Ricardo Brandes 26/01/2017
Um bom genérico de 007 com Jason Bourne
“Olá! Você precisa da minha ajuda?”
Hoje trago uma resenha diferente dos romances de costume, com paixão e amor em voga. O livro Órfão X, publicado no Brasil pela Editora Planeta, traz 334 páginas de muito suspense, espionagem e ação, em um enredo de ficção ao melhor estilo de 007 e Jason Bourne.
No primeiro contato com a obra, logo fica clara ma capa simples e bem direta: o vermelho impera, fazendo jus ao sangue que jorra durante a obra de Gregg Hurwitz. O personagem principal, o órfão X, também se faz presente, com arma em punho, trazendo ares de mistério. Além, é claro, de um X gigantesco o nome do autor em letras garrafais.
Os capítulos são convidativos, no tamanho certo para não cansar o leitor. Ponto para o autor! A obra também tem excelente formatação e diagramação impecável.
Bom, voltando a obra, o Órfão X, Personagem principal, chama-se Evan Smoak. Ou talvez seja esse um dos nomes do misterioso personagem. Como conta a sinopse, Evan era um órfão adotado com um intuito nada humanizado: ainda criança, foi selecionado e treinado para ser um agente super secreto tipo 007, com a única função de matar alvos designados por seu mentor. (Sim, isso infelizmente acontece na vida real).
Como na maioria das obras de espionagem e ficção com agentes secretos, Evan apresenta super habilidades e, no decorrer do livro, acaba se tornando um personagem “highlander” que parece realmente invencível e incansável ao longo dos capítulos. (Mas será que ele segura essa onda “highlander” até o fim?)
O que achei do livro? Como leitor, gostei da obra e do enredo, cheios de ação, perseguições e grandes surpresas, apesar de não fugir do padrão comum das melhores obras de espionagem. Há momentos de grandes embates, de sustos, surpresas, paixões recolhidas (Sim, o quase super herói invencível também sente amor!) e alguns acontecimentos curiosos (Sem spoiler! Leia para saber).
Por fim, o livro é super descritivo, e faz com que o leitor realmente se sinta dentro das cenas. Órfão X traz uma reflexão sobre a espionagem moderna e programas secretos dos governos. Programas estes muitas vezes financiados com o dinheiro dos contribuintes, com a única justificativa de manter a segurança pública e enfrentar o terrorismo. E como leitor, eu me questiono e retorno aquela velha máxima: o dinheiro dos impostos pagos pelos contribuintes não seria melhor aplicados em saúde, emprego, educação e lazer? Ao invés de programas para formar assassinos?
Bom, talvez seja por isso que o autor tentou justificar a conduta assassina de seu protagonista com seu arrependimento, e com suas boas ações para ser alguém do bem.
O Órfão X teve seus direitos para o cinema adquiridos pela Warner Bros. E o epílogo traz uma grande surpresa, um fato que o leitor jamais imaginaria, escrito talvez para justificar o segundo livro do Orfão X que vem por aí. E um novo filme.
Vale a leitura? Sim! Para quem curte muita ação, assassinatos, tiros e perseguições com agentes super secretos e alta tecnologia.
Para mim, foi uma boa leitura, para fugir das leituras de costume. Mas ainda continuo preferindo os bons romances açucarados e cheios de drama, onde os personagens também morrem... de amor!
Por Ricardo Brandes
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