Biia Rozante | @atitudeliteraria 29/10/2016Poderia ser melhor...Quando li a premissa do livro AS LETRAS DO AMOR, confesso que fiquei intrigada. Apesar de o tema ser clichê, fiquei curiosa para saber como a autora iria trabalhar o enredo e criar um romance divertido e inspirador. Entretanto, apesar dos cenários maravilhosos – afinal de contas a história se passa na Itália -, e de todo conteúdo que a autora poderia trabalhar, faltou algo e devido à isso infelizmente me senti decepcionada.
Bianca é uma jovem que esta perdida em si mesma. Sua vida está de cabeça para baixo, seus pais estão se divorciando, ela detesta o curso de graduação que está cursando e seu namorado está se mudando para a Itália por seis meses. Como já não aguenta mais escutar as discussões de seus pais, seus irmãos estão deixando-a louca com todo o barulho, ela decide aceitar a proposta de Miguel e embarcar com ele para outro país. A aventura parece perfeita, ela poderá aprender a falar italiano, dar um passo a frente no seu relacionamento vivendo uma espécie de “casamento”, ela só não esperava que Miguel fosse se tornar um estranho, que nada sairia como planejado e que de fato ela fosse encontrar consolo e uma nova perspectiva nos braços de Enzo, o melhor amigo de Miguel com quem eles dividem o apartamento. E agora com sentimentos conflitantes, insegura, longe de casa, sem a melhor amiga por perto, qual caminho Bianca deve seguir?
“(...) Não há uma saída, não há outra palavra. Não estou apenas apaixonada. Eu o amo.”
É complicado escrever uma resenha quando você não sabe o que dizer a respeito da leitura. AS LETRAS DO AMOR têm elementos ótimos, cenários lindos, personagens intrigantes, mas que infelizmente não foram bem explorados e desenvolvidos, o que tornou a leitura morna. Bianca é uma personagem superficial, que passa maior parte do livro confusa, tentando concertar o que já ficou óbvio que não tem concerto, que poderia sair explorando as possibilidades, mergulhando de cabeça no auto-descobrimento, se arriscando, dialogando, enfrentando os conflitos, já que está em um relacionamento sério, praticamente casada, amadurecido; não, ela fica apática, de mimimi, se comportando como uma adolescente. Miguel que inicia o livro como o namorado perfeito, se perde no meio da história, toma atitudes sem sentido, passa a se comportar de maneira estranha, e acaba por virar o “vilão”. Enzo é nerd, fofo, atencioso, mas sem atitude, passivo. O romance em si, não me convenceu e poderia ter sido doce, inspirador, cheio de reviravoltas, mas foi insípido. Talvez se eu fosse mais jovem, tivesse aí meus quatorze ou quinze anos tivesse aproveitado melhor a leitura. O fato é que passei cada capítulo esperando que o BOOM chegasse e que deixasse a história mais eletrizante e nada aconteceu, a trama começa morna e termina quase fria.
“— Talvez ela só seja diferente dentro de sua própria mente, então infelizmente não é corajosa o bastante para agir de outras maneiras.”
Quero ressaltar que o livro de modo geral não é ruim. Ele tem pontos bons, algumas cenas fofas e explora temas relevantes. E se você estiver à procura de uma leitura levinha e despretensiosa ele é uma ótima opção.
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