isa! 10/09/2022
"nós fomos sempre destinados a dizer adeus"
Adianto-me dizendo que o livro não é ruim, nem chega perto disso, na verdade. Porém, não considero um livro com uma experiência avassaladora como vejo as pessoas contando por aí, e reforço que gosto é relativo e que não estou aqui em prol de criticar o livro. A verdade é que a narrativa é muito cansativa, e por mais que o livro seja absurdo de dramático - e, digo isso como uma amante de dramas -, muitas vezes o enredo não nos levava a lugar nenhum. Espero que isso soe um pouco triste, porque a história possui uma promissa muito bonita, já que a conexão dos personagens é algo de mais admirável no livro.
Apesar de ser uma história triste, foi um dos primeiros livros tristes que eu não desabei chorando, e nem entendo a razão, honestamente. Mas, sei que, o que diferencia esse livro dos outros é a forma como os fatos são narrados e até mesmo divulgados. A história se desenrolou muito rápido, e, tudo bem, entendo plenamente que talvez tenha sido a proposta da autora de escrever sobre personagens cuja conexão é muito forte para ficarem separados, mas, eu adoro criar expectativas para viver em função do romance, gosto que os personagens desafiem o enredo e não sigam os passos que eu desejo. E, nesse livro nada disso aconteceu, já que desde o princípio, a história foi baseada na doença do Jonah e como todos pareciam infelizes com isso, sem ao menos mostrar esperança a ele. Isso é bem triste se pararmos para pensar, e, sei que as coisas mudaram depois da chegada da Kacey, entretanto, fico pensando se a Kacey não tivesse aparecido em sua vida, ele se privaria da felicidade, como tanto alegava que fazia? Gosto de pensar na vida dos personagens antes que tal história acontecesse.
Não gostei da forma que a doença do Jonah foi escrita, pois, na minha opinião, ele passou uma sensação de que gostaria de deixar apenas um legado para o mundo e não para aqueles que o amam. Com certeza, essa não era a ideia, mas o que eu senti lendo aquelas cenas não foi uma forma de demonstrar seu amor pelos outros, e, obviamente isso possui relação com o medo que o personagem sentia sobre sua condição de saúde. Por essa razão, pontuo mais uma vez que a falta de esperança em um livro é muito ruim para ambos os lados, tanto na história quanto na experiência de leitura do leitor.
Gostei muito dos personagens, e quero deixar claro que a coisa que eu mais gostei nesse livro foi a construção deles e a comunicação nas cenas. Os sentimentos são muito reais, e talvez isso que tenha me intrigado nas cenas onde não possuíam o mínimo de esperança, porque imagino que deva ser difícil dizer ao seu corpo para continuar enquanto ele quer morrer. A conexão de Kacey e Jonah é muito bonita e sincera desde o começo do livro, e isso foi um ponto que me ganhou muito, porque adoro ler sobre pessoas que se conectam rapidamente, pois acho isso muito lindo. Acredito que toda vez que leio histórias desse tipo aspire um pouco isso para minha vida, ou até mesmo pense se tenho uma relação tão forte desse nível Kacey e Jonah. Fiquei realmente muito triste lendo as cenas da relação familiar da Kacey, isso me partia o coração, e uma cena que me marcou muito foi a que ela via os pais sendo muito mais felizes do que eles eram na presença dela. Pensei muito nisso, para ser sincera, e até mesmo acho que me identifico. Além disso, quero deixar claro que a relação dos irmãos Fletcher é uma fofura, mesmo com toda aquela preocupação do Theo, o que só ressalta que ele ama tanto o irmão.
O final obviamente é previsível, e acho que isso que tornou o livro cansativo, pois, queria ler a conclusão de uma história tão prometida, mas, ela nunca chegava. Terminei de ler o livro na escola e não chorei nem um pouco, isso até me assustou, porque tenho um relatório enorme de livros que chorei, porém, não senti nenhuma necessidade de chorar, já que estava ansiosa e cansada de tanta enrolação. A história poderia ser retratada de uma maneira linda, se a autora trabalhasse sobre o receio do Jonah de não causar tristeza na vida alheia, isso mudaria muitas relações durante o livro, e acredito que teria sido muito mais emocionante.
Uma coisa que me incomodou absurdamente foi o fato da Kacey abrir mão de tudo, literalmente tudo, e não vejo ninguém falando sobre isso. A narrativa do livro melhoraria muito caso ela tivesse focado em um sua carreira musical solo, a música é muito especial para ela, e talvez até ajudaria na perspectiva de vida do Jonah. Não achei justo fazer isso com a personagem, até porque ela tinha muito potencial e o livro possuiria o mesmo enredo e desenvolvimento se ela focasse um pouco em sua carreira.
Portanto, é um livro triste e é bom, a história te prende e é ótimo de acompanhar, porém, ainda sim, vários pontos deixaram a desejar e me decepcionaram um pouco, já que comecei o livro com uma expectativa absurda de ser o livro mais emocionante que já li na vida.