Reflexões Autobiográficas

Reflexões Autobiográficas Eric Voegelin




Resenhas - Reflexões Autobiográficas


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Edu 20/08/2022

Erich Hermann Wilhelm Voegelin, foi um Filosofo germano-americano nascido em Colônia, na Alemanha em 3 de Janeiro de 1901 e faleceu em Stanford, na Califórnia(EUA) em 1985. Eric Voegelin viveu na Áustria, em Viena até 1938, tendo que se mudar às pressas para os Estados Unidos por conta do de sua nítida oposição ao Nacional-Socialismo de Hitler.

Reflexões Autobiográficas é a transcrição de uma série de entrevistas que Voegelin concedeu a seu aluno Ellis Sandoz entre 26 de junho e 7 de Junho de 1973. O livro foi corrigido pelo próprio Voegelin e anexado à obra de Ellis Sandoz (Sobre Eric Voegelin), com o Título Memória Autobiográfica. Somente em 1989(após a morte de Voegelin) o livro foi publicado separadamente.

No livro em questão vemos um panorama fantástico da vida de Eric Voegelin, sua infância, sua vida acadêmica, suas influências, como surgiram alguns conceitos, a importância do pensamento clássico pra sua reflexão, bem como a característica que o destacou tanto, ser um Scholar. Voegelin era um pensador multidisciplinar, como exemplo poderia citar a longa pesquisa sobre Biologia, Genética e seu pares, afim de escrever uma obra pra demolir a ideologia de Raça do Nacional-Socialismo(Nazismo) Alemão. A pesquisa teve como resultado o Livro Raça e Estado. Esse livro custou a paz de Voegelin, pois teve a Gestapo no seu encalço até conseguir escapar pra América.

Quem quiser mergulhar no pensamento de Voegelin "Reflexões Autobiográficas" é a melhor porta de entrada, conforme as palavras de Sandoz:

"Esse livro oferece a melhor introdução possível à vida e ao pensamento deste que foi um notável Scholar e talvez o maior filósofo de nosso tempo".
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Disotelo 17/01/2021

Introdução
Esse livro funciona como uma introdução um tanto transparente ao pensamento de Voegelin de modo que gostar dele passa muito por gostar do pensamento de Voegelin.
Pelo que eu entendi até agora pelas minhas pesquisas, o pensamento de Voegelin é muito problemático, mas interessante pra entender o mundo aonde vivemos, especialmente em uma época como a nossa.
Problemático pq Voegelin é um teólogo metido a filósofo, ele usa um critério super rigoroso pra com os filósofos modernos e outro super complacente com as religiões tradicionais. Veja, não sou contra as pessoas aderirem a religiões tradicionais, "existem muito mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia", eu mesmo tenho minhas crenças, eu acho que existem lacunas que a razão é incapaz de preencher, e nelas cabem a fé a a especulação, mas isso é uma região pra além da filosofia, a impressão que eu fiquei é que Voegelin tenta dar um verniz racional pra questões que não são racionais. Voegelin é agressivo na hora de acusar os outros de desonestidade, mas será que ele é honesto quando procede dessa forma? Creio que não. Tem outras acusações que são feitas contra Voegelin que parecem procedentes, dele ser muito vago na definição dele de gnosticismo, dele forçar relações históricas entre grupos gnósticos antigos e pensadores como marx e Comte. Tem um vídeo feito por um canal chamado Socran, ele fala bastante sobre essas críticas, chegando a citar Kelsen, é longo mas me agradou https://www.youtube.com/watch?v=OsCYBvZVRwY
Mas tem uma coisa que me agrada em Voegelin que é o lance das religiões políticas.Creio que os movimentos políticos seculares herdaram estruturas mentais das religiões e que Voegelin é um pensador interessante pra lidar com essas questões. Serve, inclusive, como crítica aos olavistas, que hoje são os principais divulgadores do Voegelin no Brasil, mas que encorporaram as características que Voegelin critica, isso serve tbm pra outros grupos, muitos deles adversários dos olavistas.
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Matheus.Araujo 24/11/2020

A apresentação ao mestre de Colônia
Publicado pela primeira vez na coletânea The Collected Works #34, essa transcrição de uma entrevista é a síntese - e ao mesmo tempo a introdução - da vida e trabalho de Erich Hermann Willhelm Voegelin. Com 73 anos na data da transcrição, vemos um Voegelin experiente e confiante no seu trabalho, conversando com naturalidade sobre vários pensadores (numa sinceridade cômica) e milhares de anos de história, intercalando com etapas da sua vida. É estimulante ter contato com a vida de um intelectual erudito de primeira classe com domínio em Filosofia, História, Religião, Política, sua paixão aos estudos de praticamente toda a história política humana, sua filosofia da consciência e da história, seu interesse em simbologia, seu diagnóstico dos males de ideologias - nazifascismo, socialismo, positivismo - e seu palpite para o futuro da sociedade.
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Guilherme.Augusto 14/09/2020

A base de Voegelin
Sempre lia em outras obras o nome de Eric Voegelin, até citado como o maior filósofo do século XX. Não sei ao certo se realmente foi. O que eu posso afirmar, em se tratando do seu conteúdo - e aí englobo todo o seu arcabouço de estudos, de experiência, de fontes e, principalmente do compromisso com a verdade, é de que ele me mostrou nesta obra a sua face, o homem leal aos seus princípios. Sua honestidade é revigorante!

Li também em algumas resenhas, de que esta seria a melhor obra para iniciar a caminhada voegeliana. Concordo. Pelo simples fato do próprio autor confirmar. O título passa essa mensagem.

Fiquei admirado com a clareza dos seus pensamentos, da maneira em se expressar, de forma bem direta e concisa. Nada de floreios, de maquiagem, cortinas ou algo do gênero. Afinal, ele preza muito por isso, pela realidade.

Tenho certeza de que lerei mais Voegelin. Quero me aprofundar sobre suas obras e acredito que não irei me arrepender, muito pelo contrário, só tenho a ganhar!
Jamile.Almeida 14/09/2020minha estante
Nunca li nada dele, so superficialmente sobre sua filosofia... anotado! A lista de livro só aumenta! Kkkkk


Jamile.Almeida 14/09/2020minha estante
*livros


Guilherme.Augusto 15/09/2020minha estante
Olha, creio que você vai gostar dele e da sua filosofia. Sem falar que o mestre Mises foi seu professor! hahaha




Phelip 01/07/2020

É um livro que apresenta a bibliografia intelectual do Voegelin. A despeito de ser um dos filósofos mais profícuos do seu século apresenta conceitos com clareza e objetividade. As notas explicativas do texto são mais difíceis que o texto em si. Excelente introdução ao pensamento do Voegelin.
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fabio.ribas.7 03/02/2020

Eric Voeglin e a Escola roubada
Com imenso prazer fiz a leitura de “Reflexões autobiográficas” de Eric Voegelin nesta tarde chuvosa de sábado. Digo “imenso prazer”, porque, verdadeiramente, foi uma alegria intelectual inesperada este encontro com Voegelin. Um verdadeiro gigante, um scholar, um cientista político culto no melhor sentido do adjetivo.

O livro é uma edição belíssima da É Realizações e que faz parte da Coleção Filosofia Atual da Editora. A É Realizações tem-se empenhado em trazer uma luz à miséria da vida intelectual brasileira, publicando títulos inéditos, mas fundamentais para a formação de um país que muito precocemente resolveu amputar a herança européia que poderia ter recebido mais duradouramente da tradição lusitana.

A Editora É Realizações, então, parece ter abraçado a missão de colaborar para que o Brasil não mergulhe (ainda mais) naquilo que o próprio Eric Voegelin demonstra como sendo o que entronizou o nazismo no poder: “O fenômeno de Hitler não se esgota em sua pessoa. Seu sucesso deve ser situado no quadro geral de uma sociedade arruinada intelectual ou moralmente, no qual figuras que em outros tempos seriam grotescas e marginais podem ascender ao poder público por representarem formidavelmente o povo que as admira”. Diante das palavras de Voegelin, é impossível não pensar no fenômeno do PT, nos mensaleiros e no messianismo encarnado por Lula. Contudo, será que ainda há tempo de criarmos e investirmos numa geração que olhe o passado e seu legado, procurando aprendê-lo, discernindo-o e traduzindo a Tradição em homens com a envergadura espiritual que tanto precisamos? Ou será que já seria tarde demais?

O livro é uma “história da formação intelectual de Voegelin” contada por ele mesmo. São vários os temas que ele aborda, desde sua experiência na efervescente Viena do seu tempo até o exílio nos Estados Unidos. Voegelin impressiona qualquer leitor que pense que já leu ou que conhece alguma coisa da vida erudita. Exatamente por essa vastidão expressa em suas reflexões autobiográficas é que me delimito, neste texto, ao segundo capítulo do livro. Por quê? O diminuto segundo capítulo fala sobre a imensa formação dele no ensino secundário e não há como ler aquelas páginas sem ficar com uma estranha sensação de assalto. Sim, assalto, aquela forte impressão que os discursos enjoados da Nova Pedagogia, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, esse ensino visando o aluno como ator principal no palco da escola, "ensino por meio de projetos", essa educação que supervaloriza o que o aluno traz de casa e da rua, entre tantas outras vilanias que o leitor já conhece tão bem... Na verdade, todos esses discursos enjoados encobrem o fato de que estamos sendo enganados, roubados, lesados nas oportunidades intelectuais que deveriam oferecer aos nossos jovens e não estão.

Quero fazer-me entender melhor. Durante sua escola secundária, Eric Voegelin diz que frequentou um Real-Gymnasium e ali teve oito anos de latim, seis de inglês e, como matéria opcional, dois anos de italiano. Não fosse isso suficiente, os pais de Voegelin ensinaram francês em casa para ele! Realmente, estamos diante de um outro mundo. Mas, veja, Voegelin não nasceu durante a Idade Média e nem tão pouco viveu o Iluminismo do Século XVIII. Estamos falando de uma realidade de apenas um século atrás e que, como se percebe, foi rapidamente corroída pela Nova Escola. Aliás, sinceramente, não sei se tivemos por aqui alguma escola em que “um dos pontos altos” do ensino secundário tivesse sido o estudo de Hamlet, durante todo um semestre, interpretado segundo a psicologia da Geltung de Alfred Adler! Nem sei se tivemos professores que durante a oitava série de alguma escola brasileira ensinaram tão bem matemática e física que, ao final do ginásio, “éramos capazes de nos interessar pela Teoria da Relatividade, que se tornara célebre havia pouco tempo”.

Ou mesmo Universidades cujos estudantes pudessem experienciar já no primeiro semestre de seus cursos do testemunho de Voegelin, que já se encontrava “cansado do assunto (ele está falando sobre o marxismo), pois cursara disciplinas de teoria econômica e história da teoria econômica e aprendera o que estava errado em Marx”.

Diante do testemunho de Eric Voegelin, eu nem prosseguirei para dizer sobre a Universidade dele: seus professores, os mestres e doutores do quadro docente, etc. Contudo, gostaria de compartilhar com o querido leitor essa estranha sensação de ter sido roubado naquilo que, na verdade, nem sequer por um dia foi-me oferecido pela Escola Brasileira, essa tão alienada "Escola para todos"...

site: https://www.facebook.com/fabio.ribas.7
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pedrocipoli 09/12/2018

Intelectual de verdade
Minha motivação para ler este livro foi bastante simples: diversos autores altamente gabaritados usam Voegelin como base para criar seus raciocínios. Li alguns textos dispersos do autor e achei inacreditável a forma como ele trata os assuntos. Há uma lucidez e clareza nos seus escritos que está em falta atualmente, além de uma capacidade formular conceitos de enorme importância sem jamais tirar o pé da realidade concreta.
O primeiro ponto que me chamou a atenção é que Voegelin não “cria” uma teoria e força a realidade a se encaixar nela. Vai aos poucos, analisando minuciosamente a própria realidade e criando conceitos para abarcar casos reais. Entre eles o conceito de “Segunda Realidade”, uma espécie de mundo paralelo descolado da realidade. Conceito que explica os ideólogos de qualquer vertente: pessoas que acreditam estão apenas preocupadas com suas teorias, ainda que elas nada expliquem e que não façam sentido no mundo real. Isso reforçado, claro, pela “proibição de perguntar”, já que são teorias que não resistem a exames minimamente honestos (assim como a “recusa de perceber”).
“Reflexões autobiográficas” conta o desenvolvimento de um dos maiores pensadores da humanidade, alguém que é desconhecido por nossa “elite intelectual” exatamente por ter uma obra dedicada a mostrar que a grande maioria dessa elite só fala e escreve bobagens. É a história de um homem que aprendeu um idioma atrás do outro para ler obras consagradas no original e extrair seu significado como os autores realmente disseram. Alguém que coloca Karl Marx no chinelo, expondo a completa estupidez proposta por ele.
O que me chamou a atenção é que Eric Voegelin possui uma humildade ímpar para descrever sua trajetória. Viveu os “tempos áureos” da Áustria, do final do século XIX até os anos 30 do século XX, sendo contemporâneo de Ludwig von Mises, Hayek, Schumpeter, Wittgenstein, Max Weber, Hans Kelsen, entre outros. Uma época de “intelectuais” de verdade, pessoas que lemos até hoje pela originalidade e brilhantismo da obra que produziram.
Outro ponto é que Voegelin não se preocupada em ser apenas um intelectual, preso em uma “torre de Marfim”, mas tinha contato com a realidade concreta (atuava na Bolsa de Valores). O que explica o poder de sua obra, diferentemente dos intelectuais atuais, que ficam presos em seus escritórios sem o menos contato com o mundo real, mas que juram saber como tudo funciona, como funcionou e como deve funcionar.
Além disso, passou por problemas reais, como a ascensão do Nazismo, que identificou como problema já nos primeiros anos, e acabou tendo que fugir da Áustria para salvar a própria vida. Como diria Nassim Taleb, Voegelin “arriscou a própria pele”, o que explica o enorme contato dos seus escritos com a realidade concreta.
Fico triste que hoje temos como “intelectuais” Leandro Karnal, Cortella e a "filósofa" petista Márcia Tiburi (que dizer, são intelectuais na acepção do termo de “trabalhar com ideias”, ainda que sejam ideias imbecis, quando não criminosas), autores sem uma bagagem intelectual para serem alunos do primeiro semestre de uma aula de Voegelin. Internacionais também, em especial quando pessoas como Noam Chomsky ou Thomas Piketty são tão badalados (quando não estão apenas errados, mentem em favor da própria causa).
Este livro é um saudável lembrete de que existem intelectuais que honram o termo, com ideias belíssimas e contato firme com a realidade. Recomendo brutalmente a leitura como ponto de partida para obras posteriores do autor, além da curiosidade em si pelo livro e pelas teorias abordadas an passant.
Lucas.Miguel 09/12/2018minha estante
Muito massa o que você escreveu. Estava querendo ler o Voegelin, iria começar pelo Ordem e História - Volume 1: Israel e a revelação mas vou começar com por esse. Parabéns pela resenha!




Dissensão e Tréplica 12/11/2017

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site: https://dissensaoetreplica.wordpress.com/2016/09/15/conheca-reflexoes-autobiograficas/
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