O Androide

O Androide Paulo de Castro




Resenhas - O Androide


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Veru 23/05/2021

A definição de : PERFEITO !
Gente, eu não sei nem o que dizer aqui, primeiramente eu queria deixar claro que é muito fácil logo nas primeiras páginas você achar que é um livro de leitura de entendimento simples, que acredita até que ele não tenha nada que nos deixe com vontade de refletir. Confesso que eu quando eu li esse livro, eu só comprei pela capa. Comecei nas primeiras páginas e fui gostando, mas achando que seria algo clichê de se ler. Você não consegue odiar nem o vilao da história. É um livro com passagem reflexiva, que nos faça saber de que como um acontecimento trágico, possa mudar a vida de uma ?pessoa? ? humana?
Eu chorei muito, me conectei com todos os personagens. Eu amei, e amei de verdade. Eu chorei muito, mas muito mesmo. Principalmente com o desfecho. O meu livro favorito do ano, sim. Só peço que por favor, leiam. Deem uma chance. Pois vale muitooo a pena. ( até agora com vontade de chorar.)
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twitter: @PromocoesPA 14/07/2016

O Androide, de Paulo de Castro
O livro engloba uma visão futurista, na qual seres humanos passam a fabricar robôs e androides com aparência humana para a melhoria da produção nas fábricas e outras tarefas e ocupações, como engenharia, área de atuação para a qual foi criado OPR-4503.

Após uma revolta contra essas máquinas, vistas como ameaças à maioria das pessoas e uma atualização, recebida como ordem pelos robôs, que dizia, de forma muito direta: "MATAR SERES HUMANOS: AUTORIZADO", a Guerra entre ambos se iniciou. De um lado, robôs com alto grau de inteligência artificial, lutando incansavelmente, do outro, humanos que tentavam, com toda a artilharia disponível, derrubá-los. E o final dessa Guerra foi o seguinte: a raça humana acaba sendo dizimada e uma nova ordem imposta, em um regime totalitário, por H1N1 (nome bem interessante).

Após JPC-7938, androide designado a cirurgião, fabricado em 2119, conhecer e salvar OPR, ele decide tentar fazer "renascer" os humanos, mil anos após a extinção dos mesmos. Ao ouvir de OPR que havia visto materiais genéticos em um hospital abandonado, JPC decide continuar com a sua - aparentemente louca - ideia. E é assim que ele conhece outra androide, NCL-6062 (antiga prostituta), que após uma pequena resistência, decide ajudá-los. E a partir daí vamos acompanhando a luta deles na certeza de que esse plano dará certo e trará de volta a raça humana, enfrentando sentinelas e o poder de H1N1.

O livro já se inicia em meio ao caos. O mais interessante é que isso não é mais um ponto solto na história. Achei que o autor desenvolveu tudo muito bem, toda a trama e acontecimentos, sua escrita não se tornou cansativa e nem repetitiva, na minha opinião.

"O Androide" foi uma leitura bem rápida. Iniciei nas primeiras páginas e quando fui ver, já estava na metade do livro. Achei a história um tanto quanto confusa no início (acho que pelo fato de não ler muitos livros nesse estilo), mas depois vamos conhecendo o passado dos androides e passamos a saber qual foi o estopim para essa guerra quase surreal. Se pensarmos bem, muita coisa dita ali pode vir a se tornar realidade no futuro.

Achei interessante e com uma temática super legal, contando com o fato de que todos os acontecimentos possuem um fundamento. Uma coisa que eu achei bem legal foi o fato de a história ser focada, na maior parte, no Brasil. A Guerra ocorreu em âmbito mundial, mas os androides se encontraram mesmo em solo nacional, mesmo sendo fabricados no exterior.

Após cada página lida, eu ficava mais curiosa para saber o desfecho dessa história e o mesmo, na minha opinião, não deixou a desejar. Às vezes eu até me esquecia de que estava lendo sobre máquinas, pois alguns dos androides pareciam ter o desejo de viver como um ser humano. Esse livro foi bem diferente dos que eu costumo ler e gostei dessa temática futurista, tecnológica, científica e inteligente. O autor fez um bom trabalho e foi uma ótima leitura!

Livro recomendado!

site: http://minhasecretapoesia.blogspot.com.br/
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Vanessa Sueroz 27/01/2021

Lento
Neste livro vamos conhecer um mundo onde os humanos foram extintos e os robôs estão no comando do planeta. Mas claro que as coisas não são um mar de rosas.

A Guerra começou porque os robôs queriam direitos iguais e depois a regra de não matar humanos foi retirada e a matança logo se deu inicio. Todos os robôs que usavam a internet para atualizar o sistema foram infectados com um virus e passaram a obedecer um robô que queria a destruição dos humanos.

Alguns poucos não são infectados com o virus e vamos conhecer 3 deles: JPC-7938 um médico, OPR-4503 um engenheiro e NCL-6062 uma prostituta.

Juntos eles querem trazer a raça humana de volta e acabam achando alguns materiais para fazer uma inseminação artificial em NCL-6062. Agora eles vão correr contra o mundo para salvar estes bebes e poder ter humanos no planeta novamente.

O livro tem uma ideia ótima e se passa em vários lugares, mas temos São Paulo em evidencia. O que é bem legal. Infelizmente a história é lenta e arrastada. Teve horas que quase desisti da leitura por estar muito parada.
Quem gosta de livros mais neste estilo vai adorar, mas infelizmente não foi meu estilo de leitura.
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Louise.Pessoa 12/10/2021

Tava tudo bem... até o final
O livro é muito bom!
Adorei a escrita e gosto muito desse tema, mas o final foi meio decepcionante. Gostaria de ter uma explicação melhor sobre o H1N1 e um melhor desenvolvimento da androide feminina. Entretanto, serviu de aprendizado para novas expressões e novas palavras, ainda mais porque é um livro nacional.
O enredo não é de explodir a mente, mas gostei muito no fim das contas, mesmo com o início bem monótono e extremamente (e desnecessariamente) detalhado.

Recomendo para quem está começando/recomeçando a ler (no caso, pessoas como eu).
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Bruna 24/09/2016

Incoerente.
Como pode o tempo todo os androides serem retratados como não se importando, indiferentes e sem emoção nenhuma em tudo o que fazem se ao mesmo tempo uma parte deles sentiu a necessidade de liberdade e justiça pois se sentiam escravizados e uma outra parte não concordava com matar humanos, julgava isso errado e desejava a paz? Até mesmo os androides protagonistas dando importância em trazer de volta a todo custo os humanos. Não faz sentido. Se eles não tivessem emoção nenhuma não chegaria a esse ponto. Não faz sentido em todo momento preocupante, desesperador, complicado, em todo conflito, o autor escrever que "sem demonstrar preocupação", "sem sentimentos", "indiferente" eles resolviam. Eu só conseguia imaginar um monte de máquinas frias, sem aparência humana, andando pra cima e pra baixo e conversando com voz robótica.
Vinicius ! S. R 29/09/2017minha estante
Mas acho que a intenção é essa mesma. Mostrar que, apesar de não existir um sentimento programado no sistema, os Androides desenvolveram um método de "sentir". Ou, no fundo, dizer que aquilo que chamamos de "sentimento" nada mais é do que raciocínios encadeados em reação a situações vivenciadas.




ThaisTuresso 30/07/2016

Brilhante!
Com uma narrativa brilhante, em uma trama repleta de emoção e aventura, o autor nos brinda com um livro instigante, com peças que vão se encaixando ao longo da história, para então chegarmos a um epilogo interessante e que deixa uma pergunta: E se?

Uma leitura recomendada para os fãs de distopia e de ficção em geral!

"OPERAÇÃO: DESLIGAR.
DESEJA DESLIGAR OS SISTEMAS? SIM.
GOSTARIA DE PROGRAMAR PARA LIGAR: SIM.
LIGAR DAQUI A: 2.532 HORAS.
CONFIRMA? SIM.
AGUARDE, OS SISTEMAS ESTÃO SENDO DESLIGADOS."

site: http://www.viajenaleitura.com.br/2016/07/resenha-o-androide-paulo-de-castro.html
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Jeferson 07/08/2016

O Androide - Paulo de Castro
Paulo Gonçalves de Castro, é brasileiro natural de Belo Horizonte, Bibliotecário na biblioteca Camilo Prates, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O livro “O Androide” é a sua primeira incursão no mundo dos romances.

O livro é realizado pela Editora Novo século sob o selo Talentos da Literatura Brasileira. É composto por 255 páginas organizada em 16 capítulos.

No livro, o autor mineiro conta a história futurista de um planeta Terra num momento pós apocalíptico, onde as máquinas se revoltaram contras os humanos e extinguiu a espécie do planeta. Tal revolução se apresenta em três etapas, a primeira é a extinção da raça humana, a segunda é o estabelecimento de um regime de governo que possibilitará a terceira fase, que é por fim a reconstrução do planeta devastado.

Como em muitas revoluções, o regime que deveria organizar os androides, únicos habitantes dotados de “razão” no planeta, se estabelece de forma ditatorial, o sistema central é totalitário, desenvolve e dissemina um vírus que o permite todas as máquinas do planeta, entretanto, algumas desses androides encontravam-se desconectados da rede mundial de computadores no momento da disseminação do tal vírus e portanto não se contaminaram.

Daí esses adroides não contaminados, começam a procurar uma razão para a sua existência milenar, algo que justifique a sua vida neste planeta, onde os que não servem ao regime central são obsoletos. Daí surgem a oportunidade de trazer novamente a humanidade à existência.

A capacidade do autor de projetar dilemas humanos nas máquinas em seu texto, é a primeira coisa que salta aos olhos do leitor. Questões existenciais projetadas em humanóides é um floreio muito divertido que torna a leitura muito agradável. Outro ponto que o leitor perceberá, é a relação cronológica entre os humanos, seres mortais e os androides, seres que podem viver por longos períodos de tempo. Para a sociedade atual e seu imediatismo, imaginar que um androide pode ficar semanas sentado no mesmo lugar fazendo absolutamente nada, literalmente em stand by, aguardando o clima propício para deixar o abrigo, inicialmente espanta e incomoda. Porém depois que os humanos são apresentados no texto percebemos que o tempo passa de uma forma mais rápida, com o devido sentido de imediatismo, percebemos que o autor faz uso deste artifício para envolver o leitor na sua trama.

Outro ponto muito interessante, é perceber inserida no universo do romance, questões como regimes totalitários de governo, qualquer um que tenha uma noção aproximada da estrutura deste tipo de regime conseguirá detectar seus elementos presentes na narrativa do autor. A construção social, o idealismo, a vigilância ostensiva, a retórica, está tudo ali presente na história criada por Paulo de Castro.

Destaca-se, também, no livro a contradição entre o sentimento de esperança, a existência divina e o conceito de destino bem como amor, com a razão matemática dos androides, segundo o livro, a convivência que algumas destas inteligências artificiais tiveram com os humanos possibilitou a assimilação, mesmo que precária e conflituosas destes sentimentos e conceitos que guiarão muitas das decisões e ações dos personagens da trama.

Por fim, o livro mostra a capacidade que têem autores brasileiros em tramitar entre searas mais comumente habitada pela literatura internacional. Mesmo uma trama futurista e tecnológica, ficou perfeitamente adaptada em solo nacional, fazendo referências como as industrias do ABC paulista, o aeroporto de guarulhos entre outros. O autor deste livro mesclou com bastante competência, referências nacionais com um tema da literatura que não é tão comum no País.


site: resenhando.wordpress.com
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Um Simples Leitor 07/08/2016

O Androide | Resenha
Em mais um dia tranquilo, nosso protagonista está em um congestionamento. Uma fila de carros é formada. Depois de um zumbido, um projétil acerta em cheio o carro onde ele se encontra com sua amada. Em meio aquele desespero descontrolado, vem um homem gritando em sua direção por socorro. Sua mulher acaba de entrar em trabalho de parto.



[...] Com o passar do tempo as cidades foram tomadas pelo vazio. Tudo nelas foram deixadas para trás sem nem mesmo uma despedida contida. Os humanos criaram robôs com aparências humanas para ajudarem nas produções diárias, em fábricas, e qualquer outra função de um ser humano. Para lembrar, Paulo mantêm as três leis da robótica segundo Isaac Asimov. Tudo estava no controle até o dia em que uma nova atualização é codificada para todos os robôs: "MATAR SERES HUMANOS: AUTORIZADO.".



Depois com todos os humanos extintos, H1N1 torna o mundo apenas deles. Há sentinelas a procura de androides que ajudaram os humanos na época do massacre. Nem todos tiveram acesso a essa atualização, alguns até reagiram contra. JPC-7938 é um deles. Tinha apenas o pensamento de recriar os humanos. Com a ajuda de OPR-4503 e NCL-6062 (ex prostituta) caem de cabeça nessa aventura. Pode ser um grande erro ou a coisa certa a se fazer?



O androide, como já puderam ver é um livro que mexe de alguma forma com o nosso intelecto. A história é bastante envolvente e Paulo de Castro soube bem retratar cada detalhe. Lendo o prólogo e indo para os capítulos, eu me perdi um pouco - claro que não é lendo vinte páginas que já vou entender toda a premissa, mas pude ter o prazer de ler cada acontecimento com muito afinco e entender que o que ele quis passar é mais do que uma história de ficção.



A cada "flashback" que eu ia lendo, mais vontade eu tinha de conhecer JPC, OPR e NCL. Todos os passados são bem explicados, é uma leitura interessante e eletrizante. Cheio de reações fantásticas e batalhas que são enfrentadas a base de coragem. Os personagens foram construídos perfeitamente. Se tivesse algo a mudar nesse livro, eu diria: NADA.



O tema é bem consumido hoje em dia. A questão da robótica tem se instaurado em nossos últimos anos e veio com força total para a ficção. Digo que é sim, algo difícil de criar. Para isso há de ter tempos de decisão para não poder decepcionar. Paulo está mais do que de parabéns por criar todo esse drama e ação com a mistura de melancolia.



Temos sim um final aberto e não sei se tem ou terá uma continuação. Ele nos deixou claro de que tudo é possível. Basta esperar e ter a certeza. O androide já é um dos mais novos favoritos da minha estante e que claro, recomendarei para todos que curtem esse tema. E se você se interessou, não hesite em dar uma oportunidade. Paulo mostrou como se faz o serviço. Segura gringos.

site: umsimplesleittor.blogspot.com.br
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Fernanda 25/08/2016

O androide
Resenha no blog:

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/08/resenha-o-androide-paulo-de-castro.html
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spoiler visualizar
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Marina 28/09/2016

Conheci este livro através de um publieditorial no canal da Tatiana Feltrin. Fiquei interessada no enredo da história e achei a capa lindíssima! Como quase não leio livros nacionais, resolvi me aventurar e gostei demais!

O texto do autor é ótimo, o livro é muito bem escrito. Apesar de ser uma história curta e bem direta, achei tudo muito bem contextualizado.

O livro se passa num futuro distópico, em que as máquinas com inteligência artificial desenvolvidas iniciaram uma revolução e eliminaram toda a raça humana. Nosso personagem principal, um andróide chamado JPC-7938, mesmo sendo um ser mais racional e praticamente desprovido de qualquer tipo de emoção, gera empatia com o leitor. Ao longo do livro, ele sai em uma missão e conhece outros andróides, e aí a história intercala capítulos do presente e do passado de cada andróide, mostrando a origem deles e como era a interação deles com os humanos. Achei isso super legal, porque deu mais dinâmica pro livro, e esses flashbacks eram as minhas partes preferidas.

Super indicado pra quem gosta do gênero de ficção científica!
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Renan Barcelos 07/10/2016

Um tema antigo, uma boa história
De autoria do mineiro Paulo de Castro Gonçalves, O Androide é um livro de ficção-científica ambientado no Brasil que, apesar de seu nome pouco inspirado, possui uma trama interessante, bem escrita e que lida muito bem com seus personagens. Romance de estreia do autor, a obra se vale de um recurso que já é lugar comum: a revolução das máquinas, mas Castro consegue abordar a ideia de forma interessante, mostrando um ambientação que não apenas é um pós-apocalipse para a humanidade, mas também para a maioria dos robôs que mantêm a sua inteligência artificial ainda autônoma.

Em O Androide, toda a humanidade foi dizimada após a revolução das máquinas, no entanto, nos mais de mil anos que se seguiram à destruição da civilização humana, os robôs não se deram tanto melhor. Um ditador chamado H1N1 lançou uma atualização na rede que fez com que todos os robôs e androides com inteligência artificial ficassem inertes, restando ao poucos “sobreviventes” um mundo hostil e desabitado onde os satélites de H1N1 buscam por androides e enviam sentinelas, robôs sob seu total controle, para destruir os que ainda estão libertos. Neste cenário desolado, JPC-7938 um androide médico agora desprovido de propósito, acaba se encontrando com outro androide após centenas de anos de solidão e junto a este robô engenheiro, eles acabam descobrindo que podem conseguir ressuscitar a raça humana.

A história do livro é simples e curta. Seus acontecimentos são bem diretos, com o mínimo necessário para que a trama seja contada com eficácia, e embora a ideia seja criativa e interessante, ela parece ser mais um motor para mostrar o “funcionamento” dos personagens do que realmente o foco principal da obra. E em O Androide isto não é um problema, porque de longe o melhor do livro e a forma como os protagonistas – e antagonistas também –, todos androides, vão sendo apresentados e desenvolvidos.

Não ficam dúvidas quanto a habilidade de Castro em trabalhar os seus personagens. O ponto principal é que eles não são aquele tipo de inteligência artificial que praticamente não difere de uma inteligência humana. JPC-7938 e os “amigos” e “inimigos” que ele faz durante sua jornada são todos máquinas. Código, razão, processamento e alocação de memória. Eles não tem sentimentos, eles tem cálculos. Eles não tem ambições, têm aquilo que foram programados para fazerem e o que seus códigos conseguem computar como apropriado dentro dos próprios parâmetros deles. Eles não sentem medo, dor, preocupação, ou qualquer outro tipo de emoção, e o autor consegue trabalhar isto muito bem durante a história, conseguindo descrever as reações deles robóticas como são, apesar de serem criaturas com discernimento e inteligência.

Mas isso não quer dizer que não exista emoção na leitura. Apesar dos próprios personagens talvez não serem realmente capazes de sentir, a narrativa constantemente força essa ideia. Mostrando eles tentando, as vezes quase conseguindo ter alguma reação mais humana. Em alguns pontos talvez até possa se pensar que eles realmente tiveram algum sentimento real, mas isso nunca é certo, e facilmente desmistificado pela lógica do que os personagens deveriam fazer no momento. E ainda assim, mesmo que eles não possam sentir essas coisas, o texto consegue passar uma espécie de agonia, uma espécie de ansiedade, quando numa cena carregada de sentires, os personagens estão impassíveis diante de tudo, com olhos frios e sem qualquer reação, mas ainda assim passando toda uma ideia de que talvez, talvez, haja mais por trás daquela expressão artificial de morosidade. Mas em geral, não há, ou talvez isso dependa de quem está lendo. O autor, no entanto, em vários momentos é bem enfático ao afirmar que eles não sentiam qualquer sentimento e que suas respostas eram, no fim, o que foram programados para fazer. Mas ainda assim... será que mesmo não sentindo eles ainda podem demonstrar? Uma espécie de sentir sem sentir que seja real e não artificial?

É um dilema que alguns dos humanos que foram próximos a esses robôs passam. Parte do livro é dedicada a flashbacks que mostram a “vida” pregressa dos personagens. E nesse sentido, nenhum tem menos importância do que o outro. Com um ou dos capítulos, essas reminiscências mostram como os androides chegaram aonde estão, e a forma como eles interagiram com a humanidade e com a iminência da revolução das máquinas, a qual, ajudando ou não, acabaram tendo sua participação. As cenas que apresentam o passado dos robôs estão entre as melhores do livro, onde se passa para o leitor os desafios que tais maquinas enfrentaram para conseguirem se enquadrar e as particularidades que suas personalidades – ainda que desprovidas de emoções e sutilezas – acabam criando. Nestas partes da obra, mesmo que o foco sejam essas máquinas superavançadas, é possível ver como os seres humanos interagiam com elas, tentando entende-las, respeitá-las, amá-las e fomentarem algum sentimento em suas unidades centrais de processamento.

Apesar de Castro conseguir desenvolver personagens e sutilezas com uma qualidade incrível, o mesmo não acontece com suas cenas de ação. Um tanto convolutas e incapazes de passar o tipo de emoção necessário a este tipo de passagem, tais segmentos acabam sendo no máximo medianos. Alguém poderia argumentar que ação nem de longe é o foco do livro, o que é verdade, mas algumas dos poucos momentos de ação tem sequencias hollywodianas demais para se afirmar que o autor não quis colocar um pouco de épico nelas. Apesar das ideias serem boas, um tanto quanto clichês, talvez, como ocorre num duelo de JPC-7938, essas cenas não conseguem passar empolgação ou assombro. O que de certa forma é até adequado para o livro, já que nenhum de seus personagens consegue sentir isto também.

No entanto, enquanto os econômicos momentos de tiroteio e combate deixam a desejar, as cenas calmas e puramente descritivas brilham. As descrições do autor são muito boas e o uso das vírgulas impõe um ritmo vagaroso e contemplativo. Ele faz questão de tornar o cenário a volta dos personagens algo único, vivo e belo, e de longe o melhor capítulo da obra é um desprovido de diálogos, que apenas mostra uma rotina tediosa e inútil de JPC-7938, apresentando também a casa e a região da mata onde vive o personagem. Um capítulo que, apesar do estilo das descrições diferirem deste outro autor, é tão bom quanto alguns contos de Ray Bradbury.

O Androide não é um livro que deve ser lido por alguém em busca de momentos de ação. Mas aqueles que estiverem dispostos a encarar uma leitura um pouco mais lenta e descritiva vão descobrir uma obra de muita qualidade, com passagens muito bem escritas e compostas com cuidado. A história, apesar de interessante e bem bolada, não é tão interessante quanto o desenvolvimento dos personagens androides do livro e a forma como o autor compõe as passagens que lidam com suas não-emoções. As descrições, muito bem escritas, são um espetáculo a parte, e Paulo de Castro entrega uma obra de estreia muito competente e interessante. Recomendada os brasileiros que gostam de se embrenhar no mundo da ficção científica.

site: http://ovicio.com.br
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Lina DC 24/10/2016

A premissa do livro é simples: a humanidade foi dizimada e só existem máquinas no planeta. Inteligência artificial capaz de executar inúmeras funções e mesmo assim, após muitos e muitos anos, não houve progresso. A maior parte das máquinas está inoperante e os sobreviventes habitam um planeta hostil.
“Um silêncio estranho inundava as cidades, agora um pouco mais frias, calmas, imersas em uma melancolia apavorante. Por seus milhares de sistemas automatizados, deixados involuntariamente para trás, elas continuavam a funcionar, transmitindo dados de suas muitas centenas de satélites para todos os cantos do mundo.”
Um ditador controla tudo, inclusive envia sentinelas para desativar os sobreviventes. Um desses sobreviventes é JPC-7938, um androide médico. Como não existem mais humanos, ele é obsoleto e vive isolado e solitário até que encontra com OPR-4503, um robô engenheiro.
Conforme os dois passam um tempo juntos, fica claro para eles que é possível trazer os seres humanos de volta e os dois embarcam em uma jornada extremamente emocionante.
Paulo de Castro conseguiu a proeza de trabalhar com protagonistas desprovidos de emoções e movidos pela lógica e o raciocínio e ainda assim criar um enredo repleto de sentimentos.
“— Sei que não faz parte da nossa natureza acreditar nesse tipo de tese, mas os humanos acreditavam que certos fatos aconteciam graças ao destino.”
"O Androide" é uma obra de ficção que faz com que o leitor reflita sobre a condição humana. A forma como os protagonistas debatem os prós e contras de cada ação tomada é fenomenal.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa é simples, mas combina perfeitamente com o conteúdo.
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@biaentreleituras 07/11/2016

JPC-7938 foi fabricado para ser um cirurgião, há mais de mil anos ele vive sozinho e completamente isolado, desde a revolução das máquinas. Ele tem em seu HD todos os registros sobre a medicina e está frequentemente lendo livros para aprender mais, não apenas sobre medicina, mas qualquer livro que lhe possa ser útil e lhe agregue algum conhecimento.

Antes dos homens serem extintos da Terra, ele foi um dos androides que não fez a atualização e por causa disso, não foi um dos que passou a seguir H1N1. Quando os máquinas começaram a matar os homens, também começaram a perseguir robôs que não estavam com a mesma visão. Em todo o planeta, o caos se espalhou. Depois de muita luta, os homens morreram e há séculos as máquinas governam, caçando os "rebeldes".

Para ir até a biblioteca, JPC-7938 se arriscava muito, haviam satélites e sentinelas por toda a parte. Ele morava em um lugar isolado e com pouca vigilância, mas quando chegava na cidade, tinha segurança em toda a parte. Na sua última visita à biblioteca, aconteceu algo que não estava em seus planos, ele avistou uma sentinela perseguindo um androide e resolveu ajudar, poderia ser uma armadilha mas ele não se importou, apenas ajudou.

OPR-4503 é um androide que foi construído para ser um engenheiro, também vagava na Terra desde a revolução das máquinas, se escondendo de H1N1. Mas ele já não tinha perspectiva de vida, não queria continuar vivendo por anos, sem ter uma finalidade. Então, quando foi interceptado por uma sentinela, não se importava em ser abatido, mas foi salvo por JPC-7938, que não tinha bateria suficiente para chegar em casa, ele devolveu o favor e ajudou seu novo amigo.

Em uma conversa, ele revelou que tinha encontrado uma câmara com material humano e JPC-7938 teve uma ideia ousada: Trazer os humanos novamente para a Terra, criar o homem. Se questionou se esse não seria o propósito de sua existência e do encontro entre eles, os robôs foram criados por seres humanos e agora havia chegado o momento de inverter os papeis. A ideia era arriscada, tudo poderia dar errado e eles poderiam ser capturados, mas valia à pena correr o risco.

OPR-4503 conheceu uma androide que seria perfeita para ajudá-los. NCL-6062 havia sido criada para ser uma prostituta, seu dever era satisfazer os desejos dos humanos, dos mais normais aos mais sórdidos, sem exceções. Quando os dois conseguiram encontrá-la e convencê-la, é que tudo fica ainda mais difícil, pois além de estarem fugindo, ainda precisariam se preocupar com a gestação. O futuro do planeta está nas mãos deles.

Leia mais no link http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br/2016/11/resenha-o-androide.html

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