Desireé (@UpLiterario) 30/08/2016Intenso, honesto e verdadeiro; com um toque especial de poesia. (@upliterario)Esse é o primeiro livro que leio da Hoo Editora e já me encantei, nas primeiras páginas, com a proposta da editora. Incentivar e produzir obras que tratam de um tema tão importante, delicado e em voga na atualidade quanto à homosexualidade é, ao mesmo tempo, uma missão e uma honra. E eles estão de parabéns! A edição é muito bem feita, não encontrei erros de diagramação e revisão, a capa é linda e define bem o propósito da obra. Tudo perfeito! E que histórias são contadas nesse livro!
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Terezinha é um livro de contos que embalam o leitor no retrato do mundo cruel, delicado, sem pudores e até ingênuo da descoberta de si mesmo, dos prazeres e da natureza de quem somos.
Repleto de lirismo e metáforas belíssimas, as histórias são muito bem desenhadas e trazem à tona a verdade nua e crua, inclusive das bondades e dos malefícios do Amor não correspondido ou incompreendido. "Amor é quando é concedido participar um pouco mais, leu. Poucos querem o amor, reteve. Amor é a desilusão de tudo mais, vivido."
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Desde Franklin e Alex que precisam esconder seu amor no ambiente de trabalho machista, homofóbico e autoritário da firma, passando pela descoberta de sua Terezinha por Luís, parte incontestável e mais expressiva de sua alma, até o sentimento de pertencer a um time e de ser parte de um grupo que lhe aceita como você é, pois aceitação e respeito não podem ser comprados de crianças com meros chocolates; cada pequeno fragmento de vida é um relato da verdadeira face desses personagens e de como a verdade daquilo que são pode mudar a forma como eles são vistos pelo mundo.
É um ode ao amor e a aceitação próprios.
"Pega tudo o que foi dito até aqui artificialmente e apaga! Mas não joga fora. Escreve de novo. A verdade é um pouco como anti-inflamatório, uma hora pode irritar o estômago.".
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Amei todos os contos, em especial Terezinha, O que não se pode comprar com chocolates (fantástico! Leitura obrigatória já!) e Braguilha.
Escrita sensacional do Josué Souza que sabe brincar com as palavras, rima-las, distorce-las, sofre-las e amá-las como poucos conseguem.
Recomendo!
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