AmadosLivros 15/08/2017
It's more than a feeling (more than a feeling)
When I hear that old song they used to play" ♪
Finalmente chegou o grande dia de resenhar pra vocês este livro! Falamos tanto sobre ele que aposto que vocês ficaram curiosos rs. Marcio Neri, um grande amigo nosso daqui de Jequié, lançou este livro têm poucos dias (você pode conferir o vlog do lançamento aqui), e não resisti em ler O Assassino dos Números assim que pus minhas mãos nele.
O livro começa com John Alexander, um jovem professor universitário de matemática, pensando sobre o significado da palavra perder. Ao mesmo tempo em que pensava sobre aquilo que havia perdido e no quanto só queria tomar um banho, comer uma pizza e cair na cama, outro pensamento não saía de sua cabeça: os assassinatos que estavam ocorrendo na cidade de Othon. Não se falava em outra coisa naquela cidade pequena. Para quem não havia dado muita importância a isso logo quando começaram, agora que a última morte acontecera com um rapaz que morava em sua rua, John sentia que as mortes estavam chegando mais perto.
Da primeira morte, apenas a cabeça da jovem assassinada foi encontrada pela polícia. O paradeiro do corpo era desconhecido. Com a segunda e terceira mortes, a polícia começou a suspeitar de um padrão, portanto, que poderia se tratar de um serial killer. O assassino deixava uma sequência de caracteres no peito da vítima, feitos com um objeto pontiagudo. Até o momento ninguém tinha decifrado os códigos. John, um homem que tratava de números todos os dias, ficou intrigado com eles e resolveu analisá-los.
Para sua surpresa, os códigos de alguma forma pareciam levar até John. O que o assassino queria dizer com aquilo? Queria incriminá-lo? Ou pior, queria indicar que ele seria a próxima vítima? Percebendo que seu pescoço poderia entrar na reta, John Alexander começa a se interessar pelo caso ao ponto de, em alguns momentos, se antecipar à polícia.
Correndo contra o tempo para salvar sua vida e a vida de todos na cidade que corriam risco, John se alia a Charles, o chefe da perícia criminal da cidade, um homem inteligentíssimo que também conseguiu decifrar os códigos do assassino e chegar até John, e não descansaria até a verdade vir à tona e até que Number - apelido dado por ele ao assassino - fosse pego. Os dois começam a trabalhar juntos para decifrar os sinais deixados nos cadáveres e descobrir o que John Alexander poderia ter a a ver com este assassino psicopata. Mas eles descobrem que essa aliança pode ser perigosa para o próprio John e para a cidade, afinal, Number não parecia ser alguém que se deixaria ser intimidado com essa união. Muitas surpresas aguardam o leitor no final deste suspense policial, onde cada dia pode se tornar fatal.
"Era assustador e interessante o caso de Othon, e como eu gosto de xadrez, gosto de comparar as situações a um jogo. (...) talvez as pessoas desconhecidas fossem os peões (...). Talvez Marcus e Tony fossem meus cavalos de guarda (...). A polícia poderia ser os bispos, prontos para atacar na diagonal caso ele cometa algum erro. Eu seria o rei, pois tenho que ser a peça principal desse jogo que simbolizava sobrevivência. E quem seria minha rainha? Melhor não pensar nisso, a única rainha que preciso proteger é minha vida. Nesse jogo, o que mais importa é impedir o outro jogador que avança brilhantemente sobre os peões, mas cada jogada há uma consequência, e eu ficarei atento às suas."
Para seu primeiro livro, achei que o Marcio é bastante promissor. Sua escrita é rápida e interessante, e a forma como ele conta a história, com um enredo tão envolvente, é o que faz você devorar o livro. Como recomendação, cito apenas a necessidade de algumas vezes substituir as vírgulas por pontos de segmento, senti que ele se animou tanto em algumas partes que não deu muita importância à isso. Mas acredito que esta parte fique a cargo da editora. Foi um outro ponto que vou deixar aqui, em relação à editora, é essa questão da revisão. Passaram alguns erros ortográficos que podem deixar um leitor mais atento um pouco incomodado.
Porém, o autor sabe contar uma história tão bem que até uma pessoa com "TOC ortográfico" como eu deixa isso pra lá rs. Já li alguns contos de terror do autor (que ainda serão publicados) e ele já havia me conquistado justamente por isso - rapaz, pense na dificuldade de ir ao banheiro na madrugada depois de ler esses contos rs?. O final foi bastante surpreendente e revelador. Eu havia pensado em inúmeras possibilidades, mas não cheguei tão perto do que foi apresentado, e isso é bom, afinal livros óbvios demais tendem a ser maçantes, o que não é o caso de O Assassino dos Números, definitivamente. Recomendo com total certeza! Boa leitura!
"- E você John, mudou, ou ainda é o mesmo CDF? - Sorriu, e ao mesmo tempo me desafiou com a pergunta.
- Algumas coisas não mudam Michele, mas sim se aperfeiçoam."
P.s.: o trecho de música citado no começo deste post pertence à música More Than a Feeling, da banda norte-americana Boston, que eu adoro e para minha surpresa o autor também, já que colocou no livro hehe.
site: http://amadoslivros.blogspot.com.br/2016/08/livro-o-assassino-dos-numeros.html