Sou Dessas

Sou Dessas Chico Buarque




Resenhas - Sou Dessas


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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 05/11/2016

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
“Já estava cansada de ouvir músicas em que os homens rebaixavam as mulheres de uma forma que me ofendia muito mais do que o funk que dizia que a pussy tem o poder.” (página 172)

“Existem várias formas de rotularem minhas músicas como polêmicas, e eu sempre questiono se estão julgando pelo fato de ser funk ou pelo fato de eu ser uma mulher libertária cantando funk.
Será que, se fosse um homem cantando letras desse tipo, daria tanta discussão assim? Claro que não. Tá aí o meu grande amigo Mr. Catra, que tem legiões de fãs, desde o gueto até a alta sociedade, por ser considerado pelos machos um exemplar valiosíssimo de homo erectus.” (página 184)

Quem der uma rápida observada nas resenhas do blog ou assistir os meus vídeos de leituras do mês, vai observar que leio de tudo: ficção, não ficção, nacional ou estrangeiro, clássico ou lançamento, romances de todos os tipos, fantasia, terror, infanto-juvenil, New adult, Young adult e o que mais aparecer! Não há preconceito no Pétalas de Liberdade, inclusive já recebi comentários de leitores que dizem achar interessante essa diversidade que encontram no blog. Sendo assim, quando surgiu a oportunidade de ler o livro da Valesca, fui correndo aproveitar, já que passei a me interessar mais pela carreira da cantora nos últimos anos, especialmente ao vê-la se autodeclarando feminista. Primeiramente, quero lembrar que, em todo gênero musical, há músicas com conteúdo e sem conteúdo, com letras legais e não legais; e que cultura é diferente de gosto pessoal, mesmo que não gostemos de algo, aquilo ainda não pode ser considerado lixo apenas por esse gosto, que sofre influência de diversos fatores.

“Sou Dessas: pronta pro combate” é um livro relativamente curto (tem menos de 200 páginas) e que pode ser lido rapidamente, em um ou dois dias. Como a própria autora esclarece, não é uma biografia, mas sim uma obra dedicada aos fãs, para que eles e o público em geral possam conhecer suas ideias além do palco e das músicas.

Com uma escrita fluida e sem muitas palavras rebuscadas, Valesca fala sobre diversos assuntos que, de alguma forma, tem relevância na sua vida e na vida de seus fãs. Ela conta sobre a infância difícil, sobre a admiração pela mãe, que sempre fez o que pôde por ela e pelos irmãos mais novos, mesmo que isso significasse não se alimentar para que eles tivessem o que comer; sobre a decisão de deixar o sonho de ser atriz para continuar no emprego num posto de gasolina, que lhe garantiria uma situação financeira mais estável quando ficou grávida; sobre o início da carreira e a escolha, motivada pelo interesse do público, pelas letras com forte teor sexual; sobre a passagem por um reality show; a partida para a carreira solo, a mudança na vida após o sucesso estrondoso de uma de suas músicas e opção por se manter como uma artista independente, sem uma gravadora; sobre a forma como ela, por ter um alcance tão grande, pode influenciar a vida de outras pessoas: seja com uma conversa com um jovem homossexual que queria se suicidar por não ter o apoio da família e que, após esse bate-papo, conseguiu ver outras alternativas; seja conversando com uma mulher que vivia num relacionamento abusivo em que corria risco de morrer, e que encontrou na cantora uma ouvinte e um apoio para conseguir sair de casa e denunciar seu agressor.

“Quantas meninas têm vídeos ou fotos íntimas vazadas na internet e são massacradas, enquanto as fotos dos meninos são esquecidas rapidamente?
Por falta de informação, muitas meninas se matam pela pressão que sofrem da sociedade e pela culpa por terem registrado uma coisa íntima e pessoal. Parece que ninguém nunca fez sexo, né? Elas deixam de ser vítimas e passam a ser culpadas pela nossa falta de liberdade sexual. A culpa é da mãe delas? Não! A culpa é dessa sociedade machista em que nós vivemos.” (página 51)

“Tenho visto nas redes sociais muitos vídeos bacanas falando sobre esse assunto. Os mais legais são os vídeos em que os homens trocam de lugar conosco e passam a ser alvo de assédio e cantadas (de homens para outros homens). São engraçadas as reações. De todos que eu vi, nenhum gostou, mas ninguém nunca parou para pensar se nós, mulheres, gostamos, né?” (página 86)

Por esses e outros motivos, “Sou dessas” foi uma leitura que valeu a pena e que eu recomendo. Não tenho críticas para fazer ao que foi escrito por Valesca, acredito que ela acertou na escolha dos temas para comentar em seu livro e espero que os leitores, fãs ou curiosos, que lerem o que ela escreveu, possam refletir verdadeiramente sobre os temas tratados. Temos opiniões divergentes sobre dois assuntos: aborto e prostituição, sobre os demais, pensamos de forma semelhante.

Por fim, queria destacar dois pontos que a Valesca mencionou, primeiro: será que ela é tão criticada por cantar músicas que falem sobre mulheres que gostam de sexo por vivermos numa sociedade onde a liberdade sexual feminina é reprimida e a masculina é exaltada? E segundo: quantas pessoas confundem o que ela canta com o que ela vive de fato, já que, desde antes do início de sua carreira, Valesca era casada com seu atual empresário, que inclusive a ajudava na escolha do repertório musical?

A edição da Best Seller está caprichada, bem revisada, colorida e com muitas fotos, algumas páginas são brancas e outras são pretas, as letras, margens e espaçamento tem um bom tamanho.

“Algumas pessoas pensam que por eu ter uma vida pública, por ter assuntos pessoais expostos aos holofotes, deixo de ser uma mulher, com um coração, uma alma e muitos sentimentos.” (página 75)

“Eu enfrento um preconceito muito grande, primeiro por ter vindo da favela, depois por ser mulher. Para fechar com chave de ouro, eu ainda sou funkeira assumida. Imagina como eu sou vista pelos homens?
Quando vou a uma reunião de negócios, procuro debater, conversar e expor minhas ideias, e muitas vezes percebo que, quando estou com o meu empresário, a conversa é sempre dirigida a ele. Eles se esquecem de que estou ali, esquecem que sou uma pessoa que opina e que tem interesses. Nós também temos voz, também temos ideias, mas não é difícil sermos tratadas com indiferença pelos simples fato de sermos mulheres.” (página 98)

Enfim, fica a minha recomendação de leitura, especialmente para quem é fã da cantora ou para quem gosta de livros que falem sobre empoderamento feminino. Fica também o convite para uma reflexão sobre se devemos ou não classificar um livro como bom ou ruim antes de lê-lo, e se devemos julgar as pessoas e o trabalho delas segundo os padrões da sociedade machista em que vivemos, ou se devemos ouvir e ler o que ela tem a dizer antes de fazer esse julgamento e de colocar rótulos.

* ACESSE O BLOG PARA VER FOTOS DE DETALHES DA EDIÇÃO.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/10/resenha-livro-sou-dessas-pronta-pro.html
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vinicius.fagundes.93 25/03/2017

Sou Dessas: Pronta Pro Combate é a biografia da cantora e dançarina Valesca, também conhecida como Valesca Popozuda. O livro foi lançado em agosto de 2016 pela Editora Best Seller, e nele, a cantora reflete sobre diversos assuntos, como a sua vida antes da fama, os primórdios de sua carreira no funk, suas participações em programas de televisão, e até em temas mais sérios como racismo, feminismo e estupro.

O livro é dividido em diversas partes, e em cada uma, Valesca fala livremente sobre o que aprendeu ao longo de sua vida e carreira. Conta como começou a trabalhar aos 13 anos de idade para ajudar sua mãe, como conheceu seu empresário e ex-marido, como engravidou e criou seu filho Pablo, entre outras coisas. Fala também sobre o cenário do funk nacional e de como foi criado o grupo Gaiola das Popozudas.

Valesca também passa boa parte do livro falando de suas opiniões sobre o feminismo e a liberação sexual da mulher. A cantora, que já se envolveu em diversas polemicas graças a suas letras cheias de conteúdo explicito, comenta sobre a cultura do estupro e do direito que toda mulher tem de explorar sua sexualidade de forma livre, sem julgamento da sociedade.

Ok, essa resenha vai ser um pouco diferente. Já que se trata de uma biografia, não tem como criticar os personagens, ou o enredo, afinal a intenção do livro é fazer uma retrospecção das experiencias de vida da Valesca. Então, a crítica vai ser basicamente só na escrita do livro, já que é a única coisa em que eu posso realmente opinar. No geral, a escrita do livro é boa. É um pouco informal demais pro meu gosto, mas imagino que essa tenha sido a intenção: passar para o leitor a impressão de que está tendo uma conversa com a Valesca.

Isso é muito legal, mas acaba chamando atenção para o maior problema que eu tive com o livro: a estrutura dele é um pouco bagunçada. O livro passa de um assunto pro outro rápido demais, e acaba atrapalhando a leitura. Eu comentei isso com a Débora quando eu estava lendo, parece que o livro é uma compilação de vários posts de um blog. Individualmente, cada parte é legal, mas juntas, ela são um pouco confusas.

Por outro lado, o livro melhorou muito a imagem que eu tinha da Valesca (que já não era ruim, diga-se de passagem). Eu já curtia as músicas dela, mas não tinha ideia de como a história de vida dela foi difícil. Acho que a galera que não gosta dela devia ler Sou Dessas. Talvez acabe mudando a opinião de alguns deles.

Na primeira parte do livro, Valesca fala de como foi sua infância, sua adolescência e sua carreira no mundo do funk. Ela conta que aos 18 trabalhou como frentista (o que inspirou o clipe de Eu Sou A Diva Que Você Quer Copiar), que engravidou de seu filho Pablo quando trabalhava como modelo, e que foi o seu empresário e ex-marido, Pardal, que a descobriu e a colocou no grupo Gaiola das Popozudas, apesar de que na época, ela não sabia disso.

O livro é uma coleção de histórias de uma pessoa que viveu uma vida cheia de experiencias inusitadas. É bem interessante ler sobre as situações em que Valesca se encontrava nos bastidores da industria do entretenimento, principalmente quando ela fala de outras celebridades, como a atriz Suzana Vieira e da cantora Anitta. Valesca fala até dos problemas que teve com as diversas Mulheres Frutas que estavam em alta anos atrás (Lembra delas? Eu também não).

Nos momentos finais do livro, Valesca fala sinceramente sobre um assunto que sempre esteve em evidencia em suas músicas: sexo. Ela diz que acha que a mulher não deve ter vergonha de explorar sua sexualidade, desde que seja sempre de uma forma segura e consensual. Fala também que não entende porque a sociedade tem tanto medo de ensinar para os adolescentes a forma correta de se fazer sexo com proteção, e que os pais deveriam ser mais abertos com os filhos em relação ao sexo.

No geral, Sou Dessas é uma janela interessante na mente da grande pesadora contemporânea. Pra quem não conhece a história da cantora, e acha que ela é só uma funkeira que canta aquelas músicas cheias de palavrão, acho que vale muito a pena dar uma lida no livro e ver por onde ela passou pra chegar aonde está. Eu, particularmente, ganhei muito respeito por ela.

site: http://laoliphant.com.br/resenhas/resenha-sou-dessas-valesca
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Rodrigo 20/07/2017

Sou Dessas
Um livro fraco, no qual a todo o tempo a autora se perde em opiniões repetitivas e que deveriam ser de uma entrevista. Por outro lado temos um texto seguro e convicto com uma leitura fácil, pois parece um bate papo informal. A biografia fica um tanto desfocada.
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