Amanda Hryniewicz 17/07/2020Esse livro, ambientado em Cuba e com o plano de fundo da revolução socialista, nos apresenta a dois personagens. Um deles é Pedro Juan, um homem violento, bruto, que não aceita autoridade, apático ao mundo e que vive pelas mulheres e pelo rum. O outro é Fabián, quieto, pianista, vive pela arte e é homossexual. A vida deles se cruzam em alguns momentos e é mostrado como elas, apesar de muito diferentes, padecem sobre o mesmo regime sociopolítico.
A escrita do livro é muito seca e rápida, e acaba passando por muitos pontos. Algo que me chamou muito atenção foi a descrição da vida dos trabalhadores em uma fábrica que, apesar do regime socialista, Fabián pensa que um proletário continua sendo um proletário, um escravo miserável, ignorante e inculto.
O livro também expõe a necessidade que o governo teve de fazer os ?bons costumes? prevalecerem, com a censura discreta mas direta. Isso em especial trouxe consequências duras pros personagens e, para mim, levantou questões acerca da necessidade da arte pela vida ao ver como os personagens foram desumanizados com o tempo nesse contexto.
Sinceramente, eu não gostei de nenhum dos personagens, em especial de Pedro Juan que me deu muita aversão. Entretanto, isso me fez procurar respostas no contexto repressivo que eles compartilharam e que os moldou para os estados em que se encontram.
A leitura me deu muita coisa pra pensar, junto com uma escrita fácil e direta. Foi enriquecedor viver nesses personagens em um contexto histórico tão diferente do meu e recomendo essa leitura!