O Quarto de Jacob

O Quarto de Jacob Virginia Woolf




Resenhas - O quarto de Jacob


61 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Samantha @degraudeletras 30/09/2019

O quarto de Jacob é o terceiro livro escrito pela autora inglesa Virgínia Woolf, mas o primeiro que ela ela escreveu sentindo-se livre para criar a sua própria maneira de narrar, pois até então precisava seguir os ditames da editora do irmão sobre os padrões a seguir.

Esse livro traz a história de Jacob, personagem que conhecemos por meio do olhar das pessoas que o rodeiam. O enredo é desconstruído e fragmentado em diversos momentos que o jovem aparece na vida dos conhecidos. Por causa dessa forma de narrar, o livro é comumente associado a escola artística impressionista, uma vez que não há delimitação das formas, mas uma turva construção.

A partir dessas diversas perspectivas, percebemos Jacob como um rapaz de boa família e rico, educado, tímido e muito dedicado ao estudo do Grego, ele chega a viajar para a Grécia e Roma para conhecer os clássicos da cultura europeia. Esses olhares construíram um personagem sem ele nem ao menos ser o principal narrador ou haver um narrador onisciente para descrevê-lo.

A estrutura da narrativa é o que mais chama a atenção durante a leitura, não a história em si, uma vez que não há um fluxo contínuo. Talvez o experimentalismo de Virgínia nessa obra cause estranheza ao leitor, desde as composições frasais à estruturais.

É claro que aquele olhar perspicaz sobre a sociedade e o ser humano está presente aqui também. Interessante destacar dois momentos, a exemplo do referido: primeiramente quando uma senhora está aterrorizada por encontrar-se numa cabine do transporte coletivo com um homem, o seu terror é palpável e a todo momento ela planeja como poderá se defender caso ele tente algo "Decidiu que atiraria o vidro de perfume com a mão direita, e com a esquerda puxaria o fio do alarme" P. 45, sensação bastante comum até hoje, em que as mulheres se sentem ameaçadas na presença de homens desconhecidos, o lado feminista de Virgínia diz olá (rs).

Em outro momento, ela ressalta a incrível habilidade humana de se distrair "Sem dúvida, nossa visa seria muito pior sem o nosso espantoso talento para a ilusão" P. 188, não sei qual a intenção da autora no texto original, mas entendi o ato de ilusão como a capacidade submergir-se em criações culturais para afastar-se da vida real, não necessariamente de criar realidades inexistentes (como em casos amorosos, por exemplo), e isso é bem pertinente! Quantas vezes o leitor não mergulhou em histórias e dramas para fugir de uma realidade insossa ou discrepante da ideal ?! A arte nos salva!

Não sou a leitora mais assídua de Virgínia Woolf, devo ter lido uns 4 ou 5 livros livros dela, mas é possível perceber como alguns elementos se repetem em suas obras, como em A Viagem, que Mrs. Dalloway (protagonista de um outro romance seu) aparece de passagem, ou em Flush, cachorrinho cocker speniel, a mesma raça que aparece em O quarto de Jacob. Enfim... Há traços que perduram por suas obras.

Em O quarto de Jacob também há um flash do que mais tarde colocaria fim à vida de Virgínia (como já ocorrera em A Viagem anteriormente quando uma personagem descreve a agonia de submergir em águas pesadas), pois uma das personagens pensa em matar-se no Rio Tâmisa: " - Bem, posso me afogar no Tâmisa - chorava Fanny Elmer, passando depressa pelo Asilo de Órfãos" P. 191. A autora cometeu suicídio aos 59 anos, momento em que encheu os bolsos de pedras e entrou no Rio Ouse, seu corpo fora encontrado apenas semanas depois.

Diante de uma explosão de técnica, que caracterizou de vez Virgínia como uma escritora modernista (com traços impressionais, nesse romance em especial), podemos perceber muito da autora ao longo das páginas.

site: https://degraudeletras.wordpress.com/
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Grace @arteaoseuredor 22/03/2020

Aguardando embarque...


?Terceiro livro de Virginia, mas o primeiro publicado pela editora dela e do marido, Leonardo Woolf, seus dois primeiros romances foram publicados pela editora de seu irmão, um conservador.
Agora ela se sentiu livre para escrever da forma que queria. Acho que é um livro bem experimental, ela estava se descobrindo e isso para uma escritora deve ser maravilhoso.
?No livro acompanhamos Jacob, de criança à adulto. A história tem inúmeros personagens que aparecem e desaparecem de forma rápida, sobre alguns conseguimos saber um pouco mais, não consegui me envolver com nenhum personagem, incluindo Jacob. Um livro difícil de ler, e depois de um tempo até desisti de tentar entender tudo, o interessante dele é perceber a liberdade da autora, e essa total desconstrução da história.
?A passagem de Jacob na Grécia, foi uma homenagem da escritora ao irmão Thoby que morreu de tifo, depois de uma viagem que os irmãos fizeram a Grécia e a Turquia.
?"Parece, portanto, que homens e mulheres falham igualmente. Parece que não conhecemos em absoluto uma opinião profunda, imparcial e absolutamente justa sobre nossos próximos. Ou somos homens, ou somos mulheres. Ou somos frios, ou somos sentimentais. Ou somos jovens, ou estamos envelhecendo. Em qualquer caso, a vida não é senão uma procissão de sombras, e sabe Deus porque as abraçamos tão avidamente e as vemos partir com tal angústia, já que não passam de sombras."
comentários(0)comente



jaircozta 30/04/2020

Virginia Woolf - força atemporal
#livro O Quarto de Jacob
#autora Virginia Woolf

Virginia Woolf (1882 ? 1941), como Clarice Lispector no Brasil, é uma potência poética da geração modernista britânica. As novas estruturas narrativas, o desafio e a ruptura com normas pré-concebidas, o pensamento filosófico e científico; tudo isso encontramos em suas obras e, melhor, com o estilo inconfundível desta genial escritora. A literatura de Woolf é, sem dúvidas, desafiadora, mas, após o mergulho em seus textos, não queremos mais emergir.

"O Quarto de Jacob" foi um de seus primeiros livros, sendo publicado originalmente em 1922, bem no início do Modernismo. Muito embora seja uma obra que não trata sobre queers, especificamente, traz as reflexões feministas e sociais que Virginia sempre pautou em sua obra. A importância de falar desta escritora reside no fato de que temos informações históricas claras acerca de sua homossexualidade e dos problemas em seu casamento de 29 anos com Leonard Woolf - com quem não mantinha relações conjugais, mas mais profissionais e coexistenciais (como sugere a biógrafa argentina Irene Chikiar Bauer no livro "Virginia Woolf: la vida por escrito). A riqueza das discussões sobre gênero, sociedade e feminismo em sua obra é de extrema importância para a literatura e para garantia de abertura dos espaços para mulheres no mundo ocidental, principalmente na literatura. Estamos falando de muita representatividade, muita genialidade e muita coragem.

No livro, é narrada a vida de Jacob Flanders por meio da percepção das mulheres que com ele conviveram, passando pela infância através do olhar de sua mãe, Betty, até sua jornada acadêmica e sua personalidade meio antissocial, informação que sabemos por meio de uma de suas amigas, e enfim, entendemos um pouco sobre sua vida como adulto e seus relacionamentos amorosos, especificamente com uma garota de classe social inferir à dele. Como um quebra-cabeça ou um mosaico, vamos juntando as peças dessa narrativa, dessa vida, a fim de entender quem Jacob é e o que busca.

A leitura é fragmentária e tudo se passa num fluxo muito intenso e profundo. É uma narrativa sensível, solitária e muito revolucionária para a época em que foi escrita. Imprescindível a leitura e importantíssimo conhecer, principalmente, esta escritora sublime que foi e é Virginia Woolf.

O site farofafilosofica.com disponibilizou, para download, 13 obras de Virginia Woolf, dentre elas "O Quarto de Jacob" e "Orlando". Acessem e aproveitem a leitura!
comentários(0)comente



Joao.Paulo 02/06/2020

mal resenhado
Quarto de Jacob (1922, Virginia Woolf), lida de uma forma bem única com o tema da (in)definição de uma persona. O livro é permeado por um caos de personagens, diálogos e descrições que buscam construir um contexto e nos dar algumas pistas dos traços da personalidade de Jacob. É de certa forma um tentar desvendar o personagem sem realmente tentar, não de forma direta, como uma frase do próprio livro diz: ''Não adianta tentar resumir as pessoas. É preciso seguir as pistas, não exatamente do que é dito, tampouco plenamente do que é feito.

É um livro que nega tanto a objetividade quanto a sua formalidade, aqui, somos levados por diálogos e divagações que, diferente das de Mrs. Dalloway, acabam por não ter uma conexão ou que necessariamente levem a uma convergência de fatos; aqui tudo é efêmero, e sendo-o, nada acaba por realmente ser. Todas as frivolidades podem agregar sentido para a construção da persona de Jacob e de seu narrador. Isso seria um resumo rude do que o livro realmente é.

O que mais me interessou é essa ideia de como a luz acaba moldando e é moldada pelos espaços. O contexto não é só social no sentido da massa de pessoas, mas também é ambiente. Para se usar de duas analogias colocadas no livro, é a não dissociação do osso com o esqueleto, convergindo com a multiplicidade das coisas que se torna unidade, e que, mesmo assim, pode espirar rapidamente.

site: https://www.instagram.com/malresenhado/
comentários(0)comente



Jéssica 06/06/2020

Memórias
Virgínia te leva pela vida de Jacob, através das pessoas que passaram por sua vida.
Uma das coisas que torna difícil a leitura é a parte mais interessante do livro: a perspectiva. Algumas vezes, ela te mostra as cenas como um terceiro distante, outras, conta o que aconteceu através dos pensamentos e atitudes dos personagens.
Isso pode ser frustrante e cansativo, especialmente se você é acostumado a ser um "leitor onisciente". Mas, se você se deixar levar, as peças vão se encaixando aos poucos.
Achei bonito, por me fazer enxergar a vida por meio das impressões que deixamos uns nos outros.
Recomendo!
comentários(0)comente



João Malafaia 06/06/2020

Me decepcionei
Amo Woolf mas não rolou com esse livro, a escrita dele é enrolada demais, mas não do jeito bom de Mrs. Dalloway. E o Jacob é um personagem bem insosso e arrogante.
comentários(0)comente



Marcos Nandi 17/11/2020

Tédio
Terceiro livro que leio da autora. Mas, esse não gostei. Custei para terminar a leitura. Tedioso. Chato.

Apesar de amar o fluxo de consciência, nesse livro achei confuso e fragmentado. Além do mais, não tem enredo. E os personagens são chatos.
comentários(0)comente



Stella F.. 16/12/2020

Difícil mas interessante!
Achei bastante difícil a leitura. As cenas se entrelaçam e temos que prestar atenção para nos situar.
O protagonista, Jacob, circula em teatros, fala de livros, tem grandes discussões. Conhece pessoas lugares e se relaciona com várias mulheres, todas apaixonadas por ele. Os amigos também o admiram muito e queriam ser como ele. Mas não sei dizer se gostei ou não do livro. Pareceu meio solto. Os personagens surgem e vão embora e o Jacob parece meio etéreo. Ele viaja pela Cornualha, Paris, Itália e Grécia e sabemos pelas pessoas que convivem com ele, as impressões dos locais referidos.
Jacob circula por vários ambientes, mas parece que ele não está ali, mesmo sua relação com irmãos e mãe parecem distantes, é como se ele estivesse fora de cena, só observando.
O livro é bastante descritivo e não palpável, como concordei com outras pessoas que analisam esse livro, que V. Woolf estava influenciada pelo impressionismo.
Jacob está sempre discutindo um livro, uma peça de teatro, ou está se relacionando com uma mulher: uma amiga de família, uma prostituta, uma mulher mais velha, única pela qual se apaixonou. Todas as mulheres do livro ficam a espera de sua volta, daquele a quem admiram e tem em alta conta.
Foi estudar em Cambridge, e possuía amigos que se juntavam para discutir e os argumentos dele eram sempre fortes, como se ele fosse um líder, mesmo nos parecendo estar na sombra. Depois vemos ele trabalhando e depois viajando pelo mundo.
Apesar de bastante hermético várias passagens me chamaram a atenção, por serem muito interessantes e bonitas, uma delas quando fala da troca de correspondências: “ Pensemos em cartas – em como chegam na hora do café da manhã e à noite, com seus selos amarelos e os verdes, imortalizados pelo carimbo postal – pois ver o nosso próprio envelope na mesa de outra pessoa é entender com que rapidez nossos textos nos deixam e se tornam alheios. {..} A mão que as escreveu é quase imperceptível – quanto mais a voz ou a expressão do olhar. Ah, mas quando o carteiro bate e a carta chega, o milagre parece sempre repetido – a linguagem que tenta falar. Veneráveis são as cartas, infinitamente audaciosas, desamparadas, e perdidas. Sem elas a vida se esgarçaria”.

comentários(0)comente



Sanchez 25/01/2021

Chato, chatíssimo, enfadonho...
Voltei ao "Entre os Atos", como nessa leitura, na mesma altura praticamente, tive que apelar pra duas resenhas. Agora esta fazendo mais sentido, porém meus sentimentos sobre a autora retornaram a primeira obra que li, a que eu citei e a última escrita. E agora, sabendo que o livro em questão é o primeiro sob a tutela de editora própria da autora, percebo pq o segundo escrito e que li, Noite e Dia, tinha uma tipografia completamente diferente, e muito mais agradável pra mim. Ainda pretendo ler o primeiro, A Viagem, e pra mim talvez o último dela que eu vá tentar. Quanto ao Quarto de Jacob, NÃO recomendo. Infelizmente ainda não consigo abandonar livros, teria me poupado sofrimento, rs. Monte de cenas soltas, personagens demais, quase nada de diálogos.
comentários(0)comente



Luis.Gengibre 12/02/2021

Onde nós terminamos até nossos quartos começarem
Sigo na odisséia de ler as obras de Virginia Woolf. Infelizmente essa edição vem com um prefácio que entrega da estória muito mais do que contextualiza, dessa forma explicando novidades muito antes delas sequerem supreenderem. Talvez um posfácio fosse mais cabível.
Contudo, a obra de Virginia segue seu próprio ritmo em uma liberdade absoluta de vozes, ações e personagens que se misturam, de fato, no cenário e todas as suas complexidades compostas de falas (as vezes pela metade) e trejeitos que se repetem sutilmente, se assim a autora desejar. Magnífico e um marco na literatura da época.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Elisa.Motta 28/03/2021

Fazer uma resenha desse livro é um pouco difícil pra mim. Ele tem tantas nuances disfarçadas na história de criação do Jacob, conta a história de uma mãe criando crianças pequenas sozinha, conta a descoberta do amor, fala sobre filosofia e política, mas no fim, fala mesmo sobre a experiência e descobertas das relações humanas. De viver um mundo complexo.
comentários(0)comente



romulo mafra 03/10/2009

Woolf começa a experimentar
após terminar Opus Pistorum, passei pra outro livro completamente diferente: O Quarto de Jacob, de Virginia Woolf (tradução de Lya Luft). neste livro, Woolf começa definitivamente a praticar seu experimentalismo literário que a deixou ainda mais famosa. já no começo, percebe-se os personagens que aparecem e somem logo depois, pra não voltar mais à história, enquanto vai se contando a vida de Jacob. poesia literária pura! vale a pena!
comentários(0)comente



61 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR