kleberaugusto 16/07/2017
É OK, mas...
A obra é dos anos 80, e talvez por isso ela tenha ficado tão datada... Além disso, já tive outras obras 'cyberpunks' para comparar - Matriz, Neuromancer, Friday, Blade Runner - algo melhores ou iguais à essa. Posto isso...
Ghost in the Shell é monumental, e nasceu pra ser assim. Volumosa, detalhada, lotada de referências científicas reais, demonstra o quanto o autor se dedicou e pesquisou para fazê-la. A versão encadernada é realmente como aqueles DVDs com os comentários do diretor ou dos produtores (li isso em uma resenha aqui mesmo), e serve para ir ambientando ou explicando as cenas.
Mas tem a história, e ela - apesar de muito legal e futurista - não amarra bem as pontas, não se aprofunda nada nos personagens secundários (e muito pouco nos personagens principais), não liga um capítulo ao outro... Neste ponto sobrou um desenhista e faltou um roteirista de talento.
Li a obra depois e assistir à animação e ao filme, baseados neste, mas isso não mudou nada, pois a 'liberdade criativa' aproveitou apenas os elementos principais, e descartou - ou melhor, readaptou - todo o resto.
A história da Sargento Motoko merece ser lida, para aumentar nossa filosofia e imaginação sobre um futuro cheio de androides e robôs, mas toda a cena em volta do assunto me parece, agora, exagerada e midiática.
É como a Muralha da China: é gigante, você fica se imaginando quanto esforço aquilo custou, quanto sacrifício foi necessário, mas não sabe bem para que serve...
Boa leitura!