O americano tranquilo

O americano tranquilo Graham Greene




Resenhas - O americano tranquilo


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Blog MDL 04/02/2018

Thomas Fowler é um correspondente britânico que passa a viver no Vietnã para cobrir a Guerra da Indochina. Durante o conflito marcado por grandes perdas humanas, ele conhece a bela Phuong, uma vietnamita que sonha em casar com um estrangeiro e sair do seu país. Mais velho e experiente que a jovem com quem se relaciona, ele já viu mais da vida do que seria capaz de enumerar. No entanto, durante todo aquele tempo, ele não recordava-se de possuir sentimentos de posse tão parecidos com o que estava sentido. E não era só a isso que ele possuía certa predileção, isso, porque, em um país onde bebidas e drogas eram servidas à vontade como um meio de aplacar as dores da perda, Fowler sempre estava disposto é mergulhar nos efeitos do ópio.

Nesse ínterim, o velho homem conhece o jovem idealista americano, Pyle, e de pronto, sente-se compelido a tolerá-lo e a ouvir as suas ideias de alguém tão influenciado pelos pensamentos do escritor fictício York Harding. Convivendo juntos naquele lugar destruído pela guerra, Fowler e Pyle tem uma dura missão pela frente: a de decidir quem será o primeiro a recuar na empreitada pelo amor de Phuong. Isso, porque, enquanto que o velho a mantém como amante em uma vida de prazeres carnais, o jovem anseia por casar com a mulher mesmo sabendo do seu passado. Em meio aos embates causados pelas desventuras amorosas desse peculiar triângulo, o plano de fundo narra uma história própria de dores, perdas e mistérios.

"O Americano Tranquilo" é o tipo de obra que permeia o imaginário dos leitores anglofános, principalmente por ter sido escrito pelo brilhante, Graham Greene. O escritor que mesmo sendo o titular de 60 livros ainda exercia a profissão de jornalista, morreu aos 87 anos de idade deixando para trás um verdadeiro retrato das relações humanas com todos os seus defeitos e peculiaridades. Não acredito que seja um exagero dizer que esse livro é um dos seus principais escritos, pois tratando das profanidades típicas de um relacionamento extraconjugal, ainda temos o "plus" advindo das dificuldades próprias de quem tem que escolher entre o amor e a amizade.

Apesar da história ter sido adaptada duas vezes para o cinema (1958 e 2002), confesso que ainda não assisti nenhum dos longa metragens. A razão para essa escolha foi a impressão forte e poética que a obra deixou em mim. Temi - e ainda temo - ver os filmes e me deparar com uma adaptação deturpado que se embase no romantismo ou pior, no enaltecimento da atuação americana em solo vietnamita.

Por ter sido o meu primeiro contato com o autor, senti-me uma estrangeira em meio a suas palavras, apesar da obra ser pequena e o autor direto com o que quer dizer, as divagações do personagem Fowler me causaram certo incomodo que eu não estava preparada para lidar. Principalmente, porque lendo o livro com o pensamento de uma mulher moderna, foi incontrolável o meu revirar de olhos diante das diversas passagens em que Phuong é tratada como uma mercadoria de troca não só pelo correspondente quanto pela irmã de sua amante. Sua voz nunca é ouvida e o que sabemos acerca dela é o que Fowler nos relata.

No entanto, há de se convir que isso é uma consequência direta da prosa do autor que se filia ao realismo e ao retrato fidedigno de uma sociedade maculada pelo preconceito e a objetificação feminina. Além disso, os tempos eram outros e por mais que se insista em colocar um olhar moderno sobre uma obra, há momentos que isso é impossível pois a insistência poderá acarretar na perda qualitativa do texto. Por todo o exposto, certamente essa não será a única obra do autor que lerei. Após a experiência enriquecedora que eu tive no que concerne as relações humanas e todas as suas conexões, jamais olharei para um livro de Graham Greene da mesma maneira.

site: http://www.mundodoslivros.com/2017/07/resenha-o-americano-tranquilo-por.html
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Paula 13/07/2016

Resenha completa no blog Pipa não sabe voar:

site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2016/07/o-americano-tranquilo.html
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Drahcir.Arierom 04/03/2021

Livro muito interessante, não sei se seria um romance, no sentido mais técnico, mas tem um pouco de aventura, alguma política, um pouco de história, pitadas de filosofia. Recomendo a leitura.
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Rodrigo Guergolet 24/12/2022

Triângulo amoroso
Confesso que a guerra me interessou mais do que a questão amorosa, mas as reflexões da personagem sobre o amor e se como ele é uma troca e as diferenças de sentir do ocidente para o oriente é fascinante.
Recomendo o Americano tranquilo que pra mim pode ser um livro de transição entre leituras mais densas, no entanto, sei deixar de ter seu grau de complexidade.
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