Cast 08/05/2023
"É aqui que vocês terminam e eu começo!!"
Capa: Bem objetiva e bem construída, mostrando exatamente o confronto que esperamos ver nesse volume. Talvez apenas mudaria o fundo, deixando mais focado nos dois se encarando. Mas né, quem sou eu.
Nota da capa: 8/10.
Volume 2 corresponde aos capítulos de 8 à 17.
Esse é o volume onde a assinatura e identidade dessa obra começa a aparecer de verdade, com bastante foco nos alunos da turma 1-A da U.A. e na dinâmica entre Deku e Bakugo. Em 200 páginas (mais ou menos) temos ação, comédia, diálogos muito bem montados e muita, muita emoção. Um shonen de respeito.
Assim como no volume 1, podemos dividir este em duas partes, na primeira onde temos o confronto entre Deku e Bakugo e a segunda na invasão dos vilões no treinamento da classe. Então vamos por partes.
1 - O começo do Bakugo.
Se no volume 1, ele era apenas um ser insuportável feito pra fazer bullying no protagonista, aqui temos então seu estabelecimento como um personagem MESMO. A luta entre os dois é muito bem construída e as motivações estão no ponto. Enquanto Deku sempre o admirou não apenas como um amigo, mas sim como um alvo a ser alcançado. Bakugo com seu complexo de superioridade advindo de sua excelente individualidade, sempre desprezou o comportamento altruísta e prestativo do Midoriya, muito bem demonstrado no excelente flashback.
Mas não só a luta e o embate entre eles é empolgante, o melhor vem depois. Ao perceber que Deku sempre buscou vencer o desafio e não a luta propriamente dita, Bakugo ve que ficou pra trás daquele que ele considerava um qualquer. E não apenas isso, ao observar o resto da turma, ele entende que não pode mais ficar de birra e agindo como um adolescente, agora todos ali, incluindo Deku, tem dons tão bons ou melhores que o dele e todos ali estão muito determinados. O que culmina na excelente cena que é o ápice desse volume que é seu diálogo com All Might.
Em contra partida vemos Midoriya cada vez mais pressionado entre a necessidade de usar seu poder e o fato do seu corpo não o aguentar. Além de testemunharmos um momento bem inusitado que demonstra o quão importante a figura do Bakugo é para ele, onde ele acaba contrariando All Might e deixando escapar um pouco de seu segredo.
No mais, é interessante ver a estrutura de aulas do curso de herói. Colocando seus alunos em situações bem corriqueiras desse universo de vigilante. Destaque a parte pra interpretação de vilão do Iida e análise acima da média da Yaoyorozu.
1.5 - Representantes de classe.
Eu comentei que seriam apenas duas partes. Mas tem esse pequeno seguimento no meio onde continuamos a dinâmica escolar com a escolha de representante. E o que poderia ter se tornado uma escolha bem óbvia e clichê de anime, tomou um caminho diferente, dando oportunidade de explorar mais um outro personagem, o Iida. Bem divertidinho e é bom pra dar uma acalmada antes do que vem adiante.
2 - Seja bem-vindo, Tomura Shigaraki.
Iniciamos a segunda parte com mais adições interessante desse universo escolar de herói que é aulas de resgate. Fazendo paralelo ao vídeo do All Might e ressoando na inspiração inicial de Deku. Mas....
Tudo isso mudou quando a nação do fogo, digo, a liga dos vilões atacou. Dando início então a segunda parte desse volume.
Confesso que lembrava disso com mal olhos, mas, ao reler, fica nítido a boa escrita do Horikoshi. O plano dos vilões é muito bem feito e arquitetado, eles só não contavam que o alvo não estaria lá. O que não só da oportunidade de vermos alguns heróis em ação, no caso o Aizawa, como vemos e conhecemos as individualidades e características de cada membro da sala de aula. Mesmo que o do Deku seja o único realmente explorado, os demais nos dão uma boa primeira impressão geral. Destaque pra frieza (sem trocadilhos) do Todoroki e uma boa progressão de personagem do Bakugo em ação, mais centrado (na medida do possível). Ah, e sim, aqui começamos a contagem de momentos inapropriados do Mineta, que, infelizmente, serão muitos (o que é bom é que o próprio mangá sabe que é bem idiota nesse sentido). E aproveitando o assunto, é legal comentar que mesmo que sim, acha os famigerados "ecchi" nesse mangá, é inegável a visão mais realista do autor sobre suas personagens femininas, seja na escrita das mesmas ou nos seus design.
Por fim, temos a introdução do principal antagonista da história: Tomura Shigaraki. Como alguém que sabe o que vai acontecer BEM lá na frente, é meio complicado analisar esse começo sem levar em consideração a jornada. Mas, tentando ao máximo, seu design realmente impõe medo e, o principal, seu poder é assustador de imaginar.
Encerramos esse volume com a chegada do All Might, mas com o mesmo receio que o Deku, será que ele dará conta?
Nota: 10/10.