Lais353 28/03/2023
Perfeito!
Ahhh que livro lindo!
A história é muito impactante e com nuances dramáticas importantes.
A mensagem é clara e se encontra em cada página.
Amor próprio, o mais importante dos sentimentos, aquele que afirma nossa posição no mundo e entre os outros.
Poderia citar que a mãe de Haven, Ava, era a pessoa mais inconsequente do livro, mas sabemos que ela não era a única presença literária punitiva da história. Aprendemos a desenvolver nosso amor próprio ao ver e sentir o amor dos nossos pais. E infelizmente, Haven não os tinha, a presença materna trouxe malefícios em sua autoestima. E a ausência do pai, um senso errado de aprovação, a rebeldia para chamar atenção.
É tudo culpa dos pais? Não, ou talvez seja, sou meio amarga quanto a esse assunto, sei as duras penas o quanto a falta de responsabilidade parental pode fazer com a vida e o psicológico de uma pessoa.
Por isso, Haven não via o que estava bem a sua frente. Sempre falo que é melhor ser esperta do que ser boba e ser feita de idiota. E era isso que acontecia com Haven, mais preocupada com o que viam nela do ver o que acontecia ao seu redor, mas isso devido a baixo autoestima, sua vontade de agradar acima de tudo.
Então, acontece exatamente o que era previsto, alguém que deveria ser sua metade, trai sua confiança, seu amor. E ela perde tudo, ficando à mercê do seu algoz.
Há uma explicação lógica para mulheres que sofrem abusos violentos por parte dos maridos, mas não se encontra aqui. O marido de Haven, Nick, era um idiota narcisista, e usou a falta de confiança em si mesma que havia nela.
A dor entremeada com tristeza e falta de confiança leva Haven ao limite do aceitável, até que tudo explode.
Enquanto isso, sua família distinta e imponente, nem se liga na merda de vida que ela vive. E isso pra mim, já é o fim. Não importa a merda de vida que você vive, a sua família sempre deveria ser sua âncora. Eu os culpo por Haven se sentir tão sozinha a ponto de sofrer violência infinitas vezes, sem ter alguém para correr.
É uma triste realidade de famílias ricas, financeiramente disponíveis, emocionalmente fadadas ao fracasso.
E a história se desenrola, com Haven sofrendo com as consequências de um casamento violento, correndo finalmente para sua família, que até então não sabe de nada que sofre.
A pior parte após a violência, é ela se negar contar para além de Gage, o que aconteceu. A vergonha da violência! A culpabilidade inerente ao procurar sentido em ter sido abusada.
Amei que o livro falou bastante sobre a terapia, e seu poder em manifestar cura na alma.
A atração que Haven sente por Hardy é tão forte que ela se vê confiando novamente em um homem, embora todos falem que ela não deveria.
Hardy, um homem como qualquer outro, porém diferente de todos. Crescido em meio à violência doméstica, correu atrás de um futuro melhor, mas não esquece o passado conturbado.
O amor se manifesta entre eles por meio da confiança e entrega mútua.
E o passado dos dois retornam nesse meio tempo. E Haven ainda precisa lidar com uma chefe tão mau caráter quanto seu ex marido.
A vida dos dois não foi fácil, e não seria agora que estão juntos.
A trama traz suspense além do romance, e uma vontade vingativa enorme. Como mulher, eu queria socar cada homem do universo, como pessoa, eu queria abraçar forte Haven e Hardy, pelo destino que se encontrava desenrolando rapidamente.
Quanto ao final, não entregarei, você precisará ler!
Só digo, é forte e surpreendente!