Dias de abandono

Dias de abandono Elena Ferrante




Resenhas - Dias de Abandono


619 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Rahrt 26/04/2022

"Somos ocasiões."
Dias de Abandono não foi uma leitura fácil, embora qualquer coisa que tenha sido escrita por Elena Ferrante seja absolutamente fascinante e fluída (falo como uma fã porque sou mesmo!)
É incômoda.
Mostra o quão próximo ao ponto de ruptura é possível ir e como é tênue a linha que separa a sanidade do absurdo. Fora todo o resto do enredo, em especial pela parte de Otto que foi bem chocante de ler.
Assim como a tetralogia Napolitana, certamente ainda vou levar um tempo pra digerir Dias de Abandono.
comentários(0)comente



Cristinacob 19/09/2020

Após 15 anos de casamento, Olga é largada pelo seu marido. Olga, que representa tantas esposas que se dedicaram inteiramente à construção de um lar abrindo mão do seu crescimento profissional, confiante que seu marido nunca a abandonaria, se viu totalmente sozinha, inclusive, afastada dos amigos . No início, ela tenta manter a calma diante da atual situação mas, o tempo vai passando e a paciência de Olga vai se transformando numa obcecada tentativa de trazer seu marido de volta ou arruinar com a nova vida dele. Passa a viver quase o tempo todo desconectada da realidade, enquanto a relação com seus filhos tá perigosamente ligada no piloto automático levando às situações que nós leitores quase perdemos o fôlego.
comentários(0)comente



Rafa Mello 24/09/2023

É impressionante ter tanta empatia por uma personagem tão merdeira
Ando muito displicente na minha promessa pessoal de tentar escrever mais sobre os livros que eu leio, mas senti que esse eu não poderia deixar passar sem contribuir um pouquinho sobre o que achei desse. Esse foi o meu segundo Elena Ferrante e posso garantir: a gata não brinca em serviço! Ela tem uma capacidade narrativa muito simples e cativante, mas sem deixar a história boba ou menos complexa, sendo uma delícia ler qualquer coisa que ela escreve.

Em "Dias de abandono" conhecemos a Olga, que acabou de ser abandonada subitamente pelo seu marido - que a trocou por uma jovem... bem jovem... - e tá nessa tentativa de reconstruir a própria vida depois dessa separação abrupta. Tentando conciliar filhos, casa, cachorro e sua nova realidade, a gente se vê sugado pelas tentativas da protagonista em se encontrar nesse novo momento da vida. Consigo entender quem considera a personagem chata, inconsequente, doida, mas do lado de cá eu só senti muita compreensão. Elena Ferrante tem a habilidade de mostrar a crueza da vida e seu lado não tão belo de uma maneira muito especial, que faz com que o olhar de julgamento (que me parece inevitável de acontecer lendo esse livro) se torne rapidamente a pergunta "e se fosse eu?".

Depois que eu li, fui atrás de ver algumas outras resenhas e fiquei bastante incomodada com alguns comentários de que a autora optou por tratar a vida de uma mulher recém-divorciada como um grande abismo de atitudes desesperadas, o que seria batido e até reforçaria alguns estereótipos de gênero. Eu discordo dessa perspectiva. Pelo contrário, acho que foi até bem corajoso da parte da autora em mostrar uma personagem tão vil, por vezes mesquinha, egoísta e, acima de tudo, muito humana. Acredito que teria sido bem mais fácil colocar uma narrativa de empoderamento imediato e fácil da personagem, em que todas as decisões são mediadas e aprováveis. Agora, colocar uma personagem completamente DESPIROCADA, meus amigos... aí que tá o verdadeiro desafio. Ainda mais conseguindo fazer com que, apesar de tudo, quem está lendo se sinta tão comovido.

Depois desses comentários tão apaixonados de minha parte, pode vir a pergunta "ah, por que você deu 3 estrelas?". Pois é, não sei. Faz algum tempo que eu já terminei o livro e a minha memória não é tão boa assim. Entretanto, lembro que a segunda metade do livro me cansou um pouco, ao contrário da primeira, que eu devorei. A vida aconteceu, os prazos apertaram e as espaçadas que eu tive que dar na leitura prejudicaram o meu ritmo e meu engajamento com a história. Talvez ele merecesse 4, mesmo. Não sei.
comentários(0)comente



Mylenna 23/01/2022

dias de abandono
Elena Ferrante nos trás um vislumbre do que certamente já aconteceu com inúmeras mulheres. Descreve com maestria todos os pensamentos confusos, toda a dor, toda a incerteza e toda a revisão de atitudes que términos acabam acarretando. Em um determinado ponto, eu não conseguia parar de ler por que queria saber se Olga conseguiria retomar a própria vida, apesar de todo o caos que ela estava vivenciando.

Apesar de pequeno, é um livro muito profundo, onde conseguimos ver em detalhes quem é Olga, o que pensa, quais seus receios e medos. Coloca em perspectiva também como funciona os homens, como as mulheres anulam-se em detrimento deles. Elena Ferrante sempre trazendo muitas verdades a tona.
yale.monteiro 23/01/2022minha estante
oq vc n gostou? me interesso por elena ferrante mas ainda n li nd dela


Mylenna 23/01/2022minha estante
É uma leitura muito densa e subjetiva, é algo que fazia com que eu me perdesse as vezes, mas que trás muuuitas reflexões.




Bruno Malini 21/02/2023

Muito bom
A cada livro me apaixono mais ainda pela dessa autora. Um texto cru, vai na ferida sem medo de chocar, sem falso moralismo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



jota 03/02/2020

Seduzida e abandonada...

Dias de Abandono pode ser o retrato perfeito do que acontece a uma mulher como Olga, dedicada ao lar, aos filhos, ao marido etc., quando se vê trocada, depois de quinze anos de casamento, por uma jovem que frequentava sua casa tempos atrás, quando ainda era uma garotinha: agora Carla é a companheira de Mario. A Olga sobrou a casa para cuidar, seus filhos pequenos Gianni e Illaria e um cão, Otto. E muitas preocupações pela frente.

Para quem está de fora, somente observando, quer dizer, lendo, parece que Olga apesar de ter razão nos seus lamentos perdeu a razão que poderia ajudá-la a atravessar menos dolorosamente esse episódio de sua vida. Desprezada pelo marido aos trinta e oito anos, entrega-se completamente ao abandono físico e mental. Parece que enlouqueceu porque faz coisas – ou deixa de fazê-las, torna-se esquisita, esquecida, desleixada, diz palavrões com frequência – que jamais faria se ainda estivesse com Mario. E faz tudo isso repetidas vezes, exageradamente, o que torna muitas páginas do livro um tanto difíceis de digerir. Não de abandonar o livro, mas de pular vários parágrafos.

É o caso de quando Gianni fica doente e Otto parece ter sido envenenado num de seus passeios pela praça perto do apartamento de Olga. Portanto, nunca atire o celular contra a parede ou o chão num momento de raiva ou ódio de Mario porque você pode precisar do aparelho se o telefone fixo estiver com problema. Aprenda a abrir e a fechar corretamente sua porta blindada porque você pode ficar presa dentro de casa e vai precisar de ajuda externa para sair dali etc. Achei tudo isso repetitivo e cansativo de ler e o volume já não tão grosso poderia ficar melhor com várias páginas a menos.

Por outro lado, o martírio repetitivo de Olga imposto pela autora ao leitor reflete bem o mundo entrevado que a personagem vive com a separação, o abandono do marido. Se tais trechos são meio duros de atravessar, a coisa é bem diferente quando Olga nos conta o início de seus tormentos, quando um dia o marido deixa de voltar para casa, e o final de sua história até ali, porque nada dura para sempre mesmo, somente o tempo. Nessas passagens Dias de Abandono prende bastante nossa atenção e lembra a grande escritora de A Amiga Genial em seus melhores dias. Coisa que penso não termos o tempo todo neste volume.

Lido entre 21/01 e 01/02/2020. Minha avaliação: 3,3.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Stephanie.Sarah 28/09/2021

O romance conta a história de Olga, uma mulher que após ser abandonada pelo marido enfrenta conflitos internos, que se refletem em sua relação com os filhos e demais pessoas de seu convívio.

A crueza com que Elena descreve sua personagem, inquieta qualquer mulher empoderada, e comigo não poderia ser diferente. Olga durante boa parte do livro se recorda de seu passado, e lamenta-se do quanto de si que foi deixado para trás e substituído por uma mulher, que ela não mais reconhece, ou que em meio a reflexões, percebe ter sido produto dos anos de sua vida abdicados para viver os sonhos e anseios do marido.

Enfim, Elena, construiu uma personagem bem realista e marcante. Sua escrita de tão envolvente nos faz mergulhar em cheio junto com Olga na sua busca por se encontrar, ou ainda, mais que isso, reeguer-se em meio a um turbilhão de sentimentos que vieram a tona após a separação.

"Que erro, sobretudo, crer que não poderia viver sem ele, quando havia tempo que nada me dava certeza de que estivesse viva com ele."
"O que é um rosto sem cores, colorir é esconder, nada sabe esconder a superfície melhor do que a cor." (quote)
"Aceite que ele mudou os pensamentos, trocou de quarto, e foi correndo se fechar em outra carne." (quote)
"Agora ele me largava carregando consigo todo aquele tempo, toda aquela energia, todos aqueles sacrifícios que eu fizera por ele, de uma hora para outra, para gozar os frutos com outra, uma estranha que não tinha mexido um dedo para pari-lo, nutri-lo e fazer com que ele se tornasse o que era." (quote)

site: https://www.instagram.com/ecleticaliteraria/
comentários(0)comente



djoni moraes 02/01/2021

Abandonada por você!!!!!!
Uma oportunidade para revisitar a única obra da Ferrante que tinha lido até hoje. A motivação para tal foi que, pensando nas minhas melhores leituras do ano, lembrei-me de Laços, do Domenico Starnone, e de como esse livro é comparado a este aqui, da Ferrante, estabelecendo uma suposta relação de identidade que poria fim ao mistério identitario da autora (afinal, quem é Elena Ferrante?)

A comparação com Laços é realmente muito válida. Parece que estamos vivendo a mesma história, só que contada pela mulher abandonada. A essência do livro, no entanto, não está no abandono do marido em si, mas a percepção do abandono e as consequências nefastas na vida de Olga, a protagonista. Na sua solidão, Olga se entrega completamente a um redemoinho de ansiedade e turvação sensorial que, em alguns momentos, transpira para fora das páginas, exala medo, tensão, desespero ?algo que já daria pra perceber pelas cartas que a esposa escreve em Laços, mas numa intensidade e discrição absurdas, em contrapartida.

Nesta obra, Ferrante coloca-nos de frente ao sofrimento do ser humano abandonado. Olga sente-se traída e enganada, mas não apenas pelo caso do marido com uma mulher muito mais jovem que ela, e sim (principalmente) com o desconhecimento que ela tem do homem com quem foi casada por mais de dez anos.

No meio desse turbilhão de coisas, temos uma espécie de novelão com bastante ação, sem perder o equilíbrio proporcionando pela introspecção das reflexões e anseios de Olga. A vida desta família se retorce, convulsiona, metaforicamente vemos um lar que se desmorona (e aqui pontos pra Ferrante: as coisas alegoricamente parecem corroer através das palavras).

Até o fim das páginas deste livro, cheguei à conclusão de que o verdadeiro abandono da Olga foi durante os anos de casada com Mario, a quem entregou-se cega e completamente, abandonando-se paulatinamente até esquecer-se de si.
comentários(0)comente



Eliza.Beth 26/05/2021

Tem quem goste
Infelizmente, não curti esse livro.
Não é de todo ruim. Nos 30% (talvez) finais, a história toma um rumo aceitável.

Mas e os outros 70%? A personagem principal passa por um abandono conjugal e por um momento, isso a dá uma prerrogativa para ser escrota com todos ao seu redor, negligenciar seres dependentes dela (sejam humanos e/ou animais), e muitas outras atitudes.

Algumas atitudes dela eu ainda consigo entender, e se não concordar, pelo menos respeitar.
Mas ela ultrapassa os limites da ?passada de pano?. Eu tenho meus limites de compreensão e ela ultrapassou todos. Não a defenderei. Por isso, nota 3.
Edu Santtos 26/05/2021minha estante
Concordo com tudo q vc disse


Eliza.Beth 26/05/2021minha estante
Bom saber que não estou sozinha, Edu. Hahaha
Muita gente ama esse livro.


Carolina.Gomes 27/05/2021minha estante
Nem li nem lerei ?


Eliza.Beth 29/05/2021minha estante
Kkkkkkk Carol ??


Carolina.Gomes 29/05/2021minha estante
???


Aryana 07/05/2023minha estante
Eu deveria ter lido essa resenha antes de pegar esse livro ?


Eliza.Beth 07/05/2023minha estante
Hahahhahahahah
Aryanaaaaaa
Tbm achou q ela passa dos limites do aceitável? Haha


Carolina.Gomes 07/05/2023minha estante
Vc deu 3 e Ariana deu nota 2. Vê se eu vou ler?


Aryana 07/05/2023minha estante
Terrível!! Ferranter's que me perdoem, essa mulher é Terrível ahauahauahua Pra nunca mais




alissonltl 11/01/2022

simplesmente incrível. elena ferrante com uma escrita cruel e visceral consegue te causar um incômodo constante ao ler esse livro.
comentários(0)comente



Itamara 12/07/2020

Angustiante e incrível !
O título do livro é perfeito... mas se engana quem acha que o abandono faz referência à separação. Para mim, o abandono é da própria personagem Olga, o abandono de si mesma, que narra a história em 1° pessoa. São momentos tão surreais (e reais) que por vezes me senti angustiada lendo. Consegui entrar completamente na história , imaginando os cenários, os personagens e tudo isso por conta da escrita dessa autora incrível. É um relato triste.. Quando quase senti raiva de algumas atitudes de Olga, tentei me colocar em seu lugar e puts... vi várias mulheres assim como ela: anuladas, invisíveis, com vidas em função de alguém que acham conhecer. Senti ódio do Mário, do machismo em suas falas e ações, de ver que isso é tão enraizado em nossa sociedade. O final me confortou, mas não conseguirei superar o que aconteceu com Otto.
comentários(0)comente



Bruna 15/11/2020

Sabe quando um livro te faz sentir um misto de sentimentos?Pois é.. ?Dias de abandono? foi esse livro pra mim. A autora faz com sintamos na pele a dor do abandono, a dor do ? vazio de sentido?. Uma leitura importante, porém cheias de gatilhos emocionais.
comentários(0)comente



luhaze 21/03/2021

O livro mais visceral da Elena Ferrante
O ritmo desse livro é impressionante. Você começa entendendo o cenário, lamentando o ocorrido anunciado na sinopse e quando menos espera, Olga te absorveu. A sensação é de ter sido roubado de si próprio e trancado num armário escuro, que é a mente de Olga. O meio do livro é simplesmente um dos relatos mais geniais e crus que já li, foi impossível parar de ler.
Elena Ferrante já tem qualidades inenarráveis pra uma autora porém este livro a joga em um campo misto: além da qualidade literária, ler este livro é como participar ativamente de uma peça de teatro, onde você e Olga estão amarrados e ela rege a orquestra.
comentários(0)comente



619 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR