O Quinto Evangelho

O Quinto Evangelho Ian Caldwell




Resenhas - O Quinto Evangelho


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Antunes 23/03/2022

Meio thriller, meio histórico...
Quando comecei a ler O QUINTO EVANGELHO, imaginei algo completamente diferente. Até porque, a capa mesmo promete uma história de tirar o fôlego!

Porém ele parece uma colcha de retalhos, longe disso ser um problema! No meu a parte do thriller investigativo tornou-se totalmente secundário... e fiquei muito mais interessado na parte histórica trazida pelo autor!!

Vou fazer uma resenha em vídeo sobre o livro, mas se vc quer um livro com trama ágil... Há outros do estilo esperando vc... Esse é mais profundo!!!
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Barbara Hellen 02/06/2020

@cactosliterarios
Amo ler livros que me prendem do início ao fim! Não imaginava que isso aconteceria com “O Quinto Evangelho”, de Ian Caldwell - um livro que nunca tinha ouvido falar! Mas achei a história tão legal que realmente não desgrudei. Me lembrou um pouco de Dan Brown, pois ele utiliza fatos históricos para construir essa narrativa e também muito mistério pra nos deixar ainda mais curiosos.
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A temática é bem interessante: uma misteriosa exposição nos Museus do Vaticano sobre a relíquia mais controversa do catolicismo, o Sudário de Turim, pode acabar com os esforços do Papa em reconciliar a Igreja Católica Romana e a Ortodoxa. Porém, pouco antes da estreia, o curador da exposição é encontrado morto e dois irmãos padres (um da Igreja Católica Romana e outro da Igreja Católica Oriental) se veem presos no meio dessa investigação.
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Mesmo sendo uma ficção, o livro despertou ainda mais a minha curiosidade em entender e conhecer história das religiões - um desejo antigo - e começar a me aprofundar no tema pela religião que fui batizada. Mas, quem sabe em 2021, né?

site: www.instagram.com/cactosliterarios
Leitura e . 02/06/2020minha estante
Oii.. Bom diaa.. Tudo bem?... Desculpa por interromper sua leitura, mas gostaria de te convidar a me seguir no Instagram para acompanhar minhas leituras... te espero lá...?
Obrigado.
@leituraeponto




Rafa 09/07/2021

Uma trama eletrizante sobre uma verdade que pode abalar o futuro da igreja Nos últimos meses do pontificado de João Paulo II, uma misteriosa exposição é montada nos Museus do Vaticano. Seu curador, Ugo Nogara, alega ter descoberto um grande segredo sobre o Sudário de Turim, porém, uma semana antes da abertura da polêmica mostra, ele é encontrado morto nos jardins da residência de verão do papa. Na mesma noite, a casa dos padres Alex e Simon Andreou, amigos de Ugo e seus ajudantes na exposição, é invadida por um estranho. A polícia não consegue encontrar um suspeito, e Alex inicia sua própria investigação. Para encontrar o culpado, ele precisa descobrir o segredo mantido por Ugo a qualquer custo. Mas, à medida que começa a compreender a verdade, ele percebe que suas ações podem trazer consequências imprevisíveis para o futuro da Igreja Católica.

A melhor coisa do livro pra mim foi a parte histórica. O autor mostra muito bem toda sua pesquisa para escrever sua obra e faz uma contextualização muito boa da teoria que dá base a tudo. Aprendi muita coisa que não sabia. Nesse sentido, o livro acaba sendo, além de entretenimento, uma fonta de informação muito rica sobre os evangelhos bíblicos, o santo sudário e a história que envolve a ruptura entre a igreja católica romana e a igreja ortodoxa. Toda essa abordagem foi muito didática!!!

Na parte do thriller, eu achei ficou um pouco a desejar. Ele consegue cruzar as tramas pessoais dos personagens principais, que são interessantes. Tudo é muito bem explicado no final. Mas faltou ser empolgante. Longe, muito longe de ser ruim, mas não me atraiu tanto quanto a parte histórica. Faltou o fator impactante!!

Por essas observações, eu digo que se você gosta de livros históricos, O Quinto Evangelho é uma boa pedida que ainda vem com uma trama de suspense. Porém, se você for ler só pelo thriller, talvez sua experiência não seja tão boa. A parte de História domina o livro, mas é excelente!!!

site: https://www.instagram.com/p/COJSjbOLMtk/?utm_source=ig_web_copy_link
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.Igor 11/04/2024

Dessa vez, iniciarei fazendo uma pequena adaptação da sinopse oficial: acho que contexto vai ser necessário, especialmente porque o texto ficou mais extenso que o esperado. Dito isso, vamos lá. 

Nos últimos meses do pontificado de João Paulo II, uma misteriosa exposição é montada nos museus do Vaticano. Seu curador, Ugo Nogara, alega ter descoberto um grande segredo com base em pistas fornecidas pelos quatro evangelhos - e um quinto, um milenar manuscrito que reúne todos eles, o Diatessarão - sobre a relíquia mais controversa do Cristianismo: o Sudário de Turim. Segundo ele, há provas concretas de que o sudário é autêntico. No entanto, suas descobertas podem pôr fim aos esforços do papa para reconciliar as duas maiores igrejas cristãs do mundo: a Católica Romana e a Ortodoxa.

No centro desse conflito, dois irmãos seguem rumos diferentes pelas vielas do Vaticano. Simon é padre da Igreja Católica Romana, com um futuro promissor. Alex, o mais novo, é sacerdote da Igreja Católica Oriental, uma vertente entre a igreja de Roma e os ortodoxos. Quando Alex recebe uma ligação de Simon pedindo sua ajuda, não imagina que o encontraria diante do corpo de Ugo Nogara, morto uma semana antes da inauguração da polêmica exposição. Na mesma noite, a casa de Alex é invadida por um estranho. A polícia não consegue encontrar um suspeito, e o sacerdote inicia sua investigação. Para encontrar o culpado, Alex precisa descobrir a qualquer custo o segredo mantido por Ugo. Mas, à medida que começa a compreender a verdade, ele percebe que terá que derrotar um inimigo sem rosto para salvar a própria família.

Com essa sinopse é possível perceber, ainda que superficialmente, que todos os ingredientes para um grande thriller estão presentes em "O Quinto Evangelho": um assassinato misterioso, irmãos que seguem caminhos diferentes, uma grande organização mais misteriosa ainda (no caso, a Igreja) e um objeto (também misterioso, claro), importante para todos, mas esse livro é muito mais que isso.

Antes de explicar essa afirmação acima, devo avisá-los de uma coisa: esse livro é denso. Não estou me referindo ao número de páginas per se, mas à quantidade de informações que o autor apresenta ao leitor; esse não é mais um daqueles livros que se pode ler em uma sentada, que tudo irá ser absorvido de uma vez só. Ok, isso pode até ser feito, mas muito do que o livro apresenta será perdido, e isso seria cruel com o autor.

Isto posto, voltarei um pouco no tempo. A Igreja Católica tem sua origem não exatamente com o nascimento ou a morte de Jesus Cristo, mas em meados dos anos 30 d.C. e 40 d.C., e a elaboração dos Evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João) tem uma data ainda mais posterior, surgindo, segundo alguns estudos mais recentes, a partir do ano 100 d.C. Seria preciso mais alguns séculos para ela oficialmente ser reconhecida como religião, quando o Imperador Constantino de Constantinopla (outrora Bizâncio e agora Istambul) assinou o Edito de Milão em 313 d.C.

Durante aproximadamente sete séculos, a Igreja Católica expandiu sua influência pela Europa, ao mesmo tempo em que solidificava sua estrutura interna. Nesse período, a Igreja tinha duas esferas principais de influência, Roma e Constantinopla, que começavam a ter discordâncias ideológicas. As relações entre Oriente e Ocidente sofreram com anos de disputas eclesiásticas e teológicas, tais como as questões sobre a fonte do Espírito Santo ("Filioque"), se deve-se usar pão fermentado ou não fermentado na eucaristia, as alegações do papa de primazia jurídica e pastoral, e a função de Constantinopla em relação à Pentarquia (um antigo sistema eclesiástico, criado por Justiniano I de Constantinopla, baseado no comando dos patriarcas de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém). Além dessas questões teológicas, o distanciamento entre Roma e Constantinopla tem origem política, mais especificamente com a transferência da capital do Império Romano para esta última no século IV.

Essa diferença crescente de pontos de vista entre as duas igrejas foi fortalecida com a ocupação das antigo território romano pelos povos "bárbaros", ao passo que o Império do Oriente manteve-se praticamente intocado. Enquanto a cultura ocidental era pouco a pouco reerguida sob a influência de povos como os germânicos, o Oriente permaneceu desde sempre ligado à tradição da cristandade helenística. Era a chamada Igreja de tradição e rito grego. Isto foi exacerbado quando os papas passaram a apoiar o Sacro Império Romano-Germânico no oeste, em detrimento do Império Bizantino no leste, sem contar as disputas sobre os limites da autoridade papal.

Passados mais alguns séculos dessas tensões, Miguel Cerulário se tornou patriarca de Constantinopla. No ano de 1043, ele deu início a uma campanha contra as Igrejas latinas na cidade de Constantinopla, ordenando o fechamento de todas em 1053, envolvendo-se na discussão teológica da natureza do Espírito Santo.

Em 1054, o legado papal (comitiva dos líderes da Igreja de Roma) viajou a Constantinopla a fim de repudiar a Cerulário o título de "Patriarca Ecumênico" e insistir que ele reconheça a alegação de Roma de ser a mãe das igrejas. O principal propósito dessa comitiva foi procurar ajuda do Império Bizantino para libertar a Itália de uma invasão normanda, e lidar com recentes ataques por Leão de Ácrida (um importante líder religioso da Bulgária) contra o uso de pão não fermentado e outros costumes ocidentais, ataques que tinham apoio de Cerulário. Em face da recusa de Cerulário em aceitar as demandas, o líder do legado, cardeal Humberto, excomungou-o, e Cerulário por sua vez excomungou Humberto e os outros legados. Esse evento é conhecido hoje como Grande Cisma, ou Cisma do Oriente, e marca a divisão do Cristianismo original em Igreja Católica Apostólica Romana e em Igreja Católica Ortodoxa.

Essa primeira divisão interna (não estou incluindo o Protestantismo aqui simplesmente porque a Reforma é bem posterior, ocorrendo no início do século XVI) existe há quase mil anos na Igreja Católica e mesmo depois de tanto tempo, as relações entre Ocidente e Oriente sempre foram tensas, para dizer o mínimo. Quando o polonês Karol Wojty?a se tornou o Papa João Paulo II em 1978, uma de suas metas mais importantes era melhorar as relações entre essas duas vertentes da Igreja Católica, algo pelo qual ele batalhou até o fim do seu papado.

Esse breve (e provavelmente chato de se ler) contexto histórico é importantíssimo para se entender melhor "O Quinto Evangelho". Simon e Alex Andreou (os protagonistas) vivem no Vaticano desde muito pequenos; isso não é algo inédito, já que sempre houve muitas crianças dentro daqueles muros, mas em um país pouco maior que um campo de golfe (44 hectares), seu pai era o único sacerdote que tinha filhos. Ele era integrante da Igreja Católica Grega, uma igreja oriental que seguia preceitos teológicos e eclesiásticos significativamente diferentes da Apostólica Romana, mas que reconhecia a autoridade do Papa do Vaticano. A Igreja Católica Grega faz parte das chamadas Igrejas Católicas Orientais, um grupo de 23 instituições que podem ser vistas como um meio termo entre os ensinamentos católicos Romanos e Ortodoxos. Uma das diferenças entre os sacerdotes dessas Igrejas era que um padre católico grego poderia se casar e ter filhos antes de ser oficialmente ordenado padre. Sendo os únicos diferentes em uma cidade de padres celibatários tem seu peso, mas o pai dos garotos tinha um trabalho importante para fazer: tentar melhorar as relações entre Ortodoxos e Apostólicos, uma vez que para ele, a sua igreja não precisaria ser apenas um meio termo, mas uma verdadeira ponte entre Oriente e Ocidente.

Essa missão pessoal guiou toda a vida do padre Andreou e influenciou bastante seus filhos. Após a morte de seu pai, Simon, o mais velho, decidiu entrar para o seminário e vestir a batina de Roma, enquanto Alex seguiu os passos do pai, sendo ordenado sacerdote pelo rito grego, mas essa diferença de caminhos nunca abalou a união dos irmãos. Em 2004, ano em que se passa o livro, Simon se tornou membro da Secretaria de Estado do Vaticano, responsável pelas relações interestatais da Igreja, e eventualmente se engajou na antiga luta do pai em melhorar as relações entre ambas as faces do Catolicismo. Alex passou por um casamento problemático e vive atualmente com seu filho Peter, enquanto ensina sobre os evangelhos no Seminário.

Quando os surgem os eventos decorrentes da morte de Ugo Nogara (curador da possivelmente polêmica exposição, caso tenham esquecido), ambos se vêem envolvidos nessa trama, especialmente por estarem diretamente ligados à exposição: quando Ugo conheceu Simon, eles ficaram amigos rapidamente, o que se deve em grande parte pelo fato de que o curador, ao buscar provar que o Sudário é real, ajudaria bastante na união das Igrejas Católicas; como as buscas de Ugo envolviam os evangelhos canônicos e o Diatessarão (ele é uma compilação dos quatro evangelhos canônicos, escrito entre 160 e 175 d.C.), Simon lhe apresentou Alex, que se tornara um dos maiores especialistas no estudo dos evangelhos no Vaticano.

Além desses personagens, o próprio Vaticano é fundamental para o enredo. Esse livro é fruto de 10 anos de pesquisa histórica, teológica, legal e até mesmo arquitetônica. A cidade é descrita com tanta atenção aos detalhes que fica fácil se imaginar caminhando por aquelas ruas ligeiramente apertadas. Mas não é apenas o aspecto geográfico que é bem retratado, mas até mesmo as nuances da política interna e externa do Vaticano são abordados com uma precisão quase cirúrgica; até mesmo o Direito Canônico (é o ramo do Direito que se aplica exclusivamente aos membros da Igreja Católica) é bem abordado na obra, o que é muito raro de se ver. Sério, poucas coisas além da trama foram "romanceadas" nesse livro.

Esse emaranhado de relações tornam a morte de Ugo Nogara algo com repercussões extremamente pessoais para os irmãos Andreou, e uma das coisas que o autor conseguiu explorar de forma magnífica, elevando "O Quinto Evangelho" a uma categoria diferente de romance policial ou histórico.

Ian Caldwell trata o rigor histórico/científico quase como uma assinatura, mas nunca deixando de lado o desenvolvimento de seus personagens. Alguns anos atrás (certo, há uns 15 anos) li seu primeiro livro - escrito junto com seu colega de faculdade, Dustin Thomason -  "O Enigma do Quatro", e até hoje acho incrível como eles conseguiram criar algo tão singular.

Assim como seu irmão mais velho, "O Quinto Evangelho" começa devagar, soltando informações aos poucos, o que pode até afastar alguns leitores mais impacientes, até o momento em que a história começa a se desenrolar com uma fluidez tão grande que, quando se percebe, o livro termina, e não de forma capenga ou incompleta, mas com um final belíssimo.

E com isso, encerrarei esse textão. Caso tenham tido paciência de ler até aqui e também tenham se interessado por ?O Quinto Evangelho?, definitivamente recomendo a leitura.
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Mii 10/01/2023

"Simon faz uma pequena prece, o sinal da cruz e dá o primeiro passo."

"Vejo meu irmão ressuscitar."
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Helena 24/01/2022

Cinematográfico
Um livro maravilhoso em todos os aspectos. Os personagem tem vida, os relatos históricos são comprometidos com a verdade, além de nos ensinar várias passagens bíblicas.
Trata-se daqueles livros que não conseguimos parar de ler e a cada página nos oferece conhecimentos históricos e geográficos, dramas e alegrias tão peculiares ao ser humano independente da região, idade ou tempo.
Uma excelente leitura! Recomendo.
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Vanderlete 23/11/2021

Suspense muito bom !!
A leitura do livro é muito fluída apesar de ser um livro extenso em seu número de páginas, acredito que seja pela escrita do autor que consegui prender a atenção do leitor desde o primeiro capítulo.
Não consegui desvendar o mistério... rsrs
Vale muito a pena ler !!
Muitos fatos históricos e uma linguagem realmente muito boa!
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MaJu.Simplício 05/06/2023

Apesar de ser lento em muitas partes e de ser cansativo o Alex falando sobre as reações do Peter e sobre como ele estava se sentindo ao pensar, até que foi uma leitura boa!
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entendiado 02/06/2021

Que leitura gostosa, nossa senhora.
Comprei esse livro sem nenhuma expectativa e foi ótimo, porque o quanto me surpreendi com ele, olha, não está escrito.

A leitura prende, é absurdamente envolvente, cada capítulo só alimenta mais sua curiosidade. Antes da metade do livro, eu sabia que iria favorita-lo.

Pra quem nunca nem leu a bíblia, deve ser uma leitura bem chata e cansativa, no mínimo confusa, mas pra quem gosta desse assunto com um ar de mistério, esse livro é perfeito.

No mais, amei a história, os personagens, a escrita. Sinceramente, o tipo de livro que me deixa triste por não ter lido ainda mais devagar.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 16/08/2016

O melhor livro que li nos últimos tempos!
"Ele crê de coração que está fazendo isso pelo bem de outra pessoa. Não sei de quem. Não sei por quê.
Mas sei que preciso detê-lo." (página 211)

Eu não me lembro exatamente o que me fez querer ler "O quinto evangelho", pois nem é do meu gênero literário favorito. O fato é que vi que tinha escolhido bem a minha leitura já nas primeiras páginas e, ao final, me senti grata por cada momento que passei lendo as palavras de Ian Caldwell. Obrigada, Ian, pela minha melhor leitura dos últimos tempos!

"O quinto evangelho" se passa no ano de 2004, durante o papado de João Paulo II, e é narrado por Alex, um padre, mas não um padre comum. Provavelmente vocês estudaram (ou vão estudar) na escola sobre a divisão dos cristãos há maios ou menos mil anos, em dois grupos principais: a Igreja Católica Apostólica Romana (cuja maior autoridade é o Papa e tem como sede o Vaticano) e a Igreja Ortodoxa (no Oriente, cujos líderes são os patriarcas). "Entre as duas existe um pequeno grupo, os chamados católicos orientais, que segue as tradições orientais e, ao mesmo tempo, obedece ao papa" (página 7). Alex é um padre católico oriental, e, por isso, pôde se casar antes de se tornar padre; do casamento ele teve um filho, o pequeno Peter, porém, sua esposa foi embora pouco depois do nascimento do garoto.

Alex tinha um irmão, Simon, que também era padre, mas da Igreja Católica Apostólica Romana. Os dois perderam os pais na adolescência, eles eram filhos de um padre católico oriental e sobrinhos de um padre católico apostólico romano. Na verdade, Alex e Simon eram da oitava geração de uma família de padres do Vaticano.

Em 2004, haveria uma exposição nos Museus do Vaticano, mas uma semana antes da abertura, Ugo Nogara, o responsável pela exposição, foi morto. Por quem e por quê? Isso é o que Alex precisava descobrir!

Alex conheceu Nogara através de Simon, e estava ajudando-o nas pesquisas para a exposição, que teria o sudário e um livro muito antigo, denominado quinto evangelho, como peças principais. Ugo procurava alguma coisa nos evangelhos para comprovar sua teoria, e Alex estava ajudando-o em suas interpretações dos escritos, até que, em determinado momento, Ugo cortou relações com ele. Porém, dias antes de morrer, Nogara enviou uma mensagem para Alex, onde afirmava ter feito uma enorme descoberta, mas o padre acabou não falando novamente com Ugo, e agora ele estava morto. Seria por causa da descoberta que poderia abalar a Igreja? E o que realmente ele descobriu?

"Meu coração bate forte. Meu primeiro instinto estava correto. A invasão e o assassinato de Ugo devem estar relacionados. É claro que tudo isso tem a ver com a exposição de Ugo." (página 88)

O fato é que Alex passou a ter motivos a mais para encontrar respostas para essas questões, pois sua família foi posta em risco. A partir daí, temos uma espécie de romance policial, de thriller investigativo que me fez ficar grudada em cada página, tentando montar o quebra-cabeças da morte de Ugo, pois não importava só descobrir quem era o culpado (a lista de suspeitos era bem interessante), mas também a motivação para o crime.

O autor acertou logo de cara ao criar Alex como uma padre católico oriental, o que lhe permitiu ter um filho e, como pai, ele se tornou mais humano; sua preocupação com aquela fofura que é o Peter e a falta que sentia da esposa fazem com que o leitor sinta empatia por ele logo de cara. E isso torna mais fácil ver a pessoa que existe além da profissão, é possível imaginar a vida daquele garoto que nunca ultrapassou as paredes do Vaticano, e sendo de uma família de padres, seguiu a vida que se esperava dele, tendo no irmão mais velho o seu alicerce. Simon é um personagem intenso, incompreensível algumas vezes. A mãe deles pediu em seu leito de morte, que Alex cuidasse de Simon; o irmão mais velho pode até ter tomado para si o papel de pai do mais novo, mas foi Alex que se tornou disposto a tudo pelo irmão.

"Depois da morte de papai, ela me disse que era estranho continuar tendo mãos quando não havia mais ninguém para segurá-las." (página 11)

Conhecer melhor o Vaticano durante a leitura foi muito bom. Imaginar como é a vida nesse país tão pequeno, uma cidade-estado dentro da cidade de Roma, onde os moradores também precisam comer, se vestir, estudar... E onde parece natural que os meninos tenham como opção de futuro a carreira religiosa, mesmo que não sintam dentro de si um chamado divino.

Eu moro numa cidade onde o catolicismo é bem forte (temos um santuário onde há uma antiga imagem de Jesus, cuja autoria acredita-se não ser de mãos humanas), além de me interessar por História, o que me faz saber um pouco sobre as questões referentes à Igreja, mas creio que mesmo quem não tenha muito conhecimento sobre esses assuntos, vai entender com facilidade tudo o que é apresentado por Ian e vai ficar tão curioso quanto eu por cada tema abordado. A escrita do autor é muito boa, prende o leitor, tem um certo tom de ironia e de bom humor em alguns pontos, e mais uma vez elogio o fato de não se focar só na descoberta do assassino, mas também na motivação e nos conflitos pessoais dos demais personagens, o que torna a leitura ainda mais interessante.

"O princípio cristão do amor. Respeito pela Sé de São Pedro." (Não posso contar a que fato o trecho se refere, mas foi onde eu me emocionei, na página 470. Retomando o que já disse sobre a minha cidade, em algumas ocasiões é possível sentir uma certa comoção, uma presença divina, e no trecho que coloquei, essa presença se fez sentir.)

Sobre a edição: capa bonita (título em alto-relevo), boa revisão, diagramação com margens, espaçamento e fonte de bom tamanho.

"Isso significa que os evangelhos remontam, sim, à vida de Jesus, mas não diretamente e não sem adições ou subtrações. A compreensão desse processo de edição é crucial para quem deseja pesquisar os fatos históricos concretos da vida de Jesus. Isso porque as alterações eram, muitas vezes, teológicas ou espirituais: refletiam a crença dos cristãos a respeito do Messias, e não o que realmente sabiam sobre Jesus, o homem." (Sobre esse trecho da página 162, não sei até onde o que Ian escreveu é verdade e o que é ficção [católicos orientais e o Diatessarão realmente existem], mas suas considerações sobre os quatro evangelhos [Mateus, Marcos, Lucas e João] reforçam a importância da interpretação de qualquer texto [especialmente os religiosos], que muitas vezes, infelizmente, é usada de forma errada e como uma verdade absoluta [estamos vendo bem como a interpretação errônea do Alcorão tem causado mortes]; é como a minha resenha, que traz o que eu quero falar sobre o livro, o que não significa que não haja mais nada de importante sobre ele ou que a minha versão é a verdade absoluta.)

O que quero dizer com a resenha é que "O quinto evangelho" é um livro muito bom, que eu super recomendo e que vale a pena ler! Eu garanto que vocês vão gostar, e se não gostarem, podem reclamar comigo! Nunca imaginei que uma história de padres pudesse ser tão boa! A narrativa tem um ritmo ótimo, daqueles que nos deixam ávidos pelo próximo capítulo, pelo próximo parágrafo. E só no capítulo final é que me pareceu que o foco se ampliou um pouco, saindo tanto do Alex (meu personagem favorito) e ficando mais subjetivo, embora eu ainda não estivesse preparada para me despedir dos personagens, querendo que talvez houvesse mais um capítulo antes da separação. Quanto a resolução do assassinato, dezenas de hipóteses passaram pela minha cabeça, inclusive a certa, mas eu não cheguei nem perto da motivação.

Ian Caldwell, os dez anos de dedicação ao livro valeram a pena. Mais uma vez, obrigada! E agradeço também a Editora Record por permitir que os leitores brasileiros possam ler essa maravilha que é "O quinto evangelho". Caro leitor, se você procura um livro bom de verdade, leia "O quinto evangelho"!

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com/2016/08/resenha-livro-o-quinto-evangelho-ian.html
Simeia Silva 28/08/2016minha estante
Peguei hoje para ler, o que me chamou a atenção foi a capa e o assassinato. Bora ver se gostarei tanto como você :)


Hester1 08/03/2017minha estante
Estava taaoo ansiosa para ler o livro e que decepcao. Nao gostei de maneira nenhuma. Longo demais, chato demais.




Abiane.Streit 13/03/2024

Ruim! Ruim! Ruim!
Escrevo a resenha possessa de raiva e desgosto portanto não leve em consideração muitas das minhas palavras... Dito isso, que leitura mais maçante, obviamente reconheço que há pessoas que apreciam este tipo de escrita, não é o meu caso.

A cada duas páginas de extensas explicações históricas, que a principio eram bem interessantes, porém ao decorrer do livro se tornaram enfadonhas, pois gostaria de saber mais dos personagens e não a história de cada prédio do Vaticano, como disse, a principio era uma proposta boa, porém por diversas vezes ocorria do personagem principal o Padre Alex proferir três palavras em um diálogo, e após isso vir uma página inteira de explicações de cargo, prédio, história e quem é quem (confesso que o último é o mais interessante dentre as diversas explicações).

CONTÉM SPOILER A PARTIR DAQUI:

Fiquei decepcionada com o fato do autor ter uma trama tão boa para trabalhar mais o personagem da Mona e não aproveitar, eles voltaram como se tivessem passado uma semana de tempo após uma briguinha de casal, poderia ter trabalhado um pouco mais a história da Mona. É visto como a mesma traz paz ao Alex mesmo após longo periodo distante, mas custava trocar um pouco de personagem e desenrolar um pouco os sentimentos da Mona em relação ao Alex?
Tenho a mesma sensação em relação ao Simon, custava o autor dedicar apenas um capitulo do livro para ver a visão de Simon durante toda essa trama, sem deixar claro o que aconteceu com Ugo é claro, mas descrevendo onde é que ele estava durante o julgamento, os pensamentos que ele teve que o barravam de confessar o que de fato havia ocorrido e que o fazia sentir na obrigação de assumir a culpa e proteger o amigo que se matou.
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CaDoe 14/02/2021

Emocionante, arrebatador.
Tal qual o Enigma do Quatro, um livro muito bom, com um final quase inesperado. Personagens muito bem retratados, em seus pormenores, desde sua tenra infância dentro dos muros da igreja, sobre a qual se desenrola a narrativa ficcional, em sua tentativa de reunificação.
Recomendo!!!
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Adriana 27/04/2022

Muito bem conduzido
Por ter um contexto difícil, foi bem muito bem conduzido
Manteve um ritmo forte, e envolvente
E a trama bem verossímil, nada de absurdo
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arlete.augusto.1 29/10/2017

Excepcional!
Tema interessante, ótimos personagens, pesquisa excepcional. Recomendo a leitura.
Não sou católica, mas o livro, apesar de muito católico, não faz apologia à religião, aprendi muito com ele, e a história poderia se passar em qualquer outro cenário, mas o charme está em ser no Vaticano. Tem alguma coisa de Anjos e Demônios, mas achei melhor.
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Rosana 25/07/2018

Bom livro
Achei o livro um tanto quanto maçante, meio cansativo, mas gostei mesmo assim, para quem é amante de enredos mais eletrizantes não vai gostar muito, mas apesar de tudo achei o tema abordado ótimo,e gostei do desfecho final.
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