Dani do Book Galaxy 15/04/2020Aquele livro que me fez suspirar alto e pensar: estou velha DEMAIS para isso"Nerve", em minha singela opinião, foi mais um livro Young Adult que prometia ser intenso e cheio de ação, mas entregou um romance confuso, cheio de clichês que não se justificam e que se provou bastante limitado em sua narrativa e construção de personagens.
Acho que posso começar essa resenha culpando a mim mesma, por sempre ir cheia de sede ao pote, mesmo sabendo que é um risco esperar algo intenso e denso de um livro voltado para o público adolescente (apesar de que posso citar dezenas de distopias YA que são incríveis).
Mas o fato é que assisti à adaptação deste romance de Jeane Ryan há um tempo atrás, e confesso que achei muito bom. Eletrizante, cheio de ação e com uma reviravolta que achei justa, fora a atuação da Emma Roberts que, em minha opinião, foi bem louvável.
Entretanto, a Vee - protagonista do romance - é bem inferior à caracterização entregue por Emma no filme.
Aliás, a protagonista Vee é um dos pontos mais baixos desse livro, e o que me deixou extremamente decepcionada. Adolescente ou não, ela é uma garota obtusa, com uma mente bem limitada. Acho um ultraje e um insulto aos adolescentes usar a Vee como sua representante, porque acho que qualquer pessoa de 16, 17 anos vai concordar comigo que arriscar a vida ou se prostituir (mesmo que "de mentirinha") é um pouco demais por um par de sapatos ou uma passagem de ônibus.
A premissa deste livro foi o que me chamou a atenção: desafios que colocam a dignidade das pessoas à prova, testando sua coragem e sua exposição nas redes sociais - olha que estudo antropológico bacana hein!
Mas o que temos aqui, falando bem cruamente, é um romance meloso com adolescentes inconsequentes (e bastante burros, devo dizer), que só tomam decisões erradas UMA ATRÁS DA OUTRA.
Dei duas estrelas e meia para este livro justamente por causa do tema e das tentativas da autora (mesmo que totalmente falhas) em tratar de alguns assuntos dentro deste universo, como a necessidade intrínseca dos adolescentes em serem aceitos por seus amigos e outros grupos; por levantar a questão da aceitação de si mesmo como indivíduo e encontrar coragem dentro de si para fazer coisas que podem parecer assustadoras (como enfrentar a melhor amiga).
Porém, como apontei acima, essas tentativas da autora foram extremamente falhas e o livro se perdeu, para mim. Não consegui gostar de absolutamente nada nessa história. O que me leva ao outro ponto que me fez classificar o livro com duas estrelas e meia, e não menos que isso: a escrita da autora, apesar de utilizar umas expressões que me irritavam profundamente (principalmente quando ela descrevia como o menino que Vee gostava era gostoso, delicioso, e achava ela deliciosa também), foi dinâmica o suficiente para fazer com que a leitura fosse, ao menos, rápida e terminasse logo.
site:
https://bookgalaxy.com.br/