Resenhas - Contos

Marlo R. R. López 16/10/2010

Impressionante o que me aconteceu com este livro: achei o começo péssimo (eu não li os contos em ordem, vale ressaltar), mas depois de acabado o resultado foi excelente. Inúmeras passagens memoráveis.

Comecei lendo os contos menos atrativos ("Alemães comendo", "Uma viagem indiscreta" e o razoável "A mosca"), e por isso a primeira impressão foi ruim. Mas depois vieram contos bem melhores ("Na Baía", "A casa de bonecas" e o ótimo "As filhas do falecido coronel") e isso elevou bastante a nota que eu daria para o livro.

Eu diria que essa coletânea necessita de um leitor bem paciente e atencioso. No final das contas, para resumir, gostei bastante. :)

Ale Siqueira 05/06/2013

Contos de Katherine Mansfield
Este livro reúne 12 contos de Katherine Mansfield escritos entre 1911 e 1922. Já havia lido contos da autora, porém em coletâneas mistas, em meio a outros autores do gênero e há alguns anos atrás, portanto, minha memória sobre sua escrita era bastante vaga.
Eu sabia que Katherine Mansfield se inspirava em Tcheckov (meu autor favorito), fato que me fez iniciar o livro com boas expectativas. E não me decepcionei. Os contos são muito bonitos e bem desenvolvidos, a escrita é elegante. Há poucas ações e muitos diálogos internos e fluxos de consciência; os personagens são como observadores do mundo. Em alguns contos há uma forte presença de elementos da natureza, especialmente na trilogia inspirada na infância da autora na Nova Zelândia: Prelúdio, Na Baía e Casa de Bonecas.
Uma característica que me chamou a atenção nos personagens foi a dicotomia do eu interior x o eu social, ou seja, o abismo existente entre o que somos/sentimos e o que deixamos transparecer ao mundo.
Alguns dos contos (talvez todos) são tristes: falam de solidão, do desgaste nos relacionamentos, de sonhos não alcançados e que ficam para trás. Não são histórias trágicas, são simplesmente tristes, como é a vida.
Meus preferidos são: Srta. Brill, Prelúdio, Marriage à la mode, As filhas do falecido coronel.
O que menos gostei: Uma viagem indiscreta.

Lara 21/09/2011

Um livro para ser economizado...
Acho que foi um dos livros que mais demorei a ler. Mas fiz isso de propósito, pois deixava para ler os contos com muita calma e sempre absorvendo cada linha ao máximo. Todos os contos têm seu encanto especial. Alguns, como "Prelúdio" e "Na Baía", no ínicio desanimam um pouco por serem os maiores, porém basta ler os primeiros parágrafos para perceber a marca incontestável da escrita de Katherine Mansfield.

Georgeton.Leal 14/09/2018

Quase lá, Katherine Mansfield...
A princípio, imaginei que iria me identificar com Katherine Mansfield da mesma forma como gostei de Clarice Lispector, no entanto, não foi bem assim. Apesar dos contos de Katherine serem muito bem escritos e de toda minha atenção dada à leitura, só consegui apreciar metade da coletânea. Talvez, eu não tenha me entregado o suficiente ou então, criei expectativas demais a respeito dos contos. Sempre gostei de narrativas que exploram o fluxo de consciência ou abusam de digressões, no entanto, com Mansfield, a experiência não foi complemente satisfatória. De qualquer maneira, não deixo de indicar a obra da autora, pois minha perspectiva inicial sobre a mesma não desqualifica em nada o significativo trabalho dela. Futuramente, ainda pretendo conhecer outros de seus contos e reler alguns a fim de reavaliar minhas impressões.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2021/11/quase-la-katherine-mansfield.html