Lane @juntodoslivros 11/04/2017Dando adeus a essa série maravilhosa...Passei por tantas emoções com essa série e agora venho me despedir dessas moças ardilosas e habilidosas, as assassinas do convento de Saint Mortain. E muita coisa aconteceu nesse livro! Aqui, toda a trama que iniciou com Ismae e continuou com Sybella , acaba agora com Annith. Não se iluda achando que a série perdeu o passo em algum dos três livros, Robin conduziu os livros com maestria.
A origem e chegada de Annith ao convento é um mistério para todos. Dita como filha do deus Mortain, sabe-se apenas que ela foi deixada com o barqueiro e esse lhe levou até o convento de Mortain.
Além de um passado obscuro, a doce Annith passou por duras lições desde que entrou no convento quando ainda era bebê. A falecida abadessa Dragonette era extremamente severa com ela desde muito nova se ela fazia algo errado em seu treinamento era castigada, poderia ficar sem comida e até ficar trancada em um porão escuro sozinha.
Sete anos depois da morte de Dragonette e com a direção da abadessa Etienne, Annith é uma arma letal em forma de mulher. É a melhor de todas as noviças, principalmente em arco e flecha, já que foi treinada a vida toda e teve que se esforçar muito já que não tinha nenhum dom sobrenatural concedido por Mortain, mas nunca teve a chance de ir em uma missão para ajudar sua amada Bretanha e a duquesa Anne como uma assassina do seu deus Mortain.
Ismae e Sybella que chegaram ao convento com muito mais idade que Annith, já foram mandadas para várias missões e Annith continua trancada no convento, mesmo com todas as suas habilidades. No entanto, Annith está cansada de ser deixada de lado, de ser a obediente e boazinha do convento. Assim, quando um destino que ela nunca sonhou para si é imposto a ela, Annith sabe que tem algo que a abadessa Etienne está escondendo dela e provavelmente de todo o convento.
Em busca de respostas mesmo que sua fuga traga os hellequins ao seu encalço, Annith foge do convento para confrontar a abadessa em Guérande. E nessa viagem solitária, Annith acaba sendo encontrada por dos hellequins, Balthazaar. Com Balthazaar, ela acaba descobrindo que as histórias sombrias sobre os hellequins não são seres infernais em que tantas pessoas acreditavam. Esses são almas de homens que procuram redenção de seus pecados cometidos em vida, eles são uma espécie de ajudante do deus Mortain para guiar as almas daqueles que não conseguiram fazer a transição para o mundo dos mortos.
Com ajuda de Balthazaar, Annith aprende muito sobre si mesma e o mundo ao redor. E em busca da verdade com a abadessa, algumas feridas dolorosas serão abertas e mudarão todo o seu mundo.
A edição está linda assim como as outras. A capa condiz muito com a personagem Annith. Em cada intervalo do enredo, temos um arco e flecha como separação. Os capítulos são iniciados com letras cursivas lindas. Tirando a capa aveludada, a edição está um capricho! A história é narrada em primeira pessoa pela visão de Annith.
Robin tem uma escrita maravilhosa e seus enredos me encantaram. Lembrando que toda a série é envolvida em fatos reais da história da Bretanha e a autora foi muito habilidosa em misturar fatos reais com sua ficção. E no que se refere à história fictícia, um destaque para a pequena Anne, a duquesa da Bretanha, que lutou bravamente para não perder seu país. Conseguir aliados não foi fácil, mas com as três assassinas ao seu lado, as coisas foram mudando pouco a pouco em sua história no decorrer da série.
Senti que o romance de Balthazaar e Annith foi algo ainda mais gradual do que aconteceu nos livros anteriores. As sensações que um despertava no outro e como algumas peças em relação a isso foram se encaixando ocorreu de modo perfeito. A Annith do convento não mais a dominava, uma nova mulher nascia a cada página e descobria sobre si mesma. Ela foi florescendo aos olhos daqueles que a conheciam. Apesar do jeito brusco e sério de Balthazaar, esse foi um personagem apaixonante. Era difícil conhecê-lo, mas saber de seus segredos e desvendá-lo junto com Annith foi maravilhoso. Posso dizer que ele é um dos meus mocinhos favoritos!
“-Quando vou tornar a vê-lo?
Ele ficou imóvel, como se a esperança fosse algo frágil que ele precisasse cativar pouco a pouco.
- Você gostaria?
- Gostaria. Não consegui entender o que há entre nós.
Ele então sorriu, e fez uma reverência. Em seguida, desapareceu nas sombras.” Página 347 e 348
Fiz essa leitura com uma sensação boa para a conclusão. Amor Letal tem várias revelações e relações novas. Depois que Annith chega aonde deveria estar desde o início de sua jornada, o livro vai nos revelando pouco a pouco o passado da protagonista e me pegando várias vezes desprevenida. Alguns sinais foram dados ao longo do enredo, mas eu não estava preparada para certas coisas que a autora Robin LaFervers tinha na manga. Algumas me chocaram mais que outras, mas todas satisfatórias e condizentes com tudo.
Depois de terminar essa leitura veio a sensação de desolação por ter acabado a série, mas também uma sensação reconfortante para o destino final de Ismae, Sybella e Annith. No entanto, não posso deixar de ficar curiosa com o destino das outras meninas do convento e também como ficaram os hellequins. Esses últimos foram os que mais me intrigaram. Já pude perceber que Robin gosta de deixar seus leitores no escuro sobre certos fatos, nada que prejudique o enredo, mas que deixa o leitor maluco por mais!
Para os fãs de aventura medieval, não apenas esse livro, mas toda essa série é muito mais que recomendada!
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