Henrique Fendrich 04/09/2019
Crônicas límpidas de Cláudia Laitano
Logo na capa, Luis Fernando Verissimo destaca o texto límpido de Cláudia Laitano, editora de cultura do Zero Hora. De fato, sua linguagem é bastante clara e flui naturalmente. Em seu primeiro livro de crônicas, “Agora eu era” (Record, 2008), Cláudia escreve com simplicidade sobre assuntos cotidianos e mundanos, eventualmente lembrando o estilo que consagrou Martha Medeiros, gaúcha como ela.
São crônicas cujo argumento nasce de um livro, de um filme ou uma música e que então segue para uma aplicação cotidiana. Uma boa parte das reflexões promovidas por Cláudia estão relacionadas à passagem do tempo, às mudanças e tendências de comportamento ao longo das gerações, os dilemas e angústias de cada idade e as sugestões de como será o futuro (interessa particularmente a ela o tema do legado).
A cronista escreve com seriedade e não se omite diante de temas espinhosos, embora não haja nada de revolucionário a ser defendido, além de emitir opiniões que podem não ser a da maioria dos leitores (Cláudia não gosta de futebol e carnaval, por exemplo, e também desistiu de dirigir). Mas faz isso de maneira leve, embora aqui e ali tenha um certo ar ligeiramente professoral.
Certamente é uma cronista que pode ser bastante popular quando for conhecida fora do Rio Grande do Sul.
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