Gramatura Alta 01/05/2018
O PAPAI É POP foi escrito por Marcos Piangers, radialista, apresentador e colunista brasileiro. Através de crônicas, ele conta como é ser pai no mundo moderno: com crianças exigentes e pais cheios de trabalho e muito pouco tempo. O autor relata várias situações que viveu após se tornar pai e o quão radicalmente sua vida mudou depois que suas pequenas Aurora e Anita vieram ao mundo. Histórias engraçadas, fofas e emocionantes!
Assim que comecei a ler a obra, fiquei encantada com cada linha escrita. Na medida em que você lê, percebe tanto amor em cada relato, que se apaixona pela relação do autor com as filhas. A sensibilidade de Piangers é impressionante! Eu ri e chorei muito, porque, apesar de ser leve e divertido, é bem tocante a forma que o amor paterno é descrito e demonstrado o tempo todo.
Acompanhando o cotidiano da família pelas histórias contadas, fica evidente o quanto a vida conjugal é transformada após a chegada dos filhos, como as crianças crescem rápido e se tornam tão espertas. Aurora e Anita me cativaram muito, cada uma com sua personalidade, mas ambas muito inteligentes. É super divertido ver a forma como os pais lidam com tantos momentos constrangedores que seus filhos provocam.
No segundo volume, Piangers não abre mão de sua sensibilidade e seus bons conselhos, contando as maravilhas de ser pai e, também, as adversidades que acompanham o crescimento dos filhos.
A obra é iniciada com um texto de sua mãe, Eloisa Piangers, contando sua experiência de ser "mãe solteira": as dificuldades, a rejeição da família e a ajuda essencial dos amigos. Em suas palestras, Marcos fala sobre sua infância e o fato de sempre ter desejado conhecer o homem que abandonou sua mãe grávida; evidencia, também, tudo que aquele cara (e outros que fizeram o mesmo) perdeu ao desistir da paternidade. Para quem tiver interesse, é só pesquisar os vídeos do autor no YouTube, são palestras muito inspiradoras e tocantes, temos a sensação de que ele é sempre sincero e fala com o coração.
À partir daí, ele mostra a importância de um pai estar presente na vida da família, como é bom participar da educação das crianças e vê-las evoluindo diariamente. Ele também dá várias dicas a outros pais: esteja presente, aproveite os momentos (os filhos crescem rápido demais), todos os pais erram (não julgue), tome cuidado com o tempo que passa em frente ao computador e/ou usando o celular, faça o bem e dê o exemplo aos pequenos, etc.
O que achei incrível, foi como o autor critica várias atitudes machistas: valorizando mães que criam seus filhos sozinhas e têm de lidar com os comentários maldosos das pessoas e com a rejeição e críticas de familiares ignorantes; e também afirmando que os pais devem participar das tarefas diárias e cumprir com seus deveres, como: trocar fralda, dar banho, alimentar, colocar para dormir, etc, porque são coisas básicas e não é só obrigação da mãe. Na crônica "A coisa mais comum do mundo", ele relata que, apesar de "ser pai" é algo muito corriqueiro, na maioria das vezes, os homens não sabem como cuidar do próprio filho, considerando a criação machista que receberam com a ideia fixa de que brincar de casinha os tornaria afeminados.
As edições são bem fofas e com várias ilustrações, possuem uma linguagem bem tranquila e despojada, tornando a leitura rápida e fácil. Apesar de possuírem histórias curtas, elas são muito bem escritas e repletas de sentimentos. Indico a série O PAPAI É POP para aqueles que apreciam livros leves e sensíveis, pois neles vemos o amor incondicional de um pai descrito em forma de crônicas.
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