Depois Da Última Dança

Depois Da Última Dança Sarra Manning




Resenhas - Depois Da Última Dança


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Talita 11/09/2016

Depois da última dança
Terminada a leitura de Depois da última dança, meu pensamento foi o seguinte: por que eu demoro tanto a começar livros como este? A resposta é simples. Eu gosto muito de romances que se passam nas décadas de 1940 ou 1950. Consigo lembrar de vários que favoritei ou que me marcaram, mas sempre me enrolo para lê-los. É que quando eu penso na quantidade de sofrimento que essas protagonistas terão que suportar eu vou lá e adio mais um pouquinho, sempre com a ideia de que hoje não é um bom dia para sofrer tanto com uma leitura. Para minha sorte, eu comecei Depois da última dança sem saber do que ele tratava. Aliás, eu me contentei em saber que o livro era de Sarra Manning, fechei os olhos e me deixei levar.

Minhas experiências de leitura com os livros de Manning vão de “amei muito, muito mesmo” a “chega, já posso abandonar aqui na página dez”. A parte boa disso é que ela se aventura em gêneros bem diferentes, então sempre sinto que posso encontrar uma surpresa. A estrutura de Depois da última dança lembra a de alguns livros da Jojo Moyes. Posso dizer que se você gostou, por exemplo, de A garota que você deixou para trás, o novo de Manning foi feito para você.

Já na abertura do livro a autora explica que, desde que ouviu falar do Rainbow Corner, ela sabia que escreveria um livro a respeito desse lugar e de sua importância histórica. Eu dei um google e descobri que o Rainbow Corner foi uma espécie de clube (salão de dança, digamos) que existiu durante a segunda guerra, para os soldados americanos se divertirem em seus dias e noites de folga em Londres. A imagem que Sarra Manning nos passa é a de um lugar com uma energia vibrante, onde os jovens se divertem, tomam coca-cola e comem donuts. Um lugar que os permite esquecer, ainda que por alguns momentos, que estão vivendo as dificuldades de uma guerra.

Já pensando nas aventuras do Rainbow Corner, Rose chega a Londres em 1942. Depois de fugir de casa tudo o que ela quer é estar ali. Claro que no meio do caminho ela vai passar por maus bocados. Isso fica evidente assim que ela chega na cidade, com apenas dezessete anos, e é recebida na estação de trem por dois soldados americanos que a levam direto para o lugar que ela quer conhecer. Calma, não vou dar nenhum spoiler, mas adianto que o suspense é bem enlouquecedor. Ela se apaixona, faz amizades leais, se diverte muito no Rainbow Corner, sofre algumas desilusões e perdas, amadurece. Os capítulos dela são os melhores. Numa espécie de história interligada, os outros capítulos se concentram em Jane e Leo. Eles se conhecem nos dias atuais (não parece um livro da Jojo Moyes?), e são duas pessoas opostas em tudo. Leo é um cara que gasta seus dias sem se preocupar com nada, cheirando cocaína e bebendo muito. Jane passou por situações muito difíceis quando era jovem, e por isso ela já planejou bem a vida: quer casar com alguém que não a faça mal e que tenha uma boa vida financeira. Depois de três anos namorando ela achou que tinha conseguido tudo o que planejou, mas seus planos vão pelo ralo quando o noivo fica sem dinheiro. Vestida de noiva em um bar de Las Vegas ela conhece Leo, e de repente os dois estão mais ligados do que nunca. Ele precisa de uma pessoa que dê conta de sua fragilidade, e que o tire de uma inércia paralisante, mas Jane parece ser a pessoa mais sem coração do mundo. Será que um vai conseguir ajudar o outro?

Claro que a história dos dois vai ter conexão com a de Rose, mas contar mais do que isso é estragar a surpresa da leitura. Não há grandes reviravoltas, mas mesmo assim a trama me surpreendeu em alguns momentos, e por isso acho que vale a pena chegar ao livro sem saber muita coisa de antemão.

Imagino que nem todos entendam o fascínio exercido por uma história passada na década de 1940 (eu mesma tenho uma implicância com a década de 1920 e aqueles chapéus, laços e cabelinhos à altura da orelha), mas para mim os 1940 têm um magnetismo indescritível. Não importa qual seja o autor, eu sempre vou querer acompanhar a história de uma jovem vivendo em uma cidade grande enquanto tantos acontecimentos cruciais se desenrolam. Nesse sentido, a Rose de Sarra Manning foi uma ótima protagonista, mesmo que o fim não tenha me satisfeito completamente.

Foi por isso que eu não marquei Depois da última dança como favorito. Quando achei que a história se encorparia ainda mais, o livro acabou. Jane e Leo eram importantes, mas eu não me importaria em ver menos deles para ter mais de Rose e seu tempo. O par romântico de Rose, uma das questões mais importantes da trama, infelizmente não teve o número de páginas que eu esperava. Lendo os agradecimentos vi que a editora de Manning cortou milhares de palavras do rascunho inicial. Eu quero essas páginas! Dona editora da Sarra Manning, a senhora errou muito feio.

Mesmo assim, como não indicar esse Depois da última dança? Chorei e terminei querendo que o livro tivesse o dobro do tamanho. É a mistura perfeita de tristeza e fofura.

site: https://ninguemdeixababydelado.wordpress.com/2016/09/11/depois-da-ultima-danca/
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Queria Estar Lendo 12/01/2020

Resenha: Depois da última dança
Depois da Última Dança é um romance dividido em dois tempos, escrito por Sarra Manning - e cedido para resenha pela Editora Suma. Uma história sobre destino e o poder do amor.

Rose, de apenas 17 anos, desembarca em Londres no auge da segunda guerra mundial. Ela vem fugindo do destino que sua família escolheu para ela: trabalhar junto das Land Girls (mulheres que se alistaram para trabalhar nos campos durante da guerra) devido a uma indiscrição que não foi culpa sua. E ela vai direto para o Rainbow Corner acompanhada de dois soldados americanos, um lugar que promete ser o abrigo perfeito.

Nos dias atuais, Jane entra em um bar de Las Vegas em busca de um marido - vestida para a ocasião. Com seu vestido de noiva, um aniversário de 30 anos no dia seguinte e nenhuma perspectiva de casamento a vista, ela acaba propondo casamento a Leo, um estranho no bar. E ele aceita. Mesmo que Jane não acredite, de verdade, no amor.

As coisas tomam um rumo inesperado quando Leo precisa retornar para Londres e leva consigo sua nova esposa. E é através dele que Jane e Rose se conhecem. Apensar de não se darem bem, aos poucos elas descobrem que o destino tem planos diferentes e que elas podem ter mais em comum do que parece.

Confesso que eu gosto muito de histórias que se dividem em dois tempos e esse foi um dos motivos de ter solicitado Depois da Última Dança. Mas é sempre um risco, já que é muito fácil gostarmos mais de uma personagem do que de outra.

E foi bem o que aconteceu aqui. A história de Rose parecia muito mais interessante do que a de Jane - mesmo que Sarra Manning tenha incluído todo um mistério em torno da personagem.

Acho que a história de Rose me chamou mais a atenção em Depois da Última Dança pela época em que se passa. As guerras são períodos tão extremos que é inevitável perceber tons mais complexos, em qualquer história que escolha essa ambientação.

Ainda assim, a parte de Rose não é sobre a guerra. Aos poucos, a história dela vai deixando mais o conflito de lado e focando nela e nas pessoas a sua volta, o que também foi interessante. Infelizmente não foi o suficiente para segurar o livro por completo.

Jane não me cativou de inicio, como fez a Rose. Achei a história dela menos interessante, o Leo também não foi aquilo tudo. Apesar de uma premissa que soa tão original, eu senti que já tinha lido a história deles antes e fui capaz de adivinhar alguns mistérios, que não chegaram realmente a surpreender.

Como um todo, o livro é bom. Não foi arrebatador nem de tirar o fôlego ou algo do tipo, mas também não tenho nenhum problema com ele. Não sei realmente como descrever, mas acho que: ou não era o livro pra mim ou não era o momento de ler ele.

De toda forma, quem curte a premissa e tem expectativas diferentes das minhas pode gostar muito de Depois da Última Dança. É uma história legal, com personagens interessantes e, apesar de ter descoberto algumas coisas na história de Jane, a parte de Rose tem algumas reviravoltas que me pegaram de surpresa - e realmente mudaram a ideia que eu estava fazendo do livro.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2019/12/resenha-depois-da-ultima-danca.html
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Sabrina 16/12/2023

Pior livro de 2023
Gatilhos: violência e estupr0

péssimo, história ruim, cenas horríveis, personagens chatos. queimaria esse livro tranquilamente.
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Andressa Belitzki 17/06/2022

? Tive uma vida maravilhosa.
- Tem sido ótimo, de verdade, mas agora preciso voltar para os meus amigos.?
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ELB 07/11/2016

Depois da Última Dança é um desses livros queridinhos, onde ao finalizarmos acabamos com aquela sensação de calorzinho no peito e com vontade de ler mais. Nesse livro, a autora nos conta duas histórias diferentes que, é claro, vão se interligar mais adiante. Eis que…

Começamos o livro em Londres 1943, com a jovem Rose. Ela é uma menina ainda, bem intrépida e aventureira, me lembrou um pouco a Lydia Bennet, meio doida e muito corajosa. Ao mesmo tempo, levemente dramática e inconsequente também, sempre se achando incompreendida e que a família a julgava muito severamente por coisas que, segundo ela, não tinham tanta importância ou que fugiam ao seu controle.

Sua família não sabia mais o que fazer e ela sempre acabava metida em alguma confusão. Todos sabemos que ainda nessa época, as mulheres tinham um lugar pré-definido, assim como um modo de se comportar em sociedade e que uma vez fora desses padrões, ela seria considerada uma vergonha para a família. Para evitar um escândalo, eles decidem mandá-la para as “Land Girls”, que eram trabalhadoras do esforço de guerra que ajudavam a limpar, cuidar dos feridos, capinar, etc. Mas eles não contavam que Rose fosse fugir de casa.

Assustada e sem saber como chegar ao seu destino – o Rainbow Corner, que era como um salão de dança na época e Rose amava dançar -, ela se depara com dois jovens soldados: Phil e Danny. Ela resolve pedir a ajuda deles e conta uma história triste daquelas que só engana os trouxas mesmo. Sério. Eles ficam com um pé atrás, mas Phil, que já estava de olho em Rose – sintam o momento crush – e convence Danny a acompanhar a moça até lá em segurança. A partir daí, ela vai se divertir e também passar por maus bocados, claro. Mas acho que por ela ser tão vibrante e animada, nós nos afeiçoamos muito a ela.

"Não é uma sensação, muito boa saber que você não tem importância para alguém com quem planejava passar o resto da vida."
E chegamos aos tempos atuais.

Em Las Vegas, a cidade que nunca dorme. A cidade dos casamentos loucos. E, claro, essa parte da história não poderia se passar em nenhum outro lugar. Jane é uma noiva "abandonada" no dia do casamento pelo noivo que a deixou por causa do trabalho, e que se sente sozinha e desesperada. Jane teve uma infância complicada e sempre quis um relacionamento e uma vida financeira estáveis.

Vejam bem, ela não estava preocupada em achar o amor verdadeiro… ela só queria um cara centrado, confiável com quem ela se sentisse segura. Não é de se estranhar que ela não estivesse apaixonada pelo noivo, mas eles eram convenientes um ao outro, davam certos juntos… Porém, ser deixada de lado no dia do casamento por causa de trabalho foi a gota d’água. Ela entra em um bar, pronta para afogar as mágoas quando encontra com Leo.

Leo fica de queixo caído ao ver aquela beldade vestida de noiva naquele barzinho mixuruca e não perde tempo para saber o que a deixou tão triste. Mas ela era tão bonita que ele mesmo não contava com o que estava prestes a fazer. Antes que pudesse pensar direito, ele propõe que eles se casem ali em Las Vegas e realizem o “sonho” dela de se casar (e a vontade dele de passar mais tempo com ela, óbvio).

"Quando ela lhe sorriu não era porque aquilo era uma grande piada, uma noite louca em Las Vegas com a qual ele iria cansar as pessoas pelas próximas décadas, mas porque, naquele momento, naquele gazebo de bom gosto, eles se entendiam. Duas pessoas feridas à procura de algum conforto, algum tipo de distração, e que tinham encontrado uma à outra."
Amanda você está dando spoiler? Não, acabamos de chegar na página 27 e são 329 páginas, fiquem tranquilos. A escrita de Sarra é bem envolvente, ela consegue te manter interessada nas duas histórias – só achei que ela levou muito tempo enrolando com a Jane e o Leo e eu queria saber mais da Rose e isso me fez puxar os cabelos em alguns momentos.

Vocês devem estar se perguntando: como as histórias se interligam? Pois bem, vão continuar se perguntando kkk. Não é maldade, mas se eu dissesse seria spoiler. Por isso leiam, vale a pena!
Eu fiquei apaixonada por essa autora desde que eu li “Onde Deixarei meu Coração”, que inclusive, descobri através de uma resenha aqui do blog (obrigada, meninas

site: http://www.everylittlebook.com.br/2016/10/resenha-depois-da-ultima-danca-sarra.html
Dani 07/11/2016minha estante
Ai que lindo!
Esse livro tá na minha wishlist, mas acaba sendo esquecido quando olho para outros, tadinho.
Me apaixonei *.*


Erika 17/09/2018minha estante
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Lidiane.Andrade 07/04/2021

Depois da Última Dança
A história em interesse , passada em dois tempos ,porém arrastada poderia ter deixado alguns aspectos de lado para que a leitura fluísse melhor, mas recomendo .
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Lory 19/10/2021

Emocionante ?
"Ela ficará ali para sempre. Porque o Rainbow Corner nunca fecha. Eles nunca dão as costas a ninguém"
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Maah 19/02/2022

Emocionante
Esse livro me prendeu demais, primeiro porque eu amei a forma de escrita e os fatos históricos nele retratados, segundo porque eu me apaixonei por Rose e Jane de uma forma que chegando ao fim eu me vi querendo enrolar para acabar o livro.

É emocionante como as coisas acontecem, como as histórias das duas se encaixam e como o fim é bonito. Esse livro tem tudo na medida certa para ser perfeito, como é.
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leticiaegomes 15/06/2022

Que livro meus caros!
Eu adorei a leitura, achei super gostosa e no início do livro imaginei que Rose e Jane se encontrariam em algum momento, afinal tem histórias de vida bem parecidas em certos pontos.
Achei interessante a forma em que a autora relatou a segunda guerra da visão da protagonista, algo bem íntimo e sem maquiar nada. O livro no começo foi se arrastando, mas quanto mais eu lia, mais eu queria ler, e descobrir dos capítulos seguintes.
Recomendo.
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spoiler visualizar
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Gaby 21/10/2022

Rainbow Corner
Achei um livro bem interessante, gostei que ele intercala o passado de Rose e o presente, onde Jane existe. Elas tinham mais em comum do que sabiam, ambas são personagens muito intrigantes e eu adorei acompanhar elas. Me emocionei em algumas partes e me diverti muito em outras.
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Amanda3321 07/02/2023

Depois da última dança
Esse é o tipo de livro que faz você parar e refletir sobre todas as coisas da vida. Que livro bom e cativante. Só não dou mais estrelas pq não é o tipo de livro que costumo ler.
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Portal JuLund 19/10/2016

Depois da Última Dança, @Suma_BR
Em A Última Dança conhecemos a vida de duas mulheres que, por puro acaso, acabam se cruzando.

Rose teve uma vida cheia de aventuras, alegrias e tristezas, mas viveu de forma plena. Aos 17 anos fugiu de casa, no interior da Inglaterra, e entrou no primeiro trem para Londres, levando na mala seus poucos pertences, dois vestidos surrupiados de sua irmã, e usando o casaco de peles da mãe. Deixou para trás apenas um bilhete desaforado e ao desembargar na Estação King’s Cross pediu ajuda a dois soldados para chegar ao Rainbow Corner, o mais famoso e badalado salão de dança da cidade. Eventualmente, Rose faz amizade com algumas das dançarinas dali e acaba conseguindo seu “passe livre” ao encantador salão, cujas portas nunca fechavam.

“Aquele tinha sido seu ato mais imprudente e impetuoso. Ah, se ao menos ela tivesse parado para pensar nas consequências de suas ações…”

A Segunda Guerra Mundial entrava em seus momentos finais, e a vida de Rose não poderia ser mais agitada: trabalhava durante o dia numa lanchonete e à noite ia com sua amigas ao Rainbow Corner e às vezes saíam de lá e iam à outros salões. Rose vivia para dançar. Se apaixonar não estava exatamente nos seus planos, mas ela acaba se envolvendo com um piloto e esse amor vai mudar a vida de Rose para sempre.
Resenha completa no

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/depois-da-ultima-danca-suma_br
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Karen 16/01/2017

Livro envolvente, queria chegar ao final mas não queria que ele acabasse!!!

Recomendo muito.
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Julia G 23/01/2017

Depois da última dança
Depois da Última Dança, de Sarra Manning, despertou minha curiosidade por alguns diferentes motivos. Primeiro, porque intercala passado e presente, e alguns dos livros que eu mais gostei tinham essa construção. Em segundo lugar, porque parte da história se passa durante a segunda guerra mundial e, além de adorar tramas que se desenrolam nesse momento histórico, questionei-me se a autora (conhecida por publicar livros mais voltados aos jovens, como Os Adoráveis e Onde Deixarei Meu Coração) conseguiria dar ao enredo a seriedade necessária. Sarra Manning não me decepcionou e conseguiu criar um romance intenso e realista, duro, mas sem deixar de lado a doçura necessária às histórias de amor.

A narração do livro é feita em terceira pessoa e os capítulos se dividem entre os tempos de guerra, em que Rose era uma jovem que fugiu para Londres em busca de um pouco de brilho para sua vida, e os dias atuais, mais focados em Jane, uma mulher incrivelmente bela que pode criar para si várias novas personalidades, mas não consegue ser ela mesma. E o mais interessante: a história dessas duas mulheres se cruza em determinado momento e, ainda que não saibam, elas deixarão suas marcas na história uma da outra.

"Não deveria mesmo se importar se Rose acreditava nela ou não, e Jane não deveria se preocupar. Ela deveria estar ali só de passagem, esse fora o plano, só que não tinha sido bem um plano, e sim mais uma série de eventos catastróficos que haviam colocado Jane na órbita de Rose."

É difícil dizer qual dos trechos é o mais interessante. A vida das duas mulheres possui pontos de luz e de escuridão e ambas são admiráveis e desprezíveis na mesma medida. Quero dizer que as duas erraram e acertaram, tiveram seus momentos de egoísmo e de altruísmo, mas, igualmente, foram moldadas pela dureza da vida. Manning criou personagens críveis, ainda que romantizadas, que podiam não ser exemplos de bom comportamento, mas que faziam seu melhor quando estava ao seu alcance - no caso de Jane, isso acontecia regado pelo interesse próprio, mas acontecia.

Todas essas nuances das personagens, porém, não aparecem de uma única vez, a autora não entregou um pacote pronto. Muito pouco é contado no início e a verdadeira natureza de Jane e Rose não são claras ao leitor, mas, no decorrer dos capítulos, aspectos do passado das duas vão aparecendo e compreende-se as marcas que cada uma carrega.

Além disso, a autora é irritantemente comedida: ela deixa escapar apenas pouco a cada capítulo e assim que alcançamos o ápice daquele momento, ela encerra o trecho de uma personagem e parte para a outra. Isso significa dizer que a curiosidade do leitor é constantemente aguçada, pois há sempre um enredo pendente de conclusão, e a leitura avança sem qualquer dificuldade. Apesar de me sentir um pouco frustrada quando o foco do texto alternava, porque queria muito saber o que acontecia na sequência com a personagem anterior, admito que essa construção foi ousada e magistral, dando ao enredo certa cadência que manteve, durante todo o livro, o bom ritmo da leitura.

"- Quando eu estiver pronta, você vai estar aqui, não vai?
- Querida, eu não vou a lugar nenhum. Vamos cuidar para que você não esteja sozinha.
- Tem que ser você. Você é forte. Vou precisar que você seja forte o bastante por nós duas - disse Rose.
- Não sei se sou tão forte assim - hesitou Jane quando os olhos de Rose, de repente bem focados, olharam bem no fundo dos dela.
- Você é. Como eu era. Acho que nós duas somos bem parecidas. Nenhuma de nós tem medo de enfrentar o futuro de cabeça erguida.
- Ah, Rose, querida, não. Você... - Jane engoliu em seco. - Quando veio para Londres, você estava correndo em direção a alguma coisa. Tudo o que eu já fiz foi correr das coisas."

Os personagens secundários são tão complexos quanto as protagonistas. Os amigos de Rose nos dias atuais, por exemplo, são daqueles que nos tocam o coração, e Charles foi um personagem que se destacou, sobre o qual eu adoraria saber ainda mais. Por outro lado, os parceiros românticos de Rose e de Jane são tão cheios de defeitos que, no início, questionamos se autora pretendia mesmo que elas se apaixonassem por eles, o que parecia bastante difícil de acontecer. Manning, no entanto, conseguiu mostrar também as diversas facetas de Danny, de Edward e de Leo, e o leitor logo se vê sentindo a mesma emoção daquelas mulheres.

O que mais gostei do livro foi o fato de autora ter colocado como protagonistas duas mulheres com tantas diferenças, mas muito semelhantes. Em especial, o fato de que as duas são fortes, independentes e decididas, que se permitem amar e viver com alguém, não para serem subjugadas por qualquer homem, mas para com eles construirem algo, juntos.

Depois da Última Dança é um romance com protagonistas femininas fortes e cheias de defeitos, mas admiráveis mesmo assim, e a leitura é encantadora, deliciosa e apaixonante. Terminei o livro com um sorriso no rosto e acho que a história só não ficou em maior conta comigo porque senti falta de alguma coisa, algo que a destacasse dos demais romances e marcasse a leitura de alguma forma. De todo modo, trata-se de uma bela história, tão séria quando precisava ser e que me fez querer ler outras obras de Sarra Manning.

site: http://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2016/12/depois-da-ultima-danca-sarra-manning.html
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