Georgeton.Leal 01/09/2016Novos ares para a ficção científica brasileira"Cemitério de Plástico" é um daqueles contos que prende a atenção do leitor do início ao fim através de uma leitura intrigante e ao mesmo tempo envolvente. A história não se força em dar detalhes demasiadamente desnecessários e prolixos no decorrer de suas 48 páginas, mas segue um rumo conciso e muito bem estruturado, usando ótimas influências ao seu favor. Indo desde Isaac Asimov, Philip K. Dick, até George Lucas, Vitor aproveita diversas inspirações, aplicando-as muito bem em sua obra e criando seu próprio universo ficcional.
As indagações do protagonista Dante frente à sua crise de identidade denotam os inquietos reflexos da alma humana em busca de respostas para o real propósito da vida. Aparentemente, tal argumento poderia incidir em um mero clichê, porém, o autor consegue explorar nuances peculiares ao tema, as quais ganham fôlego próprio durante a narrativa.
Em um país onde os escritores nacionais de ficção científica são poucos (e até mesmo desvalorizados por muitos leitores), Vitor Allenspach se sobrepõe e revela uma carreira promissora, chegando à uma altura digna de representar bem o gênero ao lado de outros novos talentos brasileiros como Giordano Mochel Netto e F.P. Trotta.
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