Rafael.Giuliano 13/10/2015Histórias didáticas...Sobre as "consolações", preciso fazer uma confissão que, afirmo desde de já, é mais do que uma simples "crítica", trata-se de um convite...
Nessa obra, senti falta do filósofo Botton e sua perspicácia em propor uma visão própria, crítica e reflexiva sobre as proposições de pensadores clássicos e contemporâneos. O texto traz uma narrativa suave e dinâmica, como já é de costume, sua marca registrada, porém, remetendo muito mais à ideia de fundamentação, quase uma revisão bibliográfica orientada às consolações que se pretendia abordar. Daí o convite: LEIA-O, MAS O FAÇA COM UMA VISÃO CRÍTICA E PRAGMÁTICA!
Por "crítica", proponho que se vá para além da ideia de gostei ou não gostei. É preciso ler cada entrelinha, o contexto história, o cenário de cada pensador, relativizando alguns valores, a fim de conseguir transcender uma visão temporal das proposições, conseguindo traze-las para uma prática. E é nesse ponto que se faz necessária uma visão pragmática.
O livro se distancia do conceito simplista de autoajuda, estabelecendo, em verdade, um desafio para o leitor: transformar as reflexões dos pensadores em ações práticas, a fim de que a prática se transforme em ambiente de reflexão e aprendizagem.
Cada proposta de consolação traz os pensamentos de um ou mais filósofos, porém, impregnados por seus valores temporais, o que torna imprescindível um exercício de consciência e ressignificação.
As histórias compartilhadas são didáticas, servindo ao propósito de introduzir novos leitores da filosofia aos pensadores que contribuíram com os fundamentos de nossa reflexão atual, o que reforça, mais uma vez, o papel de Botton como disseminador da prática filosófica.
Este é um livro para ser lido e debatido em rodas de amigos, como proporia Epícuro, e ansiou Nietzsche, a fim de que a aprendizagem se consolide através do próprio exercício filosófico, não pela mera "absorção"!
Simples e instigante, para todo aquele que aceitar o convite/desafio de ser crítico e pragmático!