livrosepixels 22/11/2023Ninguém começa do zero, sempre levamos algo com a genteLEGADO era um dos livros mais esperados por mim para ser lido, mas a constante não disponibilidade nas lojas fez com que eu adiasse a leitura, até poder fazê-la diretamente no Kindle. Foram mais ou menos 8 dias de leitura, e olha, devo dizer, que sem dúvida a saga Silo entrou para as minhas trilogias favoritas da vida. Legado é tão bom quando o primeiro, e muito melhor que o segundo, apesar de derrapar em algumas pequenas coisas.
Legado inicia exatamente do ponto onde o primeiro e o segundo livro terminaram, ou seja, a história é continua, sem saltos temporais. Mas confesso que de começo fiquei um pouco perdido, pois não lembrava muito bem do final do segundo livro, que não gostei tanto, apesar de ele ser bastante importante para compreender a série como um todo.
Mas logo encontrei o ritmo e fui avançando freneticamente na leitura. Juliette continua sendo uma protagonista feminina forte, inteligente e astuta. Hugh Howei acertou muito com a personagem, coisa que nem todos os autores homens conseguem fazer ao escreverem personagens mulheres em suas histórias.
A trama traz um senso de urgência em resolver as pontas soltas dos livros anteriores, mas sem se afobar. Dá uma desacelerada quando precisa, agiliza quando é pra ser. Temos mais profundidade de personagens, nos apegamos a eles, sentimos suas perdas, nos revoltamos quando eles estão revoltos também.
Mas.. o final achei um pouco sem ousadia. Não é ruim, mas também não é tão impactante pela jornada toda. Achei que as últimas páginas acabaram atropelando algumas coisas, que em uma ou duas páginas a mais poderiam resolver, como por exemplo, a questão envolvendo os demais silos, se vão buscar por mais silos ativos, se há realmente outros silos ativos ainda, etc.
Thruman também é um personagem que acabou sendo meio deixado de lado, toda a sua questão vilanesca foi encaixotada para dar espaço ao protagonismo dos irmãos Donald e Charlotte. Inclusive, essa dupla do Silo 1 funciona muito bem. Mesmo assim, senti que as coisas pareceram um pouco fácil, e que sendo o Silo 1 mais tecnológico e sendo a base de comando, muita coisa aconteceu deliberadamente e fácil demais.
Mas, deixando estes detalhes de lado, sem dúvida vou lembrar de Juliette por muito tempo, e desejo encontrar novos livros distópicos que me façam sentir esse calor e entusiasmo tão grande que Silo, desde o primeiro livro, conseguiu me despertar.
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