spoiler visualizarAdiel8 03/01/2024
Tão empolgante quanto assistir uma parede
A primeira vez que eu li esse livro eu tinha lá pelos meus 14 anos e tinha decretado que esse tinha sido um dos livros mais chatos que já tinha lido na minha vida. Tentei dar uma chance novamente, agora com 22 anos, na tentativa de crer que o tempo me faria ter outra visão sobre a história de Mia.
Resultado: ainda é um dos livros mais chatos que já li na vida.
É MUITO arrastado, mas MUITO MESMO. A história basicamente se amarra ao acidente e à decisão da Mia de querer viver ou não enquanto vaga como uma fantasma pelo hospital. Entretanto, ao longo do livro, a Mia vai mesclando com recordações CHATAS de momentos que ela teve com a família dela, amigos e o namorado. Recordações detalhistas demais com coisas que ninguém se importa e que não tem impacto nenhum (a maioria das recordações) na história e nem tem a obrigação de ter mesmo já que são só recordações, mas que no fim das contas não servem de nada além do prazer de despejar no leitor um balde de tédio.
Fora que eu acho que a autora tentou "construir" à força a imagem da personagem. Um exemplo disso é que a cada parágrafo ela precisa reafirmar o quanto a Mia é boa no violoncelo e o quanto adora música clássica.
E também era uma obsessão besta com café à troco de nada. Tinha que mostrar que a Mia e a família eram viciadíssimos em café. Provavelmente uma artimanha da autora pra algum leitor se identificar e dizer: "A Mia é tão eu, ela ama café e eu também."
Outra coisa repetitiva e nada a ver é essa tentativa falha da autora de querer mostrar o quão gostar de música clássica era sofrido pra Mia (???????) pq ela era diferente dos pais rockeiros e durões (????????). Isso no final tem um papel ridículo, mas não muito importante, na decisão dela de ficar ou não.
Outra coisa é a necessidade de ficar detalhando cor de olho os personagens. Chega a ser cômico isso. A autora não dá liberdade de você imaginar o personagem, ela falta te dar o mapa ancestral do personagem pq ela quer que você imagine do jeitinho que ela imagina, até mesmo em personagens que depois desaparecem.
Um exemplo disso é quando apareceu uma enfermeira, daí a Mia falou algo do tipo:
- Aí a enfermeira ruiva e delicada...
(???????) Toda vez que tinha essas descrições de olho e coisas bobas eu marcava no livro e colocava "Obrigado por avisar". Salvou minha vida, Mia.
Um deslize de quem fez a capa do livro que tem imagens do filme é que a capa revala o final da história. Está escrito bem assim: "Fique para amar". kkkk Poxa! Obviamente já deixa subentendido a decisão que a Mia vai tomar. Mas independente da decisão que ela quisesse tomar, no final do livro eu já não estava mais nem aí.
Lembro que tinha gostado menos ainda da continuação (que vou ler ainda neste ano), mas deve ser pq não tem como melhorar mesmo algo tão desinteressante. Prova disso é o filme que também é ruim e nem sequer teve a continuação pq flopou e a continuação provavelmente iria ser top 1 nas salas de cinema de Ratanabá.