A Bagaceira

A Bagaceira José Américo de Almeida




Resenhas - A bagaceira


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regis49 14/04/2024

Tem seus pontos positivos e negativos, mas Dagoberto um escroto, Valentim um divo, Soledade uma vaca e Lúcio um 🤬 #$%!&
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Otávio Augusto 16/01/2024

Importância grande, qualidade razoável
A bagaceira é considerado o marco do romance regionalista modernista. Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e José Lins do Rego são alguns dos grandes nomes da literatura brasileira que beberam da fonte de José Américo de Almeida. Sendo assim, não posso eu, como um grande apreciador da literatura nordestina, deixar de ler A bagaceira. Entretanto, já deixo bem clara a minha opinião: é um livro cuja importância é maior do que sua qualidade literária.

Inicialmente, a sinopse do livro é atrativa. Um brejo paraibano, chefiado por Dagoberto, homem viúvo e idoso, recebe retirantes sertanejos - Valentim, pai biológico de Soledade, e Pirunga, um irmão de criação de Soledade. A partir daí, o enredo principal do romance se desenvolve na forma de uma tensão amorosa entre Soledade e Lúcio, o filho de Dagoberto, que é um jovem estudioso e ingênuo; Dagoberto, como patriarca eivado de mandonismo, completará o triângulo amoroso do romance. A partir desse relacionamento de Lúcio e Soledade, que desperta olhares de todos os habitantes locais, o autor consegue tecer críticas sociais relevantes, principalmente em relação à pobreza, à falta de dignidade de vida, ao servilismo - quase escravagista - e à fome. Nas palavras de José Américo: "Há uma miséria maior do que morrer de fome num deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã".

Entretanto, o livro falha ao não seguir essa linha narrativa com fidedignidade. O autor não cria um romance de enredo sólido, mas apenas um amontoado de cenas que pouco dialogam entre si. Em um momento acompanhamos os personagens principais. Depois lemos descrições eruditas da natureza local. Posteriormente, críticas sociais em forma de digressões mais longas do que deveriam, de qualidade variável. O romance se torna, então, uma colcha de retalhos.

Ainda assim, A Bagaceira tem seus méritos. Em seus melhores momentos, José Américo faz comentários poéticos em suas descrições da natureza e dos personagens. Além de serem bem líricas, são comentários com palavras ora eruditas, ora regionais; há um glossário ao fim do livro que nos ajuda a compreender os significados das palavras nordestinas utilizadas. Mesmo sendo nordestino, tive que recorrer muitas vezes ao glossário para compreender certas expressões - não é um livro de fácil leitura, de forma alguma. Também há ecos da literatura naturalista em A bagaceira. Em diversos momentos José Américo compõe uma prosa que se aproxima do romance tese e trata seus personagens como meros produtos do meio em que vivem, como humanos reduzidos aos seus instintos animalescos mais primitivos. Destaco o seguinte trecho:

"Mulheres extraordinárias! Filhavam uma e , não raro, duas vezes por ano. Engendravam-se em prazeres fugazes eternidades de sofrimentos. Os apetites com que a natureza capciosa encadeava as gerações deserdadas eram uma série de sacrifícios irresistíveis. Amplexos de corpos moídos. Procriações desastradas. Fábrica de anjos. A fecundidade frustrada pela miséria e pela morbidez geral."

Quem já leu O cortiço reconhecerá a influência da escola naturalista sobre A bagaceira. A meu ver, por ser um recurso aqui posto de maneira pontual, torna-se um ponto positivo que vem a engrandecer o romance, adicionando uma camada a mais de significado - a denúncia social. Percebe-se que José Américo conhecia, de fato, os problemas da Paraíba; não à toa que foi governador do Estado.

Aos amantes da literatura regionalista brasileira, esse livro é leitura obrigatória. Sua influência está em livros que lhe são superiores, em se tratando de estilo e valor literário. Sem A bagaceira, não teríamos obras como O quinze, Vidas Secas e Menino de Engenho. Saio dessa leitura com muita vontade de continuar a desbravar o sertão nordestino na prosa de nossos maiores escritores.
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Maria14000 24/05/2023

O sofrimento de "não ter o que comer na terra de Cannaã"
"E foi a seca que me deu coragem. Porque saber sofrer, moço, isso é que é ter coragem." (p. 33)
Muito bom! O tipo de livro em que a natureza, a cultura, a luta e a miséria humana são as protagonistas, e os homens/as suas atitudes são "levados" por elas. Recomendo. É necessário.
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Gucordeiro 07/05/2023

A Paraíba nas suas belezas e deselegâncias
Uma análise político-social da Paraíba (e consequentemente do Nordeste) no final do século XIX, mas vai bem além disso. O autor usa uma linguagem muito bonita e poética para descrever os personagens, e cria um conflito psicológico entre eles que de fato te prende na história, apesar de servirem como marionetes para sua tese social. A mistura de regionalismos com palavras rebuscadas - e já antiquadas- dificulta um pouco a leitura, e percebi também que o ritmo é um pouco estranho, o que talvez seja em razão de o enredo funcionar mais como exemplo de uma teoria política. Esta teoria, por sinal, é reflexo de uma efervescência de ideologias do começo do século passado (época em que o livro foi escrito), e pode parecer ofensiva para olhos anacrônicos. Ela utiliza de uma tensão entre brejo e sertão para construir uma narrativa paraibana que resulta em bastante utilitarismo e positivismo. Apesar de parecer inadequada para a atualidade, ela ajuda entender a história nordestina, porque, afinal de contas, José Américo foi governador da Paraíba. E, independentemente de qualquer coisa, também vale dizer que impressiona a sensibilidade apresentada por um político, já que o livro é poético e profundo durante toda sua extensão. Dificilmente se consiga pensar num político atual que tenha essa mesma habilidade. Anotei diversas passagens interessantes que analisam a natureza humana, ainda que não concorde com as conclusões finais tiradas delas. Enfim, o livro vale muito a leitura.
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gfranco 07/04/2023

RESENHA
Peguei esse livro na escola atoa mesmo,sabia que nao era o tipo de livro que eu leio. Entao eu nao gostei muito
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Daniel.Malaquias 11/03/2023

A seca como protagonista
Creio que de todos os personagens de A Bagaceira, o sertão seja o grande protagonista da história. Sertão esse que é narrado de forma seca, violenta, porém também bela e cheia de matizes poéticas e políticas. O rol de personagens se debruça sobre o clima árido do sertão nordestino, em particular o paraibano e nos convida a uma história sobre amor, amizade, falatórios, inveja, poder e diversos outros sentimentos que fazem parte da vida humana, desde tempos mais remotos. A Bagaceira é um romance árido, espinhoso, todavia crítico e denunciador da miséria humana.
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Helena 23/05/2022

Que coisa linda! ??
O livro que estava guardado na estante por 2 anos por achar que seria ruim e que agora eu posso dizer: FIQUEI TOTALMENTE ARREPENDIDA POR ISSO!

A obra é linda, mas beeeem difícil!
Tem muitas frases que tocam de uma maneira grandiosa e nos faz refletir sobre a vida ?

É passado no sertão num tempo de Sega onde retirantes vem somente para colheita e no tempo de chuva vão embora.

Mas algo acontece que faz a história mudar de rumo e o filho do engenho se apaixonar pela prima...

Leiam!
É perfeito ??
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Clara2471 23/02/2022

Eu tentei mas não foi uma leitura q me agradou por completo..pra mim a história tem alguns furos, buracos..e os protagonistas não me cativaram..
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Alberto 26/12/2021

Faroeste num engenho de cana da Paraíba no início do século 20.
Tem seus méritos, é claro, mas me pareceu um tanto irregular, e com alguns furos no enredo. De todo modo, é uma descrição muito interessante do cotidiano num engenho de cana na Paraíba a cento e poucos anos atrás. Mostra um conflito entre dois modos de vida e de pensamento, o dos sertanejos e o dos "brejeiros". O autor retrata os sertanejos como grandes e sem defeitos, tomando o partido deles. Há um grande esforço em utilizar o cenário e a natureza como ferramentas simbólicas dos estados emocionais e significados dos personagens. Vale pelo interesse histórico, tanto da história do país quanto de uma certa fase de busca de uma literatura tipicamente nacional.
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Ana 24/10/2021

Árido
A Bagaceira, inicialmente lançado em 1928, nas palavras de Guimarães Rosa, abriu caminho para o moderno romance brasileiro. Não nego seu imenso valor histórico e literário mas... nem tudo é perfeito, o livro não me agradou de todo. O casal da trama, Lúcio e Soledade, não me cativou por um motivo: o autor tenta a todo custo nos fazer ver Soledade como uma figura idealizada, quase uma heroína romântica, mas para mim, ela não passa de uma sonsa. O tempo todo se oferecendo pro Lúcio, fazendo charme, argh, um nojo.
Dei graças a Deus quando a história terminou.
Mas outras coisas foram bastante marcantes para mim no enredo:
A tristeza imensa que senti quando li sobre a vida de todo ser vivente arruinada pela seca, pela fome, pela miséria. Um horror sem fim, uma das piores coisas que podem acontecer a um ser humano, isso de ir secando e morrendo de fome aos poucos, ao relento, enquanto o sol impiedoso
chamusca sua pele.
Fico pálida apenas quando imagino o horror daquele povo sofrido!
José Américo usou aqui uma escrita que lembra um pouco a do próprio Guimarães Rosa, e vemos assim que A Bagaceira teve ter servido de inspiração para o autor de Grande Sertão: Veredas, e para outros grandes autores da nossa chamada geração de 30.
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Marquim 24/09/2021

LB - A bagaceira
Eu não gostei muito do livro como um todo...
Achei a escrita um tanto quanto estranha. Não consegui me ?apegar? nem à história nem a nenhum dos personagens.
E, quando leio esse tipo de obra que dizem ser importante para a literatura brasileira e a avalio com uma nota tão baixa, fico mal e me acho o cara mais estranho do mundo...
Enfim, é isso...
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José Cláudio 25/06/2021

Romance que marca o início da chamada ?geração de 30?, pautada por romances de denúncia social. O enredo é muito bom, mas a linguagem é bastante rebuscada, prefiro um Graciliano ou um José Lins do Rego fazendo esse tipo de romances, mas tem seus méritos!
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FRAN329 18/04/2021

A Bagaceira
Livro maravilhoso, narrativa bem construída, personagens cativantes... A Bagaceira, de José Américo de Almeida faz parte da nossa literatura brasileira e é com muito orgulho e prazer que compartilho mais uma vez minha experiência de leitura. Fui cativado pela capa, pelos personagens e pela história de vida do autor, um paraibano inteligentíssimo natural da cidade de Areia, Paraíba.

Super recomendo as obras regionais.

Muito bom!
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