Anni | @dearmasen 27/10/2018
Resenha: A infiltrada - Infiltrando-se em seu coração
''Claire Evans concluiu que, se o que sentia naquele momento não fosse o tão famoso amor, ela temeria verdadeiramente senti-lo, pois algo maior do que aquilo seria, no mínimo, mortal.''
Eu sou uma das pessoas mais suspeitas para fazer seja uma resenha ou até mesmo um mero comentário quando o assunto se trata de ''A Infiltrada''. Quem me conhece, sabe que esperei ANOS por esse livro - eu o acompanhava desde a época em que ele ainda era uma fanfic postada no orkut. Acreditam? Faz um tempo aí, viu? E sabe por qual motivo essa resenha sempre foi tão adiada? Porque é muito mais difícil falar de um livro impecável. É muito complicado falar de um livro que você vê todos os pontos tão bem encaixados. Parece que, mesmo que eu passe horas escrevendo essa resenha, ela nunca vai expressar o quão incrível esse livro é. Algumas coisas são assim, consideramos tão perfeitas que não encontramos palavras suficientes para descrever. Posso, pelo menos, tentar, certo?
Esse é o segundo livro de A infiltrada. Em ''A infiltrada - infiltrando-se na NSA'', Claire Evans, membro de uma das máfias italianas mais procuradas, a Padova, infiltra-se na Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos com missões a serem cumpridas que saíram completamente do seu controle. Ela não imaginava que, uma vez lá dentro, o general Beckert fosse ser um grande empecilho para os seus planos.
Por outro lado, o mundo realmente dá muitas voltas, pois o dono daqueles olhos verdes que, outrora era uma completa pedra no seu sapato, agora torna-se, na realidade, sua única salvação.
''Você não tem muito a perder, novato.'' Ele respondeu, não mentindo, nem para salvar seu orgulho, que tudo ocorreria bem. ''É sua única chance.'' E também poderia ser a única dele. A simples ideia de nunca mais poder chamá-la de ''novato'' e ''prepotente'' tornou-se atormentadora, assim como o fato de ela estar longe de seus braços.''
Por isso digo que sou suspeita para falar, AI é, sem dúvidas, minha obra nacional favorita. Quando se trata do assunto da escrita, Natália também não deixou a desejar, a leitura flui naturalmente e não fica cansativa - o que é ótimo, pois a história é complexa e dá para ler sem problemas. É interessante de ver o quanto houve o aprimoramento, ela não escreve algo só por escrever, se aquela palavra não for fazer diferença, ela simplesmente não vai estar lá. Nunca foi de preencher espaços só por preenchê-lo, o preenchimento deve ser necessário. E eu gosto bastante de ver isso, porque sou bem perfeccionista.
O enredo é muito envolvente, a história foge por completo do clichê e você nunca vai saber o que está por vir. Esse era um dos motivos que fazia todos ficarem tão ansiosos para saber o final do livro, porque ninguém podia presumir o que os esperava. Claire teve um passado de mentiras na máfia Padova, máfia esta pela qual o general nutre uma sede de vingança. Ao fugir da NSA, Claire passa a ser uma das criminosas mais procuradas - não só pela NSA, como também por seus antigos chefes - era quase impossível imaginar o que sairia daí.
Pra completar a confusão da sua vida, ela escapa de um dos órgãos mais poderosos e adentra aquele que antes fora tão inabitável - o coração do Beckert (morro com esses dois) e esse acaba sendo o maior desafio da sua vida. A autora desenvolveu um romance onde eles nunca precisaram dizer um 'eu te amo' para expressar que amava. E essa seria uma fala tão atípica deles. Confesso que seria um choque ouvir tais palavras saindo da boca do general ou até mesmo do novato. E o fato delas nunca terem sido ditas, lhes garanto, não fez falta.
Esteja com o coração bem preparado para iniciar a leitura desse livro. Estou contando sem entrar em detalhes porque, caso fosse o contrário, eu ficaria louca da vida se alguém me contasse um mínimo spoiler que fosse de AI. Mas uma coisa é certa, será surpresas em cima de surpresas, ver esses dois se permitindo me enche de orgulho.
''De todas as merdas que você já fez, entrar na minha vida foi a melhor delas. Você me faz sentir vivo, novato.''
A autora foi extremamente inteligente no ponto em que encerrou o livro. Embora eu, obviamente, tenha ficando ansiando por mais, acredito que encerrar naquele ponto foi uma grande jogada da Natália Marques. Explico o que quero dizer. Terminei a leitura desejando bem mais páginas ali pela frente. Entretanto, ao mesmo tempo senti receio de uma continuação que comprometesse algo.
Foi impossível não terminar a leitura já ficando com aquele aperto no peito de saudade. Nem preciso dizer quantas vezes já reli, não é? Voa, novato! Voa, general! E que a verdade seja dita:
Que livro filhodeumpai (entendedores, entenderão).
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