Pri | @biblio.faga 10/06/2020
Disponível no catálogo do Kindle Unlimited, o e-book chama atenção pelo título.
Contudo, a promessa e expectativas geradas pelo titulo, infelizmente, para mim, não se concretizaram plenamente.
Taís Bravo começa o livro com uma citação maravilhosa de poeta Alice Ruiz:
“era uma vez uma mulher |que via um futuro grandioso |para cada homem que a tocava
um dia |ela se tocou...”
Assim, eu esperava mais pungência dos “recortes de memória” e sobre o processo, lento e muitas vezes solitário, de “se tocar” como mulher de “pensamentos admiráveis” em uma sociedade inegavelmente machista e misógina.
Contudo, deve-se admitir a força da prosa de autora e a capacidade de identificação em determinados trechos. Ademais, terminei com vontade de ler “Uma espiã na casa do amor” da Anais Nin e “A Náusea” do Jean-Paul Sartre, bem como em prosseguir na leitura de Simone de Beauvoir, fatos que, por si só, já fizeram valer a leitura.
~ Quotes:
“Se, nessa sociedade, meu corpo é um objeto, para ser verdadeiramente amada, preciso ser admirada pelo o que penso. Então, obviamente, estudei com cuidado quais pensamentos são admiráveis.”
“... como o pacto que uma mulher repete diariamente. Se colocar diante do espelho e preparar sua cara para que esteja pronta aos outros. Colar os pedaços soltos de sua existência em uma unidade, uma forma possível: um rosto de mulher, preferivelmente belo. Achei forte e único”.
“Como é bom, imagino, uma mulher |livre como se fosse um homem.
Mas, enquanto escrevo, nunca esqueço | dos dedos de onde partem | as minhas palavras”.
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