Mariana Eleutério 02/08/2020
Bom...
Eu realmente acho que esse livro ficou em uma situação delicada em suceder o primeiro volume da saga Números do Amor. A história é ótima - inovadora até quanto ao que geralmente vemos em romance de época, a protagonista tem uma personalidade forte, teimosa e uma história de vida bem dolorosa (ok que não é das mais carismáticas). Mas o livro anterior parece simplesmente ter captado todo o brilho para si. O que quer dizer é que se eu fosse dar uma dica para quem for ler a saga, começaria por esse. Não é como se houvesse spoilers surpreendentes ou algo assim, só que com o primeiro sendo tão melhor como é? expectativa é uma droga. Mas vamos lá.
Somos apresentados a Isabel, filha mais velha de um conde falido que a deixou sozinha a cargo da propriedade ancestral da família e de seu irmão mais novo há muitos anos. Sem recursos e solitária, Isobel passou a abrigar mulheres em sua casa - mulheres fugindo de pais, irmãos, maridos ou simplesmente mulheres precisando de um lar, desde antigas cortesãs a filhas da aristocracia. Estas por sua vez, ajudam Isabel a manter a propriedade de seu jovem irmão funcionando, já que os funcionários as abandonaram há muitos anos.
A história começa com Isobel, na iminência de mandar seu irmão para Eton e com a casa precisando urgentemente de reparos, decide vender a única coisa valiosa que ainda lhe resta: Suas estátuas gregas. É um golpe de sorte quando ela literalmente tromba com Nicholas St. James, o perito de artes, naquela pequena cidade tão longe de Londres. Só que? Nick, que trabalhou por muitos anos encontrando pessoas para o Departamento de Guerra, está no campo para localizar uma certa senhorita como favor para seu amigo. Uma senhorita que há poucos dias, Isobel prometeu proteger.
Uma boa sinopse, né? Boa o suficiente. Principalmente se eu disser que a casa tem tipo, cerca de vinte mulheres que volta e meia se vestem de mordomos, lacaios, cavalheiros, para afugentar convidados inesperados. Me lembrou muito a atmosfera de Spindle Coven, da Tessa Dare, mesma vibe, só que um pouco mais pesada.
O livro tinha tudo para ser mais do que é, e eu sei que dois parágrafos a cima eu joguei a culpa no primeiro volume, mas nem é tanto, por exemplo, um romance de época sem passagens engraçadas? Em uma casa com vinte mulheres vestidas de homem? Como assim?
No mais, o final é beeem fofo. Muito lindo mesmo. Eu vou deixar para ler o terceiro mais tarde de toda forma, e vamos de volta aos escândalos e os canalhas.