Descobri que Estava Morto

Descobri que Estava Morto João Paulo Cuenca




Resenhas - Descobri que estava morto


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dani 04/07/2021

O curioso caso de João Paulo Cuenca
Já imaginou descobrir que um corpo foi identificado e um certificado de óbito foi emitido com o seu nome? A sinopse desse livro me chamou muito a atenção desde que vi em uma livraria há bastante tempo. E eu, ingenuamente, pensei que o autor se dedicaria a falar deste curioso caso. Por isso, minha frustração foi aumentando à medida que eu virava páginas e mais páginas que só iam se distanciando do que eu julgara ser a proposta.

Confesso que foi difícil me desapegar das expectativas iniciais e jogá-las pela janela bem no meio da leitura. Mas foi uma ação necessária para conseguir embarcar, pelo menos um pouquinho, nessa louca experiência em forma de livro.

A impressão que o narrador me passou no começo se manteve, em maior ou menor grau, até o fim da leitura: um escritor egocêntrico mergulhado em autopiedade e que detesta os amigos ricos (mas não para de frequentar suas festas excêntricas). Ou seja, um protagonista difícil de aturar. Mas por outro lado, ele faz denúncias da má gestão pública e violência policial que vão direto ao ponto. Principalmente no contexto do Rio de Janeiro antes dos Jogos Olímpicos de 2016.

Como falei antes, este livro tomou proporções que eu não ousaria imaginar e acabei até gostando aonde tudo foi parar. Descreveria este livro, de forma enigmática, como um manifesto velado de (auto)destruição do autor e da obra.
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Milena 10/07/2021

Descobri que estava morto
Uma obra nada óbvia, em que o autor descobre, acidentalmente, que fora considerado morto anos antes. Discorre sobre o mundo que o cerca, enquanto investiga a sua ?morte?. O foco está no meio, no desenrolar da trama, sem preocupação com um desfecho, um fim, uma resposta.
Isabela Barboza 10/07/2021minha estante
Que interessante! ?




Joice (Jojo) 28/06/2017

Exercício do ego
Eu não era familiarizada com a escrita de João Paulo Cuenca, sendo este meu primeiro contato com o autor brasileiro. Famoso por suas crônicas (que nunca li), ele chegou até mim bem recomendado, e achei a proposta do livro bem interessante. Contudo, toda a leitura foi uma grande decepção.

No sentido de domínio da linguagem escrita como técnica, não há dúvida de que Cuenca é um bom escritor. E, talvez, as crônicas sejam mesmo um estilo mais adequado ao estilo dele, que gosta de deixar o pensamento seguir seu próprio curso e, quando percebemos, um assunto já virou outro, que virou outro, que virou outro... Contudo, para um livro com (supostamente) começo, meio e fim, a escrita do autor é desesperadora.

Em "Descobri que estava morto", o enredo principal não ocupa mais do que poucas dezenas de páginas. O restante são regressões do autor sobre literatura, política, ego, relacionamentos, mercado imobiliário, Copa do Mundo, raízes, drogas, etc., etc., etc. Algumas dessas reflexões são até interessantes, mas na maioria tive a clara sensação de que o autor estava lustrando o próprio ego.

A frase mais verdadeira deste livro foi proferida pelo personagem de Roberto Protz: "no fim das contas, o movimento de encarecimento da cidade e as violações dos direitos humanos me incomodavam apenas o suficiente para eu me aproveitar disso num livro antes de me mudar de cidade e de país".

Não recomendo.
buca 05/11/2017minha estante
me senti da mesma forma! a trama principal do livro fica abandonada e no final achei que nem fez sentido. além disso, me incomodou a forma como o autor retrata as mulheres no livro. foi uma leitura bem decepcionante :(




Mari 03/08/2021

"O limite entre a resistência e a desistência é muito estreito. Às vezes, é quase invisível. Também a fronteira entre o pessimismo e a coragem costuma nos confundir. São territórios limítrofes, em geral desérticos e habitados por nômades ou suicidas."

Este é o típico livro que termino de ler sem saber exatamente o que pensar. Foi meu primeiro do João Paulo Cuenca, e gostei da escrita, o texto flui, tem alguma coisa ali que me prende, vou lendo, sempre querendo caminhar por ali. Mas, é uma forma de literatura que não prioriza o enredo, então acaba havendo uma superposição de fatos quase exasperante, em alguns momentos. Outras estranhezas, como o universo peculiar do personagem principal, não deixam de ser um trieiro um pouco mais árduo de percorrer, mas não prejudica a leitura.
É um livro que traz uma experiência muito particular do autor - que descobriu ter sido registrada uma ocorrência policial da morte de alguém que usava seu documento de identidade - fato que dispara uma espécie de epifania muito pessoal, como se o autor se transmutasse em personagem e tivesse que percorrer também uma via crucis de morte, de dissolução.
Vale a leitura, apesar de para mim, fazer falta um pouco mais do contar de uma história.
Vitoria 03/08/2021minha estante
Uma escrita dele para si próprio, foi o que tua resenha me fez pensar. Algo como os tantos relatos sobre "o que aprendi no caminho de Santiago", que dizem muito de si para si.


Mari 04/08/2021minha estante
Pois é, eu acho que é um texto com excesso de elementos, talvez... metade é essa epifania muito pessoal, metade é uma tentativa de demonstrar essa dissolução também do contexto (Rio de Janeiro pré-Olimpíadas 2014, acaba que isso não coloquei na resenha, mas é um traço forte do livro, uma denúnica de um estado de coisas institucional/social catastrófico). O lance é que fica mesmo informação demais, enredo de menos... confuso




Mari Moraes 26/08/2021

Foi assim mesmo, eu estava lá!
Poxa, eu amei tanto esse livro!!
O ?conheci? aqui pelo skoob e na mesma hora fiquei intrigada com o enredo, com a descoberta da própria morte. Num espaço tempo onde colocamos nosso CPF em qualquer site que aparece, e temos preguiça em prosseguir com as burocracias de um boletim de ocorrência (falo por mim mesma), se ?descobrir morto? é algo bem possível de acontecer.

Mas outro personagem principal nessa história é a cidade do Rio de Janeiro. Não sei se os não-cariocas, ou quem não vivenciou a cidade do Rio de Janeiro na última década vai gostar tanto ou se identificar tanto com esse livro.
Mas eu, como carioca, e que passei a última década entrando na vida adulta e tomando consciência de todos os problemas e acontecimentos políticos e sociais, AMEI! Ler esse livro foi a confirmação de tudo que circundou a cidade do Rio de Janeiro, foi exclamar a cada capítulo ?SIM!! Foi assim mesmo!!! Eu estava lá!?
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Luz 18/12/2021

Um livro que não foi feito pro público, apenas pro júri.
Com uma premissa excelente e um desenvolvimento fraquíssimo, mais parece uma conversa sobre a cidade do Rio de Janeiro e sua construção imobiliária, do que, sobre a sua falsa morte. O final é uma metalinguagem bem construída, mas extremamente enfadonha, que nada arrepia, que nada traz de critica, uma obra feita para acadêmicos e críticos baterem palmas, e o público majoritário e leigo, simplesmente se achar ignorante.
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@gugugb 05/11/2020

Com um pouquinho menos de pretensão teríamos um livro mais coeso.
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Molizini 21/10/2021

Muito bom!
Foi meu primeiro livro do autor e gostei muito. Sua prosa fácil e fluida é bem estimulante. O livro é tão perturbador quanto Memórias do Subsolo de Dostoievski, mas muito mais moderno.
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Ãlisson 07/01/2022

"...aos poucos fui contando o episódio da minha morte para as poucas pessoas que faziam parte da minha vida: minha mulher e minha família, os escassos amigos, os desconhecidos com quem esbarrava em madrugadas bêbadas longe de casa. Depois da surpresa, todos repetiam a primeira reação do inspetor Gomes: Isso é bem história para escritor usas."

A história de um homem que descobriu que um corpo foi identificado e um certificado de óbito foi emitido com o seu nome. Com está sinopse, este livro tinha tido pra ser bom. Só que não! O que EU acreditava ser um triller ou um romance policial, ao longo das páginas foi se tornado numa frustração. A história se passa no Rio (pré-olimpidas 2016), o autor se dedica muito a geografia da cidade, críticas sociais e políticas. Com uma narrativa não liner a "ideia principal" foge dos trilhos e se mistura com pensamentos confusos do autor. No fim, foi uma leitura que não funcionou comigo, mas que valeu a experiência.
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Luiz Paulo 23/04/2021

O tortuoso caminho que se perder no meio do caminho
O que começa num dia de sol, termina num dia de chuva. E o que se segue é a ladeira de paralelepípedos.
Dá para sentir que enquanto o livro foi escrito, o autor bebeu de fontes diversas, o que poderia ser maravilhoso se não fosse tão desconexos.
Se a ideia era sobre uma pessoa que se perde, o autor se perdeu antes.
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isa.dantas 07/08/2019

A proposta de enredo é interessantíssima, e a escrita de Cuenca é muito boa e fluida, mas sempre quando vc acha que a história vai decolar, ela se perde em uma confusão mental. O final, que ganha ritmo intenso, acaba se perdendo na confusão...
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Lis 24/01/2022

JP
Não recomendaria esse livro, a ideia é muito interessante mas sua execução me pareceu um pouco descoordenada, desconexa e vazia. Um tema interessantíssimo que, na minha opinião, foi mal explorado nesse livro.
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Candido Neto 04/12/2020

Como morrer mais profundamente ou mais extensivamente.
O que foi dito no livro de Cuenca não cabe no livro, num livro, em alguma coisa de ler. O autor faz o leitor ler o tempo do livro, o espírito da época, depois o Brasil, o Rio e depois uma coleção de ruas e paisagens, não sem tentar rotas de fuga, mas em segredo ele olha para seu lugar vazio e volta para este lugar. Ele não foge de seu locus, ele se afasta para olhar seu lugar de outra perspectiva ( é isso o que faz a leitura de um modo geral?).

Há um clip do Robbie Williams, Rock DJ, sob efeito da música ele dança para mulheres que rodopiam ao redor dele em patins, ele tira a roupa, e o streptease prende a atenção daquele público, mas a nudez não consegue isso, então ele despe a pele e depois se decompõe músculo por músculo, até seu esqueleto glorioso sensualizar com a DJ. É isso o que faz J.P. descarna seu nome, seu habitat, suas relações, seus vínculos laborais, sua verve e literatura, seu telefone, seus hábitos, signos, identidade, seu rosto, sua integridade.

Mas o que forma Cuenca? Se ele assumidamente é o personagem fictício de seu romance, quem é esse a quem presenciamos a desmontagem a partir do nome Cuenca? 

Na verdade a brincadeira não está em saber quem era o personagem real que gerou a personagem imaginária. A brincadeira é observar a decomposição de uma pessoa sem tentar se desmontar também (crianças, não façam isso em casa - em canto algum).

O livro curto é montado em quatro capítulos, e esses em breves sessões. A forma de escrita é homogênea em substâncias, e diversa em intensidades e textura. Narrativa, ensaio, fluxo de pensamento, descrição, tudo compõe o romance-caleidoscópio. Por isso é bom seguir a sugestão do personagem e observar o livro a distância de vez em quando.

Hermético? Talvez pornográfico, não de cunho sexual, no sentido de iniciar, percorrer e terminar um percurso mimético sem interações do Cuenca ficcional com mais nenhum personagem, todo diálogo e existência de qualquer pessoa no livro é para o ser do protagonista. E isso não é bom, ou ruim, isso apenas é o que é.

Thiago Novaes falou em qualquer lugar do YouTube, a violência está para a morte como a pornografia está para a insignificância. Esse é talvez um livro sobre a insignificância de tudo o que podemos nomear.
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Bárbara 11/12/2020

Achei que fosse mais mais
O livro me pegou pelo título e pela sinopse, mas na real... esperava alguma coisa e não foi nd. A única coisa que gostei, foram os fatos históricos.
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Amanda Salomone 03/03/2021

"Descobri que estava morto" é um livro nacional do autor João Paulo Cuenca, de 2016. A premissa do livro é ótima: o autor, por acaso, descobri que alguns anos antes um morto havia sido identificado com o seu nome. Essa história real se mistura com ficção a partir daí. Mas ele não desenvolve a ideia por mais de 3 capítulos. O resto é um combo de palestra de DCE sobre gentrificação, drogas, mercado imobiliário, a decadência do Rio pré olímpico... um monte de discurso pronto de um elitista criticando outros por serem elitistas. Ah, e o final do livro não faz sentido nenhum pra mim.

"Éramos jornalistas e intelectuais da nossa cidade, gente cuja ideologia encontrava seus limites em ameaças de demissão ou aumentos de salário, mas que fora dos horários de expediente traduzia-se num fervor revolucionário. Ainda que todo aquele antiautoritarismo acabasse tendo a substância de um livro de mesa de centro".

Sim, ele sabe que é prepotente e presunçoso e se critica o tempo todo. Os pontos positivos da narrativa. Ao longo do livro, o narrador-personagem-autor entra numa decadência moral, egoísta e depressiva, uma morte existencial e chata.
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