Não tive nenhum prazer em conhecê-los

Não tive nenhum prazer em conhecê-los Evandro Affonso Ferreira




Resenhas -


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Flávio 06/11/2023

Monólogo em fragmentos de melancolia, desespero e saudade crua(dela, aquela) de um escritor à beira do fim.
comentários(0)comente



Luna 28/06/2020

Um dos meus preferidos
Gosto de escolher livros aleatórios, sobre os quais nunca ouvi falar. Sabe aquele ditado "nunca escolha o livro pela capa"?! Bullshit! Faço sempre! De vez em quando colho decepções, noutras dou sorte mesmo. Foi sorte grande com esse. Confesso que foi o título que me chamou a atenção... Alerto que, ainda assim, ele não faria o gosto de 100% dos leitores.
Por que? São notas de um personagem - um escritor de 90 anos. Imaginem vocês! Não falta reclamação, saudade, ironia, melancolia, morte... Não é a narração de uma história, é uma porção de pequenos desabafos de um idoso entediado que usa a escrita para permanecer são.

É uma leitura rápida, daquelas que você pode abrir em qualquer página e ler um dos trechos - como uma série de tv que você pode assistir a qualquer episódio.
Vejo que é um estilo cada vez mais recorrente nessa nossa vida de não ter saco/tempo para leituras extensas. Taí a Rupi Kaur sucesso total que não me deixa mentir.
No final, super me identifiquei com o personagem. Uma rezadeira uma vez me falou que minha alma é velha... Mas isso explicaria a dor prematura na coluna também?!

Trecho tesourinho: "Tagarelices dos proprietários da verdade, estas sim, incomodam mais aos meus ouvidos do que altivas, objetivas britadeiras no asfalto."
comentários(0)comente



Rodrigo de Lorenzi 07/06/2019

Romance-poema
Bem, o Evandro Affonso Ferreira é um autor conceituadíssimo, vencedor de APCA e Jabuti. Portando, é meio que "alta literatura", né? Não gosto muito dessa denominação, mas enfim. "Não tive nenhum prazer em conhecê-lo" é um romance, mas parece uma coletânea de frases, poemas e reflexões sobre a vida, a velhice e tudo o que há no meio. O autor é mestre em brincar com as palavras e em explorar nosso idioma de todas as formas. São frases nada comuns, então tudo soa original, até desafiador. Foi uma experiência gratificante. Em alguns momentos, porém, algo me soava pretensioso demais. De qualquer forma, são ótimas reflexões sobre esse mistério que é envelhecer, sem jamais cair no senso comum.

"Nasci propenso melancolizar-me tempo todo - sim: este estado mórbido que ainda se perpetua. Melancolia vida inteira me disciplinando com insensatez do desconsolo. Impossível rechaçar, aos noventa, tal sentimento, tão íntimo e duradouro. Acostumei-me ao irremediável que hoje dispensa perplexidez. Sei que melancolia (e seus fulgores incontroláveis) me espreita atrás de minhas próprias palavras.. Há temos meus entusiamos vem passando por um processo lento, gradual, de emurchecimento - escorregadio também, sim, entusiasmo sempre arredou-se dele, meu caminho."
comentários(0)comente



@retratodaleitora 15/11/2016

Melancolia

Não Tive Nenhum Prazer em Conhecê-los já desperta curiosidade só com o título exótico, e foi por conta do curioso título que me rendi a essa leitura, sem saber nada além do que revela a pequena sinopse. Não tive grandes surpresas, nem arrependimento. Apesar de a leitura ter se arrastado um pouco, a experiência foi, sem sombra de dúvidas, peculiar; e também muito válida.

Neste livro acompanhamos as reflexões mais desconcertantes de um homem solitário de 90 anos, que tem por única companhia as palavras que reúne em textos. Depois que perdeu sua amada (aquela que voltará jamais), ele passa seus dias hora vagando pela metrópole apressurada (SP), hora mergulhado nas palavras que tanto ama, escrevendo.

O que ele aprendeu com 90 anos de vida? O que se tem para aprender agora que resta pouco tempo? A que se agarra tão veemente o fio de sua vida? Amigos que partiram; intensa solidão; melancolia...

Melancolia está tão presente neste livro quanto o próprio personagem. São vários os trechos dedicados a esse estado de tristeza e abatimento profundos.

"Nasci propenso melancolizar-me tempo todo - sim: este estado mórbido que ainda se perpetua. Melancolia vida inteira me disciplinando com insensatez do desconsolo. Impossível rechaçar agora, aos noventa, tal sentimento tão íntimo e duradouro. (...) Sei que melancolia (e seus fulgores incontroláveis) me espreita atrás de minhas próprias palavras."

São textos desgarrados, sem qualquer ligação entre um e outro. São peças de um quebra-cabeça que é a velhice; e com ela vem a falta de perspectiva, a gritante falta de interesses, a falta dos que se foram... A falta.

Resenha completa no blog

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/2016/11/nao-tive-nenhum-prazer-em-conhece-los.html#more
comentários(0)comente



Valnikson 06/11/2016

1001 Livros Brasileiros Para Ler Antes de Morrer: Não Tive Nenhum Prazer Em Conhecê-los
O escritor Evandro Affonso Ferreira é figura notável da cena contemporânea de nossas letras. Tendo trabalhado por muitos anos como redator publicitário, começou a exercitar efetivamente a arte literária quando abriu um sebo em São Paulo, pondo à venda o seu enorme acervo pessoal. A prosa inteligente e hermética deste mineiro continua agradando aos leitores e sendo reconhecida pela crítica em diversas premiações, como o famigerado Prêmio Jabuti. Seu romance 'Não Tive Nenhum Prazer Em Conhecê-los' utiliza uma estrutura em mosaico para explorar o desencanto e a melancolia ante a proximidade da morte. (Leia mais no link)

site: https://1001livrosbrasileirosparalerantesdemorrer.wordpress.com/2016/11/06/77-nao-tive-nenhum-prazer-em-conhece-los/
comentários(0)comente



Elidiane 04/11/2016

Não Tive nenhum prazer em conhecê-los
O livro possui uma narrativa em mosaico, com pequenos fragmentos poéticos, onde o personagem/narrador é um homem de 90 anos, que vive em São Paulo, e usa a escrita para lidar com a velhice e desesperança.
Entre passeios pela “metrópole apressurada”, reflexões, e lembranças da infância e juventude, o personagem escreve, numa tentativa de publicar seu primeiro livro. Ele fala sobre a decrepitude, solidão, melancolia, e a saudade da amada “aquela que não voltará jamais”, como ele a chama.
O livro tem uma linguagem poética, e um texto bem elaborado, característica marcante do autor. Traz citações de diversos autores, desde os gregos antigos a Schopenhauer. O texto é repleto de palavras que não são usuais no vocabulário informal, mas que dão o tom da narrativa. Outro recurso utilizado pelo autor é a eliminação dos artigos definidos, dando ritmo à leitura.
Por se tratar de uma narrativa feita por fragmentos, o livro não possui um “ponto alto” da história, nem possui uma ordem cronológica dos fatos narrados. Seguimos o tempo inteiro na cabeça do narrador, somos levados pelas suas memórias, idéias, divagações e sentimentos. Adorei a leitura, e as reflexões causadas pelo livro,(mesmo que alguns momentos se tornem cansativas) talvez o leitor acostumado com uma romance com grandes acontecimentos, e reviravoltas não se atraia, mas ainda sim, vale uma chance.

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2016/11/resenha-223-nao-tive-nenhum-prazer-em.html
comentários(0)comente



7 encontrados | exibindo 1 a 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR