03/2024minha estante
Amei a Série Napolitana da Ferrante e "Laços" do Starnone! "Dias de Abandono" está na minha lista há tempos, mas tinha receio de me decepcionar e deixar de amar a Ferrante. Depois de sua resenha, Flávia, tenho certeza de que vou amar esse livro também!


Flávia Menezes 16/03/2024minha estante
Débora, minha querida, pode ir sem medo! Principalmente depois de já ter lido ?Laços? do Starnone. Porque a Ferrante colocou uma intensidade na narrativa que você que já leu a tetralogia já conhece e sabe bem desse jeitinho dela de escrever! ?
E eu vou ficar te acompanhando quando você for ler, pra ver suas impressões e trocarmos figurinhas sobre esse livro. Porque esse merece mesmo! ?
Obrigada pela presença aqui, Débora! ?


J. Silva 16/03/2024minha estante
Parabéns pela resenha. Despertou meu interesse para a obra e pela autora, que até então me era desconhecida.


Flávia Menezes 16/03/2024minha estante
J. Silva, muito obrigada!!!
Esse eu gostei muito de ler, especialmente depois de ter visto do Starnone. Que complemento um fez no outro.
Espero que goste também! Vou ficar de olho nas suas impressões, quando for ler! ??


Débora 16/03/2024minha estante
Obrigada, Flávia querida!?


Regis 16/03/2024minha estante
Você indica começar a ler a autora por esse livro, Flávia?


Flávia Menezes 16/03/2024minha estante
Regis, minha amiga, como você é uma leitora experiente, eu diria sim para iniciar por este. Até porque a temática traz um outro ponto de vista de algo que você acaba de ler (?As Pontes de Madison?). Agora, eu não li a tetralogia napolitana, e dizem que é incrível. E se quiser, antes de começar a ler Ferrante, entender um pouquinho de como ela escreve, eu recomendaria ?As margens e o ditado?. Um belo livro. Curtinho, mas dá pra entender bem a escrita dela.
Espero que goste, amiga! ??


Regis 16/03/2024minha estante
Vou procurar, Flávia. Agradeço a ajuda, amiga. ??


Flávia Menezes 16/03/2024minha estante
Imagina, amiga! Sempre que precisar? só gritar! ?


David Ribeiro 17/03/2024minha estante
Olá! Linda resenha, parabéns.


Flávia Menezes 17/03/2024minha estante
Muito obrigada, David! ?


Ana Sá 19/03/2024minha estante
Amigaaaa!

Eu desisti da Ferrante, mas foi tão prazeroso voltar a ela através da resenha deste livro que não li... Concluí que meus incômodos ferrantescos continuariam sendo os mesmos! hahaha

Parabéns, é uma resenha muito boa pra quem desconhece o livro! Revela e esconde a trama na medida certa, muito bom de ler!! ??


Flávia Menezes 19/03/2024minha estante
Aaah amigaaaa! Que bom que você me acompanha nessa do ?incômodo à Ferrante?! Porque agora pude respirar aliviada de que não estou lendo errado! ????
Obrigada pelas palavras, amiga. E pelo seu olhar atencioso à minha opinião dessa história. Ainda mais tendo você já a lido! ??




Barbara 15/03/2024

Um bom livro
Demorei pra começar a gostar do livro, achei a personagem principal detestável, mas dei uma chance. Ainda bem que dei, do meio pro fim o livro se tornou empolgante pra mim e quase li todo de uma vez. Desenvolvi minha empatia com a personagem, passei a entende-la, apesar de não concordar com ela todas as vezes. É uma leitura simples, sem firulas, mas não é fácil, muito sentimento envolvido.
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Nath 14/03/2024

Não é uma historinha bonitinha
Sabe soco no estômago? Foi o que senti lendo o livro ?Dias de abandono?. Elena Ferrante entrega uma história narrada de uma forma tão clara e até brutal, que sofri e me angustiei com Olga, a protagonista desse romance.
Esse livro é recomendado para quem gosta de refletir sobre os aspectos mais humanos da vida adulta, principalmente de uma mulher. Não é uma história bonitinha.

Assim inicia a jornada de Olga, com 38 anos, dois filhos e que vê seu casamento acabar de forma repentina. Nas próximas páginas vamos acompanhando as fases da separação, pela vivência desse mulher, começando pela negação de que o marido de fato vai embora, seguido da sensação constante da culpa.

Elena Ferrante nos faz mergulhar na vivência de uma mulher que se sente rejeitada e abandonada após dedicar muito de sua vida àquele casamento. Acompanhamos uma mulher que precisa lidar com todas as suas questões emocionais e ainda cuidar de toda sua família sozinha, já que seu marido saiu, mas não levou com ele suas responsabilidades.
E o sofrimento e a solidão que ela enfrenta são marcantes. Outros, a encurralavam para que ela logo encontrasse alguém, sem que a mesma buscasse isso.

Essa mulher também se questiona sobre as mudanças de seu corpo e beleza, principalmente após descobrir que o ex-marido está namorando uma mulher com ?corpão?. E mais uma vez se culpa, por envelhecer, por não ser mais viril ou bonita quanto uma garota de 20 anos.

E nesse mergulho existencial de questionamentos, medos e dúvidas, ela luta para não deixar as coisas saírem dos eixos. Até que, no ápice de seu sofrimento, começa a se reencontrar. É tão intenso, tão real, que dói acompanhar todo esse processo, mas é um grande alívio quando ela se reconecta, quando consegue se reerguer e percebe que a vida pode assumir uma nova configuração, nem tudo precisa ser como antes.

O sentimento que surge no lugar da sensação de rejeição é difícil de entender, mas é confortável e até impulsionador para que Olga viva novas coisas. É Olga? eu te entendo e fico feliz por você!
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le.soulluna 11/03/2024

Todas as estrelas
Narrativa incrível, genial, perfeita nos detalhes, na profundidade de cada experiência, de cada personagem, quer seja na delicadeza ou na brutalidade de cada sentimento. Simplesmente amei essa escritora, já é uma das minhas favoritas.?
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rai 08/03/2024

Achei um pouco maçante em algumas partes. muitas descrições sem importância e isso acaba prejudicando a leitura. foi o meu primeiro contato com a autora, pretendo ler outros livros, pois ela é muito elogiada.
Achei meio ???? o final, achei mais um daqueles finais de a partir do momento que você esquece ele, você reaparece com outro. pensei que haveria uma cura mais profunda, de fato, não um ?eu não amo mário, vou me relacionar com o vizinho que se esforçou levemente?.
Cada vez que chegava no final do livro, mais maçante era a leitura (e normalmente é ao contrário). Mas gostei, apesar de algumas coisas, achei algo diferenciado por ser da atualidade.
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Jani.ribeiro 24/02/2024

"Mesmo que Mario os tivesse feito com sabe-se lá qual mulher que ele imaginava, mesmo que eu tivesse acreditado ser a Olga fazendo filhos com ele, mesmo que meu marido atribuísse sentido e valor somente a uma menina de nome Carla, outro erro seu, e não reconhecesse em mim nem o corpo, nem a fisiologia que me havia atribuído para poder me amar, me inseminar, mesmo que eu mesma não tivesse sido aquela mulher e nem mesmo ? agora eu sabia ? a Olga que eu acreditei ter sido, mesmo que, meu deus, fosse somente um conjunto de lados desconexos, uma floresta de figuras cubistas desconhecidas até a mim mesma, aquelas criaturas eram minhas, as minhas criaturas verdadeiras e nascidas do meu corpo, este corpo, eu tinha esta responsabilidade."
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Niara.Cunha 24/02/2024

Esplêndido
O título do livro já nos mostra que estaremos expostos a relatos dos dias que seguem um abandono, um divórcio.
Narrado pela esposa, que se sente abandonada com os filhos.
Num tipo fluxo de consciência, ela nos mostra sua transformação nesse processo de "digerir" o termino de uma relação, que para o marido tinha chegado ao fim, mas para ela não.
Permeado de episodios da vida cotidiana a narradora conjectura temas de autoestima, rejeição, segurança quanto seu papel de mulher, esposa, mãe e trabalhadora.
Através de um acontecimento tão comum, como um divórcio, a autora nos leva a muitos questionamentos sobre comportamentos humanos..
" será que eu faria isso também?"
" até que ponto temos autocontrole"
" até que ponto conhecemos realmente alguém?"
"Será que ela mudou ou foi sempre assim, porém atrás de uma máscara?"

A narrativa te segura do início ao fim, com relatos e acontecimentos rápidos e igualmente intensos que beiram a loucura.
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fernandafelixs 20/02/2024

Achei bom mas esperava me conectar mais com a leitura.. apesar de pequeno é bem denso já que você sente a ansiedade junto com a personagem principal. mass, meu primeiro contato com a autora foi a filha perdida e funcionou muito mais comigo.
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Matheus 18/02/2024

Em algum momento no meio do livro senti que a autora pecava pelo excesso de adjetivos na descrição das paisagens, dos sentimentos, dos acontecimentos do cotidiano, perto do fim, o livro da um guinada como no começo, parei de pensar que ela estava se excedendo, de certa forma não haveria outra forma de descrever o abandono.
Consigo entender o sucesso de Elena Ferrante e desse livro, a forma que Elena Ferrante descreve esse descida no abismo daquilo que vai embora e deixa um buraco é extremamente interessante e excessiva como os pensamentos obsessivos de Olga, em diversos momentos lemos orações no imperativo, como anotações mentais da protagonista para não se perder novamente nessa espiral que a está levando a loucura, o abandono de Mário, que significa também um longo processo de perda de si mesma, de tentar entender o que ela é para os filhos, o que foi para Mário e o que é para si mesma.
Voltando aos excessos nas descrições, eles acabam funcionando, o ambiente é reflexo da mente de Olga, do momento em que está mais estável até o momento em que começa a dissociar, a precisar causar dor a si mesma para lembrar-se de que está viva e que está lá, naquele mesmo apartamento.
A escrita de Elena Ferrante me lembrou algumas vezes da escrita de Sylvia Plath na Redoma de Vidro, mas mais visceral, torrencial, exposta.
Um livro que me fez pensar bastante sobre como é possível mergulhar profundamente no psicológico dos personagens que comandam a história e de como o cotidiano é um mar de possibilidades para guiar uma história.
O final me parece arrastado, mas faz sentido, à medida que a euforia de Olga passa, quando ela finalmente sai da prisão que se colocou, as coisas se alinham, voltam ao ritmo lento de um dia após o outro, gosto disso.
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otessadeath 18/02/2024

Achei esse livro depois de pesquisar no google: ?livros parecidos com ?Meu ano de descanso e relaxamento?.
sou mais as mulheres revoltadas, sem filtro e nenhuma empatia.
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patiapple 16/02/2024

Elena ferrante a única escritora que existe
Decidi reler pois não lembrava de muita coisa da história. é impossível abrir qualquer livro de elena ferrante e não se ver mergulhada dentro da história, e com dias de abandono não é diferente. me encanta toda a realidade, crueldade, honestidade e pavor descritos nesse livro.
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Artemis 13/02/2024

Dias de abandono
Gosto de como Helena Ferrante trata de questões difíceis com aparente facilidade, mas acho que, até agora, esse é o livro que menos gostei.
Não achei ruim, achei que o desenrolar foi meio lento, ou talvez tenha sido a forma como ela escolheu para abordar essas questões...talvez até pra que a gente pudesse entender o que Olga estava passando, a narrativa precisava ser mais "enrolada". Vale a pena a leitura, só não achei tão fluida.
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manda 11/02/2024

Dias de abandono
A escrita da elena é espetacular, e esse foi o meu primeiro livro dela. infelizmente não funcionou muito para mim, achei repetitivo e as vezes visceral demais
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