Poemas escolhidos

Poemas escolhidos Mia Couto




Resenhas - POEMAS ESCOLHIDOS


43 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Alê | @alexandrejjr 08/07/2020

Os versos que não me tocam

Mia Couto é, sem dúvidas, um dos nomes mais importantes da literatura em língua portuguesa atualmente. O escritor é conhecido pela beleza e pelo misticismo que dá ao seu texto, característica que o distingue de seus pares. Por essa fama quis conhecê-lo e decidi começar pela poesia do moçambicano.

Este "Poemas escolhidos" traz uma seleção de três livros de poesia do autor em diferentes épocas da sua produção em prosa. Confesso que sou apegado aos formalistas e que possuo dificuldades com o verso livre e, como era de se esperar, minha avaliação foi influenciada por essa pequena - porém importante - barreira.

Outra informação que devo destacar é o fato deste ter sido meu primeiro contato com o autor. Leitores que admiro me disseram que essa talvez não tenha sido a melhor decisão, mas paciência. Agora, há algo que eu valorizei muito na verve poética do Mia Couto: a sua relação com o tempo e a transcendência.

No panorama geral de "Poemas escolhidos", a sensibilidade de Mia Couto ganha destaque com "Avesso bíblico", "Versos do prisioneiro - a sentença", "O outro idioma" e "O tempo e seus suspiros". Longe de ser descartável, este livro do Mia está distante das obras de Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes, para falar dos brasileiros, e de Wislawa Szymborska e Jorge Luis Borges, no campo estrangeiro.
comentários(0)comente



Jessica 13/03/2023

Sensacional
Essa é uma releitura, apesar de não ter marcado aqui. Cada vez, lendo os mesmos poemas, me conecto de formas diferentes. Alguns poemas não me alcançam, mas outros me tocam tão profundamente que gostaria que alguém os lessem para mim...
comentários(0)comente



Evy 14/05/2020

Apenas o amor nos rouba do tempo...
Eu li muito menos do que gostaria de Mia Couto, apenas o conhecido Terra Sonâmbula, que achei simplesmente fantástico. A narrativa de Mia me chamou atenção desde a primeira palavra porque é sempre cheia de poesia e beleza, mesmo mergulhada na tristeza. E é por escrever poesia em prosa que é conhecido, com seus livros de ficção e com eles ganhou grandes prêmios, inclusive o Prêmio Camões, o mais importante em língua portuguesa.
Não fazia a menor ideia que ele também escrevesse poesias em forma de poemas. Quando peguei esse livro nas mãos e decidi dar só uma olhadinha em uma de suas poesias não imaginei a viagem que estava iniciando. Folheei o livro aleatoriamente e parei na poesia "Onze anos, a última morte" que começa com os versos:

"quando chegou
a décima primeira fome
teus ombros solares
aceitaram o arco final
e a farinha parou
na saliva da memória"

E não pude mais parar... Fui totalmente e irremediavelmente envolvida por suas palavras e terminei de ler o poema, o próximo, voltei para o primeiro e fui até a última página me apaixonando a cada palavra, a cada pausa/suspiro. Poemas cheios da vida como ela é, da dor e das dificuldades de existir, de ser nesse mundo.

"Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me, a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos".

A seleção dos poemas dessa coletânea foi feita pelo próprio Mia, que demonstra também a sua sensibilidade e inegável talento. Meus poemas favoritos, pra não dizer TODOS, são: Biografia, Lições, Identidade, Regresso, Fui sabendo de mim, O degrau da lágrima e Flores. Lirismo puro que conta com beleza a crueza do mundo. Conta as imperfeições da vida com perfeitas palavras e conversa com o leitor como se fosse um velho amigo que diz verdades difíceis de ouvir, mas necessárias.

"aprende do pranto
o parto das fontes.
Sempre que chorares,
nascerás uma outra vez".

Para abrilhantar ainda mais este livro, a apresentação belamente escrita por José Castello é uma poesia a parte, embora escrita em prosa. Nos faz querer conhecer ainda mais do autor e sua obra poética. Uma leitura sem dúvida enriquecedora e que faz parar a correria dos dias, o furor das horas, o clamor do tempo e te embala no silêncio estático da poesia da vida.

Super recomendo a leitura!
comentários(0)comente



TalesVR 28/02/2024

PAREM AS MÁQUINAS!
O Mia Couto ser biólogo é o ponto central da sua poesia ao meu ver. Tudo aqui perpassa aquilo do: ''não tem como jogar o lixo fora porque não existe fora'', só que de forma maximizada. Não existe fora na Terra, nem na mente humana, nem no Universo.

Outra coisa que não existe em Mia Couto é a noção de tempo cronológico. Você nasce, vive e morre tudo ao mesmo tempo no passado, presente e futuro junto de todos os outros seres vivos que já existiram, existem e ainda vão existir.

Uma sugestão de outro autor com perspectiva semelhante é o brasileiro Manoel de Barros. Fiquei pensando se seria melhor alguém ler um ou outro antes ou depois, mas antes e depois também não existem e todos os caminhos chegam ao mesmo destino, não é mesmo?
comentários(0)comente



nathaliart 16/04/2021

Belo e delicado
Poesia não é muito o meu forte, por isso não faço tão bom proveito de um livro como esse quanto faria de um romance em prosa. Mas é inegável que as palavras de Mia Couto são de uma delicadeza extrema, sendo impossível não gostar dessa seleção de poemas. Nesse livro, o autor explora as diversas sensações do viver, do nascer, do morrer e, principalmente, do amar. Até mesmo em poemas críticos, o poeta o faz com tamanha beleza que a crítica pode passar despercebida. Meu primeiro contato com o autor, e gostei bastante. Minha única ressalva é com o prefácio, que é muito longo e repetitivo.
comentários(0)comente



marciorezende 19/06/2021

Melífluo, denso, forte, visceral.

Eu com certeza irei revisitar essa obra que me tocou em diversas rotas.

Indico pra ontem.
comentários(0)comente



Albeli 15/09/2020

Um Amor de Poesia
Nunca havia lido nada do Mia Couto, mas me apaixonei por seus poemas depois de ler esse livro. De uma forma leve e cheia de significado temos diversos poemas neste livro. Gostei bastante do jeito simples em que Mia Couto fala sobre o relacionamento com sua amada. Também podemos nos deparar com poemas sobre a natureza e o processo da escrita. Não sou muito fã de poesia, mas fiquei encantada com esse livro.
comentários(0)comente



KeylaPontes 02/10/2020

Minha primeira vez com um livro do Mia Couto não poderia ter sido mais especial. Ganhei este livro de aniversário e decidi iniciar a leitura antes de colocar na estante e foi uma delícia. Os poemas são simples, mas tocam no fundo de uma forma que você nem vê chegando. O autor aborda ser, existir, nascer, (re)nascer entre outras temáticas. A edição conta com uma introdução que eu gostei muito de ler e realmente senti que acrescentou na experiência de leitura. Já quero ler outros
comentários(0)comente



Malphys 12/07/2022

A poesia de Mia Couto é firme, ele observa o cotidiano e o sentir da vida na crueza da verdade. As palavras são precisamente colocadas e é inevitável não sentir o peso de cada uma.
comentários(0)comente



Patty Lima 30/11/2023

Os mais variados temas são abordados de forma reflexiva e filosófica nesta coletânea. A "dor de existir", como disse José Catello na apresentação, é a essência principal dos escritos de Mia Couto a cada verso aqui escrito: a vida e a morte, a fé e o ceticismo, a alegria e a tristeza, o choro e o riso... São as angústias humanas transformadas em poesia.
comentários(0)comente



Val Alves 05/07/2020

(Escre)ver-me

Nunca escrevi

sou
apenas um tradutor de silêncios

a vida
tatuou-me nos olhos
janelas
em que me transcrevo e apago

Sou
um soldado
que se apaixona
pelo inimigo que vai matar.
comentários(0)comente



Bia R.D. Ramos 22/01/2022

Apaixonante
Sou simplesmente apaixonada pela poesia de Mia Couto.

Poemas muito bem selecionados! Vale muito a leitura
comentários(0)comente



isa.dantas 28/11/2016

Não há palavras para descrever os poemas de Mia Couto. Só me resta senti-los...
comentários(0)comente



Giu Blue~ @giugiu_blue 26/04/2022

Sobre existir
Recomendo com toda a certeza para aqueles que gostam de poesia para pensar, se conectar, sentir, sem se ater muito às regras clássicas de beleza, mas à poesia propriamente dita: a de derramar vida sobre papel.

E esse livro é sobre isso mesmo: se derramar. Único, singelo e maravilhoso. Não conhecia antes a obra de Mia Couto, pelo menos não por leitura própria. Fiquei muito feliz em agora conhecê-lo. Amei o livro e certamente lerei mais coisas dele.

É uma coletânea de alguns livros de poesia do autor: Idades, cidades, divindades; Raiz de orvalho e outros poemas e Tradutor de Chuvas. Abordando temas existencialistas, dor de viver e escrever, infância, relações familiares e amor, é uma obra que te toca em diversas facetas, com intimidade poética e profundidade muito grande. Por isso, acho que nem todos são capazes de compreendê-la e entendê-la, mas achei simplesmente lindo.
comentários(0)comente



43 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR