Como se estivéssemos em palimpsesto de putas

Como se estivéssemos em palimpsesto de putas Elvira Vigna




Resenhas - Como Se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas


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Mari M. 30/12/2023

Palimp... que?!
Sinceramente, achei que ia ser um livro bem gostosinho de ler, profundo sem dúvidas, mas legal de acompanhar essa dança de visões, meio cubista talvez (bem talvez mesmo). O que ficou foi uma bagunça, não podendo se distrair um pouco e já perde, umas histórias sem nexo, umas pessoas sem rumo (nem bom e nem ruim). Parece que foi tentado demais alcançar uma profundidade, que ficou forçado. Me decepcionei um pouco, queria muito ter gostado, mas não rolou.
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Olgen 31/07/2023

Chato, muito chato
O livro tem uma proposta profunda, mas mal trabalhada. Primeiramente pela escrita poética, linda nas primeiras páginas, que se torna rapidamente repetitiva e enfadonha. Depois, pelas personagens genéricas e, salvo uma, mal desenvolvidas.

Saí com a sessão de ter lido um rascunho, anotações de ideias que mereciam um carinho maior.
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Juliane.Motta 25/06/2023

Palimp o quê?
Escolhi o livro pelo título. Tudo que vem com "puta" na capa, já me promete uma história honesta, visceral. A segunda palavra foi palimpsesto. Quem conhece essa palavra senão alguém cuja sofisticação no vocabulário e na estética seja tão perspicaz?

Na orelha do livro tem uma foto PB da Elvira, séria, mais velha, cabelo meio assimétrico, olhos como que semicerrados. No decorrer do livro eu olhava a foto e pensava: caramba, que mulher!

O enredo não segue uma ordem cronológica linear e muitas vezes te deixa com cara de "ué", mas aos poucos você aprende o ritmo e tudo flui. Com os cenários repetitivos e um mergulho nas personagens principais, dá o tempo necessário de construí-los muito bem na imaginação.

Livro curto, rápido, muito bem construído, abordando conteúdos feministas de maneira leve como tem que ser uma ficção, tem plot twist, tem também aquela dúvida sobre como a autora conseguiu amarrar tudo tão bem.
Recomendo.
Alê | @alexandrejjr 27/06/2023minha estante
É um livro sofisticado e inteligente, extremamente acessível também, como quase todas as ficções da Elvira, pelo que estou tomando conhecimento. Acho que, numa segunda leitura, Juliane, provavelmente mudaria a nota que dei a esse romance. Hoje tenho certeza que prestei menos atenção à engenhosidade dele e às sutilezas do discurso potente da Elvira.


Juliane.Motta 28/06/2023minha estante
Alê, você tá lendo muito! Sua escrita é super rebuscada rs.
Mas então, o plot twist da vingança/ vitória feminina, me pegou demais, tocou lá no fundo, sabe? Rs. A partir daí, toda estética fez muito mais sentido.




liz 02/06/2023

Seja seus bíceps
Não poderia ter sido escrito por outra pessoa, nem de outra forma. entre discussões de poder até a feminilidade e fragilidade masculina, torna-se não só um palimpsesto de putas, mas de identidade.
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Pretti 31/03/2023

Sensacional
Gostei de tudo no livro: forma e conteúdo. A linguagem exige certa 'curva de aprendizagem' pra que a gente se acostume com ela, mas nada muito demorado. Depois disso, você percebe como é ritmada e ancorada na oralidade. A história também é interessante, com reviravoltas inesperadas e tudo muito bem amarrado. Gostei muito.
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asaquebrada 07/12/2022

Foi difícil terminar. Mas isso é mérito do livro.

Achei ele complexo, autêntico, com lacunas para serem preenchidas pelos leitores.

Sem dúvida é interessante. Mas não é cativante. Li de modo bem espaçado, a reta final que me prendeu mais.

No geral, gostei da experiência e recomendo.
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Mih 06/12/2022

Se você deixar, o passado te assombra
Um livro denso, de certa forma. Poético de forma curta, mas intenso. Um cotidiano recheado de tédio, ilusão e ganância. Um realidade cruel, mas muito comum. Muito bom!
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Marcelo217 04/12/2022

Entediante
O livro tinha tudo pra ser bom. A proposta e a temática chamaram muito a atenção, a execução que deixou, infelizmente, a desejar.

Quando em penso em monólogo, penso em algo como Jack Kerouac faz e foi essa expectativa que acabou com minha experiência lendo esse livro. Monólogos precisam de ritmo, de consistência para prender a atenção e foi o que faltou nesse livro.

O livro em si apresenta várias camadas e críticas implícitas em um discurso meio misandrico. É possível perceber aspectos semelhantes entre a personagem sem nome e a autora do livro (físicos, profissões, estilo, etc.). O relacionamento da narradora com o personagem João é dificil de classificar e a visão que a mulher tem do homem que lhe conta sobre sua vida muda gradualmente no percurso da história. Pontos de vista femininos (Lola, Mariana, narradora) sobre essa vida extraconjugal dos personagens (João, 🤬 #$%!& íca, Pedro) vem carregados de julgamentos e o plot da história fica do lado das mulheres, degradando os praticantes de adultério da narrativa. A autora deixa claro ao mostrar o outro lado das mulheres que sofrem nessa vida de prostituição/traição.

As histórias são interessantes, os personagens tem lá suas personalidades, todavia o desenvolver da história fica entediante pela forma que a história é contada. Em vários pontos fica até dificil compreender o que está acontecendo. O enredo no fim é imprevisível, mas não é surpreendente. Pareceu uma fábula urbana com a lição de moral no final: A vitória das mulheres em cima dos homens adúlteros e suas vidas degradadas por essa prática. O livro, com um pouco mais de trabalho ficaria agradável de se ler.
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Mona 05/09/2022

Como se estivéssemos todas em um palimpsesto
Esses discursos falocêntricos se apresentam por meio da misoginia sofrida pelas mulheres do romance, visto que tentam desumaniza-las e apagá-las da sociedade. A dor de não existir trespassa tanto as personagens femininas esposas que desconhecem a realidade dos maridos e são usadas como objeto mercantil, como também a dupla violência sofrida pelas garotas de programa invisíveis socialmente.

Todas essas violências sofridas pela figura feminina se sobrepõem em camadas, uma mulher sobre a outra e todas, de fato, sem existência para a sociedade. Assim, cria-se um palimpsesto de violências em uma crítica voraz à sociedade patriarcal. 
Alê | @alexandrejjr 04/09/2023minha estante
Muito bem explicada a ideia do palimpsesto social que dá vida ao romance da Elvira. Parabéns!




rfalessandra 28/08/2022

Palimpsesto de personagens e histórias e relacionamentos
Quando fiz as minhas metas literárias para este ano, algo gritou na minha mente foi à necessidade de me aventurar por novos gêneros, conhecer novos autores e me desafiar como leitora.

Por essa razão quando me deparei com a obra Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, não consegui resistir. Com uma capa interessante, uma sinopse intrigante, um título incomum e uma autora nacional.

A narrativa de Elvira é algo muito particular, o modo como ela conduz a história, confesso que não foi fácil me encontrar na leitura, a partir do momento que compreendi de fato o que estava sendo proposto tudo fluiu muito bem. Causando em mim reflexões importantes.

O livro envolve temas que para muitas pessoas podem ter um teor polêmico, como prostituição, gênero e fidelidade.

Enfim, amei a leitura, super recomendo, ainda mais por ser uma obra BRASILEIRA contemporânea de peso.
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Natine 11/06/2022

Algo que cresce gradativamente
Como se estivéssemos em palimpsesto de putas é repleto de transgressões ao sistema tradicional de escrita. O sentimento que a leitura causa é, definitivamente, algo que cresce de forma gradativa.
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Jean.Guimaraes 22/04/2022

Relações humanas puras
Esse livro é genial em criar uma narrativa que trata de relações humanas de uma forma pura e concreta. Questionando valores como masculinidade frágil de uma forma ímpar e realista.
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Alê | @alexandrejjr 16/04/2022

A lógica rebelde

Recentemente, eu esbarrei em um vídeo com um trecho de uma entrevista da escritora estadunidense Siri Hustvedt ao canal Louisiana Channel. Nessa conversa, disponível no YouTube, Siri afirma que “quando você lê, você é possuído pela voz de outro”. Na sequência, ela faz uma reflexão interessantíssima que vai nortear esta resenha: Siri acredita que, justamente por esse fato intrínseco à leitura, muitos homens não leem livros escritos por mulheres, pois “eles têm que se submeter à autoridade de uma mulher e isso”, continua ela, “faz com que eles se sintam emasculados”, ou seja, que percam a virilidade ou, em termos mais claros ainda, que percam sua masculinidade.

Último romance publicado em vida por Elvira Vigna, “Como se estivéssemos em palimpsesto de putas” é literatura para leitores sofisticados. A grosso modo, como em outros livros da autora, esta é uma história em que outras histórias são contadas. E aí é que entra o tal do palimpsesto. Eu - e praticamente todos que forem ler este livro - pesquisei o que significa o maldito do palimpsesto. E, de acordo com o dicionário Houaiss, palimpsesto é um “papiro ou pergaminho cujo texto primitivo foi raspado para dar lugar a outro”. E Elvira, ao juntar uma palavra tão erudita e incomum a versão abreviada e vulgar de prostituta, mostra logo no título que este não é um livro para amadores.

Em uma narrativa que mistura passado e presente, em que o que se conta é, em parte, desconhecido (eis aqui a primeira genial artimanha narrativa), Elvira vai debater as relações de hierarquia e gênero que estruturam nossa sociedade. Ela vai abordar, principalmente, as consequências da invisibilidade e do silêncio opressor praticado pelo patriarcado - do qual eu e qualquer um com um pênis no meio das pernas faz parte. É na figura do detestável João, que conta as suas historietas com prostitutas à narradora sem nome (mais uma invisibilidade proposital!), que os leitores devem perceber a primeira camada de discussão: João, o homem genérico por excelência, precisa provar a própria masculinidade através do sexo, como se fosse uma válvula de escape. E é nas prostitutas, esses seres marginalizados que antes de serem mulheres são apenas objetos descartáveis para João, que ele atinge seu vazio objetivo de poder e superioridade.

Ao optar por uma narradora sem nome que intercala as histórias de João, o irreversível frequentador de putas, e Lola, sua ex-esposa “alta, magra e loura” que sofria abusos morais constantes de seu ex-companheiro, Elvira traz à tona inúmeras denúncias relacionadas à representação da mulher. Ficção feminista por excelência, “Como se estivéssemos em palimpsesto de putas” é uma obra singular dentro da literatura contemporânea nacional. Mas isso se deve a outro fator também: o formal, estilístico. E aí eu tenho minhas ressalvas.

Se tematicamente o romance é impecável, o mesmo não se pode dizer de sua estrutura. Realizada em frases curtas e cortantes, dotadas constantemente de um sarcasmo e de uma seriedade nunca vistos por este leitor, Elvira cria certa confusão ao adotar recursos como a fragmentação, a repetição e o uso de versões para relatos anteriormente já apresentados durante a narrativa. É claro que, dessa forma, a autora problematiza o ato de narrar, o que é louvável em termos estéticos, mas não se traduz em prazer imediato para os leitores. Isso, infelizmente, me tirou com alguma frequência da leitura, apesar de compreender que eu e provavelmente novos leitores deste romance dificilmente vão se deparar com uma estrutura narrativa tão singular e, porque não dizer, tão original quanto esta.

“Como se estivéssemos em palimpsesto de putas” é um romance que merece ser lido com atenção, cuidado e principalmente paciência. O que Elvira Vigna faz aqui é de uma importância imensurável. Ao permitir que sua narradora preencha o silêncio e a escassez de vozes das mulheres que perpassam sua história, a autora se posiciona e, de maneira transgressora, devolve a identidade e a subjetividade feminina que é esmagada pela velha e incorrigível estrutura patriarcal que impera na sociedade - e na literatura - brasileira. Afinal de contas, ela mesma, enquanto esteve viva, foi uma escritora reconhecida pela crítica que, no entanto, possuía um grupo escasso de leitores e nunca estampou nenhuma lista de mais vendidos. Ou seja: é através da própria ficção que Elvira reivindica seu espaço, tanto o social quanto o literário.
Roberta 16/04/2022minha estante
Olha, estou longe de ser uma leitora sofisticada ?


Clara 16/04/2022minha estante
Parabéns pela resenha! Muito boa.
Atiçou a minha curiosidade para saber mais da obra.


Alê | @alexandrejjr 16/04/2022minha estante
Roberta, discordo respeitosamente de ti! És uma excelente leitora! Sofisticada, sim! Vi que não gostasse do livro da Elvira e posso imaginar o porquê - o que é absolutamente normal. Não é, digamos assim, um livro "agradável" de ler. O ritmo dele varia muito e a história demora a pegar, mas acho um livro muito interessante dentro do contexto contemporâneo, justamente devido aos temas que discute, como tentei destacar no texto;

Obrigado por ter lido e comentado, Clara!


Roberta 16/04/2022minha estante
Ai, Alê! Você é um doce.


Craotchky 16/04/2022minha estante
Ótimo texto, observações muito relevantes.


Jamile.Almeida 16/04/2022minha estante
Antes de continuar sua resenha, precisei parar para entender o que era ?palimpsesto?! Hehehe


Alê | @alexandrejjr 17/04/2022minha estante
Agradeço o elogio e a tua atenção, Filipe!

Jamile, pensando em ti - e em todo mundo, na real, até em mim mesmo - eu já deixei na resenha a definição! Definitivamente se faz necessário esse esclarecimento!


Julia Mendes 18/04/2022minha estante
Adoro suas resenhas, Alê! ?


Alê | @alexandrejjr 18/04/2022minha estante
E eu curto demais quando comentam por aqui, Julia! Obrigado!


Yasmin 17/08/2022minha estante
Obrigada pela resenha


Alê | @alexandrejjr 19/08/2022minha estante
Eu que agradeço a sua leitura, Yasmin. Obrigado!




Brisa 11/03/2022

Esperava outra coisa
Eu achei tudo um excesso. Um excesso de detalhes, um excesso de idas e vindas no tempo. Um excesso de relações mal explicadas. Fica tudo muito subentendido, ao mesmo tempo que explicado até demais.

No começo fiquei empolgada, mas acabei odiando todos os personagens... foi uma experiência diferente e interessante de leitura, mas simplesmente não me levou a lugar algum no final.
Brisa 11/03/2022minha estante
SPOILER: Meu Deus, que final fuleiro esse da esposa


Alê | @alexandrejjr 07/04/2022minha estante
Pelo menos foi uma experiência diferente de tudo que tu já lesse, certo?


Brisa 12/04/2022minha estante
Foi sim! Isso não posso negar




vagnerrg_ 20/02/2022

Ainda tentando entender alguns pontos?
Quão rápido pode ser o fluxo de pensamentos? Me fiz essa pergunta ao longo dessa leitura. Não li outros livros de Elvira Vigna, mas tive boas impressões com o fluxo alucinante de ideias conduzidas pelo pensamento da autora.

Na narrativa do livro, diversas lacunas vão surgindo e me fazendo tentar entender de forma mais profunda as personagens. Pra mim ficou evidente que criatividade e realidade são coisas bem indissociáveis aí em Vigna, porque a narrativa toma existência por meio das memórias. Que campo delicado e cheio de aliases...

Ainda tô tentando entender alguns pontos... talvez eu consiga.
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