Silvjenn 01/01/2019
[RESENHA] O Ceifador de Anjos
“A aceitação de seu destino e o reconhecimento de sua culpa, fez com que o Ceifador de Anjos quisesse ser gentil com ela, pela última vez.”
Christopher Lang e Ramona Hale formavam uma boa equipe, se davam bem e faziam um ótimo trabalho juntos. A parceria entre eles tinha pouco menos de um ano, mas suas famílias estreitavam laços de amizade. Christopher era casado há mais de quatro anos com Olívia, que deixou de lado a carreira de fotógrafa para cuidar da casa, do marido e dos filhos que queriam ter, mas que ainda não conseguiam ter. Ramona, por sua vez, depois de dois anos de namoro, casou com o procurador público, Anthony, ambos não pensavam em ter filhos tão cedo.
Ambos eram detetives do departamento de homicídios e estavam trabalhando num caso muito intrigante. Uma mulher grávida tem em seu corpo, uma incisão supra púbica, sem anestesia, feita por um profissional que tinha a intenção de retirar o feto e matar a mãe no processo. Deixando uma marca na perna da vítima, escrito MT 13.39. Mas o que significaria essa marca e o que aconteceu com o feto?
Lang e Hale fizeram de tudo para encontrar o assassino, no entanto, as investigações não deram resultados. Pois não havia sinais na cena do crime, com isso, não havia como prosseguir nas investigações.
Vincent e Donna namoravam há quase quatro anos, mas não falavam seriamente em dar um passo maior no relacionamento, que, aliás, começou com um nada discreto empurrão de uma amiga em comum do casal, Adelle Potts Mercer, que os apresentou já garantindo que formavam um casal perfeito.
Donna Dixon nasceu em São Francisco, Califórnia, perdeu a mãe para o câncer quando tinha apenas sete anos. O pai adoeceu por conta da bebedeira e em menos de três anos veio a falecer, deixando a filha de apenas 10 anos. Fora morar com o irmão, Allan Dixon, 12 anos mais velho, e sua cunhada, Jenifer Miller Dixon. Ao completar 18 anos, Donna mudou-se de cidade para cursar História no Centro Universitário de Los Angeles, onde após a conclusão do curso, começou a trabalhar, lecionando em colégios particulares para poder financiar o seu pequeno- mas confortável- apartamento.
Vincent é um homem de 27 anos, bonito, inteligente, simpático, encantador, gentil e carinhoso. Não conhecera o pai, pois ele faleceu em um acidente de carro quando ele ainda era um bebê, sua mãe, Jenna Hughes, sempre lhe deu tudo. Arcou com todas as despesas da faculdade de Biomedicina do filho, além de pedir ao amigo Randall Berger, que o empregasse no Hospital Bom Samaritano de Los Angeles, onde o amigo era o diretor, isso antes mesmo do rapaz concluir a graduação. Vincent Hughes se mostrou um dos melhores profissionais se não o melhor, se tornando em pouco tempo, responsável pelas pesquisas e testes realizados no Hospital.
Sua mãe dizia ter tido uma menina, quando Vincent ainda era um garotinho, mas Jenna a tinha perdido muito cedo. Jenna sofreu uma parada cardíaca um ano depois do começo do namoro de Donna e Vincent, e não sobreviveu, deixando para o seu único filho, a sua casa, dois carros, o que era de seu uso e o que havia dado de presente ao filho, além de uma boa quantia de dinheiro no banco.
Envolvido com projetos sociais, hábito que também herdou de sua mãe e que compartilhou com Donna. Gostava de ajudar as pessoas, fazer doações, ouvi-las e até aconselhá-las. Pelo menos uma vez ao mês, marcavam presença em uma organização beneficente. O casal também ia à igreja, participavam de missas e de suas campanhas em prol dos menos favorecidos.
Já deu para perceber o quão perfeito e um exemplo de cidadão, Vincent poderia ser. Mas isso tudo era apenas fachada, para esconder o seu verdadeiro eu. Que surgia quando ouvia as palavras “gravidez” e “bebê”. Eram como se fosse o gatilho que despertava o seu lado frio e sádico.
“Vincent mentiu para Donna, iria passar a tarde e a noite toda em sua casa, mas não queria vê-la, não queria ver ninguém, apenas precisava ficar só e pensar.”
Faziam com que ele passasse a tarde e a noite pensando num plano metodicamente calculado, buscando informações sobre a próxima vítima e arquitetando tudo nos mínimos detalhes. Nada em sua aparência denunciava seus pensamentos. O sorriso bonito e espontâneo chegava a ser sedutor e convidativo.
Vincent ficava realmente atraído pela mulher, mais especificamente por sua gestação, por isso, em momento algum, ele luta contra essa atração. A verdade é que não se importava com vítima. Apenas sentia que precisava fazer algo. Era como se retirando o bebê, de alguma forma iria salvá-lo do seu futuro.
Três anos se passaram, e os detetives se empenharam por vários meses a fio e não obtiveram sucesso. Ambos queriam filhos com suas respectivas famílias, mas estavam tendo dificuldades em relação a esse objetivo, principalmente Christopher e sua esposa, Olívia. Enquanto Vincent aumenta há cada dia, a sua horripilante Coleção de Fetos.
No entanto, Donna não ver à hora de ter um bebê com o seu lindo e perfeito marido. (Sim, eles se casaram e se tornaram um casal lindo e perfeito!) Será que Vincent fará as mesmas crueldades com sua esposa, assim como fizera com suas vítimas? Só lendo para descobrir!
A autora mescla entre o dia a dia do assassino e as investigações dos detetives, cujos casos não apenas aumentarão ao longo da narrativa, como também ficarão mais intrigantes e bizarros.
Preciso confessar que eu amoo histórias envolvendo seriais killers, pois podemos entrar na mente deles e desvendar o seus mais intrigantes, frios, sádicos e ao mesmo tempo fascinantes pensamentos. Mas eu nunca tinha lido nada parecido com o modus operandi de Vincent haha. Sério, gente! Que personagem intrigante! As descrições das cenas de assassinato são tão reais que era como se eu estivesse dentro da história, presenciando tudo. Neste primeiro volume, não é possível compreender totalmente o porquê de Vincent fazer o que faz, no entanto, o leitor irá presenciar os seus assassinatos e como ocorre todo o seu planejamento perfeitamente calculado para capturar suas vítimas e levar os preciosos e inocentes, fetos. A narrativa é bastante envolvente e rica em detalhes. Os personagens foram muito bem caracterizados, sem deixar de mencionar o final, que foi incrivelmente surpreendente e me deixou muuito ansiosa para ler os outros volumes dessa série. Eu queria poder contar muito mais para vocês, mas não posso haha. Vocês precisam ler e conhecer esse personagem que é incrivelmente belo por fora, mas por dentro; é outra história haha. Vale à pena conferir!