Adolfo 26/12/2012O que os mortos sabemEste foi o primeiro romance que li da Lippman, e confesso que esperava mais. Principalmente lendo a declaração da Tess Gerritsen na capa, autora que sou um fã declarado. Enfim, vamos à obra.
Duas adolescentes que desaparecem sem deixar qualquer vestígio, uma delas reaparecendo trinta anos depois. É um belo tema para um romance policial, mas tem que ser bem desenvolvido e amarrado, senão fica enfadonho. É o que acontece com frequência no livro.
A autora alterna os "blocos" do livro entre o presente e o passado. No passado, contando a vida das garotas que viriam a desaparecer e a vida dos pais delas pós desaparecimento, vez por outra intercalando uma possível narração do que estava acontecendo com as desaparecidas. E foi esta "volta ao passado" que maculou o romance, por que foi feita em exagero. Certas passagens são absolutamente desnecessárias, como por exemplo, as narrações da vida do pai das garotas, os detalhes sobre o emprego atual da mão, etc. Coisas que poderiam ser resumidas em um, dois capítulos no máximo pra cada um (pai e mãe) e deixado espaço para o desenrolar dos fatos policiais, que é o que se espera de um romance policial. O livro não se encaixa bem em um gênero específico. Para ser um romance policial, falta investigação, mais ação mesmo. Não chega a ser um suspense. Não é um relato de fatos reais. Enfim, o que leva o leitor até o final do livro é a curiosidade de saber quem realmente é a personagem principal e qual o destino das meninas. Descoberto isso, as últimas páginas do livro (cerca de uns dois mini-capítulos) perdem o encanto.
No geral o livro é bom, mas não mais que isso. Apenas bom. na falta do que ler, é uma boa distração.