Helaina 24/04/2024
O mais romântico dos mistérios de Sherlock Holmes
Não é minha primeira leitura desse livro e estou gostando de prestar mais atenção em detalhes que passaram batidos na primeira leitura mais afoita e ansiosa pra desvendar o mistério.
Dessa vez fiquei decepcionada com a opinião de Sherlock sobre as mulheres: "Nunca se pode confiar totalmente nas mulheres; nem mesmo nas melhores." Mas, também fiquei feliz com a reação do Watson, apesar dele não ter compartilhado em voz alta: "Não me detive para discutir essa opinião atroz." Ambas as frases estão na página 120 do livro.
Já haviam me falado sobre esse aspecto dele, mas eu não me lembrava de ter lido. Agora não irei esquecer. Como estou relendo os livros na ordem em que as histórias aconteceram, vou observar a conduta do detetive nas próximas histórias.
Outro detalhe desagradável que já me foi apontado, é como o Doyle enxergava pessoas não inglesas. Principalmente de origem não europeia. Algumas chegam a ser descritas como selvagens, animalescas, e acho que era a mentalidade de muitas pessoas naquela época. Não vejo razão para deixar de ler as histórias, mas, talvez seja interessante novas edições com contexto histórico.
Como eu disse no título, esse é um dos mistérios mais românticos de Sherlock Holmes. Dr. Watson está completamente deslumbrado pela bela Mary Morstan e deixa isso bem evidente em sua narrativa. Entretanto, se romance não for sua praia, não precisa se preocupar, pois são pequenas passagens no livro onde Watson escreve sobre o que está sentindo.
Sobre o mistério, mais uma trama intrincada do detetive que faz tudo parecer muito simples quando explica. Meus destaques para esse livro são Holmes e Watson seguindo a pista dos criminosos com um cachorro, Toby, que não sai exatamente como esperado e uma perseguição de lancha pelo rio Tâmisa que daria uma cena digna de Velozes e Furiosos.
Recomendo 'O Signo (ou sinal) dos Quatro' para quem está procurando um mistério interessante, curto e de leitura rápida. São apenas 200 páginas nessa edição.
Ah, a introdução dessa edição é escrita pelo ator Martin Freeman e adorei saber que o primeiro contato dele com Sherlock foi com 'O Cão dos Baskervilles' em uma adaptação para o cinema, a mesma forma que eu quando conheci a série da BBC pelo 2° episódio da segunda temporada. Amei a coincidência.