Kenia 05/02/2020Perfect é o segundo volume da duologia Imperfeitos, da escritora irlandesa Cecelia Ahern. Perfect ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, mas como a minha curiosidade em ler a conclusão foi maior, adquiri a cópia em inglês.
Essa resenha contém spoilers do primeiro volume.
Celestine é vista como uma ameaça por uma pessoa em particular: o juiz Crevan. Isso porque ela tem em suas mãos o poder para destruí-lo. Ela é considerada a pessoa mais Imperfeita da sociedade por possuir cinco marcas em seu corpo. A pessoa que havia recebido mais marcas, foi marcada somente três vezes e Celestine recebeu as cinco marcações e uma extra, que não é de conhecimento de todos, em sua coluna. Essa marcação foi feita pelo próprio juiz Crevan, já que as pessoas da câmara de marcação se recusaram a fazê-lo. O que ele fez é ilegal e só enfatiza que ele é Imperfeito ao ir contra a lei e o Tribunal. Sem o conhecimento de Crevan, o advogado de Celestine grava toda a marcação para que todos sejam capazes de ver como o juiz Craven é Imperfeito e se realmente deveria estar no comando do Tribunal. O problema é que ninguém sabe onde o vídeo está, nem mesmo as pessoas que foram testemunhas do terrível ato. Na verdade, todos que foram testemunhas, aos poucos foram desaparecendo misteriosamente.
O livro anterior termina com Celestine fugindo, pois é procurada por Crevan e caçada pelos Delatores. Tudo isso porque ele acredita que ela possui o vídeo feito pelo advogado e não quer que o conteúdo seja exposto para todos. Nessa fuga, sua primeira ajuda veio de seu avô, que a esconde em sua fazenda; infelizmente ela não consegue ficar lá por muito tempo e acaba tendo que encontrar um outro lugar para se esconder. Para isso, ela conta com a ajuda de Carrick, que a leva para uma espécie de fábrica, onde o dono abriga e dá trabalho para Imperfeitos. No pouco tempo que ela fica lá, temos algumas cenas românticas do casal até o momento de Celestine ser descoberta e ter que fugir novamente. E apartir daí que ela começa a entender que essa situação não pode continuar assim e decide se arriscar para encontrar o vídeo que desmascara o juiz Crevan. Ela sabe que algo precisa ser feito, mesmo que signifique acabar com todo o sistema do Tribunal imposto pela sociedade.
Em Perfect, temos muita ação, pois Crevan está sempre um passo a frente na busca por Celestine. Ainda bem que ela faz vários amigos pelo caminho que estão dispostos a ajudá-la, pois acreditam que ela representa bem os Imperfeitos, os fazendo reconhecer que ser um Imperfeito não é exatamente algo ruim.
Além de seus novos amigos, sua família também se mostra de grande apoio no decorrer de sua jornada, principalmente sua irmã, Juniper, que no primeiro livro se mostrou rebelde em palavras, mas não em atitudes e isso acabou distanciando as irmãs após o incidente no ônibus que fez Celestine ser considerada Imperfeita.
Excelente conclusão para essa duologia, tudo foi bem amarrado e respondido nos últimos capítulos.
Cecelia Ahern escreveu um livro incrível, que entrou para a lista de distopias favoritas, pois é cheio de comentários sagazes a respeito de uma sociedade que valoriza certos padrões e expectativas do que realmente significa ser um ser humano. Se você é fã de distopia, daquelas que questiona a moralidade em uma sociedade e como nós vemos certas coisas, eu acredito que Imperfeitos e Perfect não vai decepcionar.