Kerouac

Kerouac Yves Buin




Resenhas - Kerouac


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@fabio_entre.livros 16/12/2022

Os Kerouacs (1)
Desde 2021 eu tenho me aventurado pela literatura da Geração Beat através de seu maior expoente: Jack Kerouac. A jornada tem sido árdua e tortuosa, mas suficientemente instigante para me incentivar a querer saber mais sobre a vida desse ícone da contracultura americana. Recorri, então, a duas biografias bem distintas para essa tarefa: a de Yves Buin (parte da Série Biografias, da L&PM Pocket) e a de Barry Gifford e Lawrence Lee (da Biblioteca Azul, selo da Editora Globo). Por terem abordagens claramente diferenciadas, ambos os livros cumprem objetivos específicos, mas ainda assim (ou por isso mesmo) eles são complementares, de certa forma.
A obra de Yves Buin segue o caminho convencional de uma biografia e é escrito com muito tato: é didático sem ser maçante, descontraído sem ser tendencioso, e procura ser tão imparcial quanto possível ao lidar com uma figura tão emblemática. Evidentemente, o autor apresenta os fatos da vida de Kerouac em ordem cronológica, mas, além disso, organiza o texto em capítulos temáticos que contextualizam a biografia com o cenário americano da primeira (e parte da segunda) metade do século XX. Assim, desde a genealogia dos Kerouac, a infância e juventude de Jack na pequena cidade de Lowell, a ida para a cidade grande, relações amorosas conturbadas, experiências com literatura, a concepção de On the Road, a veneração mítica a Neal Cassady, a ascensão meteórica à fama e o declínio físico e mental igualmente vertiginosos, tudo isso é explorado em capítulos específicos da obra de Buin.
O livro de Gifford e Lee, por sua vez, vai por uma contramão, como bem destaca Walter Salles (cineasta brasileiro que assina o texto de apresentação e é também responsável pela adaptação de On the Road para o cinema).
Como o subtítulo evidencia, esta é uma biografia oral, composta basicamente por relatos em primeira pessoa de familiares, amigos, conhecidos e outras figuras do cenário beat que conviveram em algum nível com Kerouac. A função dos autores é fornecer um panorama geral da época e organizar os depoimentos em ordem cronológica.
O aspecto mais interessante nesta biografia é a pluralidade de perspectivas dos entrevistados sobre Kerouac e sobre a América dos anos 40 a 70. Esse é um mérito dos autores, que dão voz não apenas às celebridades, como Ginsberg e Burroughs, mas também às pessoas comuns, como Lucien Carr e as esposas de Cassady. Se por um lado isso resulta em alguns depoimentos contraditórios sobre o mesmo acontecimento ou personagem, por outro fornece uma visão multifacetada sobre esses mesmos eventos e seus narradores. A vida como ela é.
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Rennê 09/09/2012

Esta biografia (não li outras biografias do Kerouac) é, dentro do possível, imparcial. Traz a tona, um Jack Kerouac humano, num sentido real e não muito aprazível do termo. Não esconde alguns episódios lamentáveis da vida dele, tampouco alguma opinião claramente repugnante. Faz-nos enxergar esse Jack além de seus personagens idealizados e as vezes utópicos demais.
Recomendável para todos aqueles que são apreciadores da obra desse grande escritor.
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