antiquariel 15/07/2021
Foi uma leitura boa, mas com ressalvas
Depois de ler o primeiro volume, que me decepcionou amargamente, eu não esperava muito deste. No entanto, posso dizer que fui felizmente surpreendida, porque este livro é bem melhor! Achei-o mais maduro, mais sério e mais encorpado ? enquanto o primeiro foi muito sem graça e rápido. Neste aconteceram sim coisas rápidas, mas nem tanto, o que me agradou.
Eu só não dou 5 estrelas porque apesar dos pesares, houveram coisas que me incomodaram profundamente. Primeiro é que os problemas pareciam se resolver muito rápidos e sem muita complicação. Os personagens não precisavam pensar muito pra achar uma solução para algo em determinados momentos e isso me incomodou um pouco, nem tanto.
Mas o que realmente me chateou foi a ignorância dos três personagens principais, Tibor, Sátir e Rurique. Eles são crianças, brasileiras ? Rurique, então, que sempre viveu naquele vilarejo que sempre acreditou em criaturas folclóricas ? e, caramba, eles não conhecerem a história do boto? Não conhecerem a história do lobisomem? Qual é! Não é preciso conhecer todas as criaturas ? até porque eu mesma não conhecia a Pisadeira ? mas gente, achei forçado demais eles não conhecerem o boto e ficarem literalmente abestando sem entender que a criaturinha rosada no rio que os atacava era um boto, e quando lhe disseram o que era, eles simplesmente ficaram "Tá, o que é isso?" Me poupe????!!!!! Isso me irritou profundamente pois quem não conhece o boto? Quem não conhece o lobisomem? Qualquer criança brasileira conhece essas criaturas e suas histórias, no mínimo, junto com a Iara, o Boitatá, Saci, Mula Sem Cabeça, Vitória Regia, a Caipora e o Curupira. (Gente, sério, não é possível que só eu conhecia esses personagens desde pitiquinha) O fato dos personagens não conhecerem eles foi pesado demais, forçado demais na minha opinião.
É imperdoável. Rurique sempre viveu lá e com certeza todo mundo no vilarejo conhece as histórias, como ele nunca ouviu falar? Tibor e Sátir podem ser absorvidos porque viviam como ciganos, mas gente?, neste livro já tinha se passado um ano desde o ocorrido do primeiro, e eles sequer se interessaram em saber mais? Conhecer mais? A vó deles que é tão cuidadosa não se preocupou em lhes ensinar um pouco mais sobre a cultura e a vida de criaturas folclóricas que eles são DESCENTES???? Foi mal, Curupira, mas seus descentendes estão em decadência total.
Isso me irritou bastante. Mancada do Gustavo. Mas mesmo assim a história foi proveitosa e por isso as 4 estrelas.
Vou ler o terceiro, mas não agora, pelo Rurique.