Gabriel841 29/02/2024
Putaquepariucaralhomerdavaidefuder
Eu tenho uma certeza bem forte de que esse livro vai ficar na minha memória por um período muito longo de tempo, com altas possibilidades de se tornar meu livro favorito, mas pra evitar fazer algo que eu não gosto muito, que é jogar as expectativas muito no impossível de se alcançar, vou tentar manter breve.
Este livro, além de muito brasileiro em toda a história, é do tipo que se encaixa perfeitamente dentro de todas as possibilidades da vida. Uma ficção que passa longe do fictício, faz parte da vida que é possível.
Pesquisando sobre a obra e o autor, eu soube da morte do Victor Heringer em 2018, 29 anos. Extremamente triste.
Sinceramente? Aqui ele foi um monstro da escrita. Nunca li nada com tanta tristeza, violência e amor, escrito de maneira tão livre, frágil, amável quanto isso aqui. Ele brinca com a melancolia num jogo de palavras que eu sinceramente não sei descrever.
Fica aqui minha extrema recomendação junto de uma das minhas partes favoritas, que talvez consiga exemplificar a melancolia com que o Victor descreve não só os lugares e as pessoas como a própria vida de maneira geral.
"Sempre achei que tinha vindo ao mundo não para estar nele, mas para ter estado, ter sito, ter feito. Nasci póstumo. Fui um natimorto nos braços de mamãe, enforcado pelo cordão umbilical, roxo, roxinho; o médico me reviveu com um sopro na boca. Meu primeiro beijo. Por pouco não me livrei do incômodo de ter nascido. Daí em diante, foi a teimosia do sangue o que me manteve vivo"