O homem sem doença

O homem sem doença Arnon Grunberg




Resenhas - O homem sem doença


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Leila 29/10/2023

O Homem Sem Doença é uma obra intrigante e provocadora do autor holandês Arnon Grunberg. Minha experiência de leitura com esse livro foi, sem dúvida, algo fora da minha zona de conforto, mas, ao mesmo tempo, extremamente recompensadora. O autor nos presenteia com uma narrativa que desafia as convenções e nos leva a refletir sobre a natureza humana de maneira profunda.

Uma das primeiras coisas que me chamou a atenção foi a complexidade do personagem principal. O protagonista, que é tudo menos simpático, não é alguém com quem o leitor facilmente se identifica ou simpatiza. No entanto, ao longo da leitura, percebi que essa falta de empatia era, na verdade, uma parte crucial da proposta do autor. Grunberg usa esse personagem para explorar uma série de críticas sociais e psicológicas, desafiando o leitor a questionar o tempo todo a questão da identidade.

A escrita de Grunberg é afiada e direta, muitas vezes desconcertante, o que contribui para a sensação de desconforto inicial ao mergulhar na história. No entanto, à medida que avancei na narrativa, comecei a compreender a maestria do autor em construir uma trama que exige um engajamento ativo do leitor. Ele nos faz questionar as normas sociais, a moralidade e até mesmo a natureza dos nossos sentimentos, mesmo os mais banais.

Sei que algumas camadas da obra passaram por mim sem serem absorvidas, como toda a questão Kafkiana que ela apresenta e sua forte conexão com a obra O processo, visto que eu ainda não tive contato com ela. Mas de qualquer forma, o livro se sustenta sozinho e mesmo sem pescar essas referências dá pra entender toda a crítica por trás dele.

Enfim, gostei e estou ansiosa para ler a obra-prima do autor, Tirza, e explorar mais profundamente o mundo literário de Grunberg. Se "O Homem Sem Doença" é uma indicação, posso esperar uma leitura de repente ainda mais desafiadora em Tirza.
André Vedder 29/10/2023minha estante
Tive a felicidade de ler "Tirza" e recomendo muito.


Leila 29/10/2023minha estante
estou curiosíssima para lê-lo




Paulo Sousa 31/10/2021

Leitura 27/2021

O homem sem doença [2012]
Orig. De man zonder ziekte
Arnon Grunberg (Amsterdã, 1971)
Rádio Londres, 2016, 240p
Trad. Mariângela Guimarães
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?A verdade pode ser mal interpretada. Existem pessoas que lidam exclusivamente com a interpretação desfavorável da verdade e, para essas pessoas, é preciso mentir? (pag. 191).
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Samarendra Ambani é um arquiteto suíço filho de pais indianos. Quando seu pai morre, ele acaba se tornando o ?patter famílias?, se tornando responsável por cuidar de sua mãe e da irmã deficiente. Namora Nina, com quem tem planos de constituir uma família em breve.
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Buscando ampliar os negócios do escritório que divide com seu sócio Dave, Sam participa de um concurso que visa a construção de um teatro de ópera em Bagdá, o qual acaba sendo um dos finalistas. Chegando à capital iraquiana, se vê enredado não na fase final do concurso, mas num conluio político exacerbado pela morte de um importante líder local por parte de uma facção terrorista.
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Este é o ponto de partida deste livro impecável, obra do escritor holandês Arnon Grunberg. Quem leu ?Tirza?, de 2017, certamente lembrará da escrita psicológica, cáustica, direta e sem rodeios que eternizou o personagem Jurgüen Hofmeester como um dos mais fascinantes da literatura contemporânea.
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De maneira semelhante, ?O homem sem doença? procura explorar temas sensíveis ? e por vezes intragáveis ? como a luta contra o terrorismo, a crise identitária e a ?doença? ocidental que, unidos na trama, retrataram um ambiente hostil, permeado pelo medo, pela violência, pela intolerância religiosa e pela espionagem.
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Sam acredita estar imune a essa doença moderna e, na trágica trajetória que o leva ao seio do terrorismo e do fundamentalismo religioso, o livro parece flertar com o absurdo e o incongruente. Ter recentemente lido ?O castelo?, de Kafka, me fez fazer diversas inferências entre os dois livros maravilhosos, sobretudo pela dose cavalar de insuficiência de explicações de como, a depender do ponto de vista, uma verdade pode ser a chave para um fim trágico ou para camadas de fumaça que impedem a visão do todo.
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Arnon Grunberg é um autor que certamente se estabelecerá como um dos grandes nomes da literatura, assim como outro escritor, conterrâneo seu, Cees Noteboom, outro de meus autores preferidos e autor do ótimo ?Dia de finados?, que recomendo a leitura vivamente. Pena, uma grande pena que os escritores holandeses sejam tão pouco difundidos por aqui. Paciência.
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Amanda Nachard 24/09/2021

Vale a leitura, mas não me prendeu tanto quanto Tirza
Quando li Tirza, a escrita do Grunberg me conquistou pelas frases curtas, objetivas, mas impregnadas de sentido e marcadas pelo seu humor irônico. Esse estilo se repete em O homem sem doença, livro de vocabulário simples e preciso, sabendo provocar no leitor um misto de sentimentos.

Acho interessante o contraponto com Tirza, porque lá temos a história de um homem de meia idade obcecado, controlador, socialmente inapto e que abidicou de todas as suas ambições - um homem doente. Já aqui, Samarendra Ambani é todo o oposto: um jovem ambicioso pela profissão, mas que cede a toda e qualquer pressão externa pelas boas aparências e manutenção dos laços sociais. Que vive sua vida para a mãe, irmã, namorada (de quem nem sabe se gosta) - um homem perfeito, um suíço (como diz o autor), sem doenças. De todo modo, dois personagens extremamente problemáticos. Após a leitura, fico ainda mais convencida de que o que Grunberg quer mesmo é que a gente deteste os personagens dele.

Como Tirza, O homem sem doença é um livro feito pra chocar o leitor, deixando mais uma vez, o sentimento de angústia frente à impotência do personagem principal. Impotência quanto aos acontecimentos incontroláveis mas também quanto à sua vida.

O que eu achei estranho é foi o acontecimento se repetir quase da mesma forma, embora provavelmente isso também seja uma crítica à sociedade ocidental.
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Isabel 22/06/2021

Gostei do ritmo acelerado do livro e como a situação do personagem piora à medida que avançamos na leitura. Nos momentos tensos, conseguimos sentir a confusão do personagem sobre sua própria situação e falta de sorte. Lembrei do Processo de Kafka e recomendo a leitura.
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Manfred 26/02/2021

Fortes emoções
Pesado, brutalmente sarcástico, quase uma paródia geopolítica kafkiana ( dá pra fazer uma conexão também com a série Homeland). Não foram poucos os momentos que eu me peguei roendo as unhas, aflito e quase gritando pro protagonista "sai daí cara que vc vai se fuder". Leitura rápida ( apenas 230 pags), mas cheia de fortes emoções
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Marina.Castro.F 12/12/2020

A doença do Ocidente
O homem sem doença é, na verdade, uma crítica à doença do ocidente. Um livro que impressiona e choca, de uma maneira leve. Uma linguagem fluida que me prendeu à história até alcançar seu desfecho.
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Roberto Prado 11/11/2020

Tragicômico
Difícil descobrir o que vem primeiro, o azar ou capacidade de estar no lugar errado e na hora errada! Excelente livro! O cúmulo da trágica vida de Sam! Engraçado e emocionante, te prende o tempo todo na expectativa! Excelente pra curar ressaca literária!!!
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Melaine 10/09/2020

Surpreendente!
Esse livro trás de forma brilhante a História do arquiteto Sam,rumo a Bagdá surge um a acontecimento que transforma sua vida,aos poucos o véu que encobre esse personagem cai,e o que nos aguarda do outro lado da porta é aterrador.
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marcioenrique 16/05/2020

o livro começa bem, te prende, consegue desenvolver o personagem principal e te prender na trama.
tem uma primeira parte muito boa, mas do meio pro fim tem-se a impressão de que o autor se perde na história e tenta encerrá-la com uma certa pressa.
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Jess 05/05/2020

Samarendra Ambani é um jovem arquiteto, com origem indiana, mas nascido e criado na Suíça. Após a morte do pai ele se vê responsável pela mãe e sua irmã deficiente .

Um concurso para construção de um teatro de ópera o leva a Bagdá, um território não muito amistoso, mas Samarendra está confiante nesse projeto que é ambicioso e ousado para o momento e a localização. .

Em um cenário diferente e esperando respostas do responsável pela proposta, Sam se encontra em um terrível mal entendido: ele é preso e torturado, acusado de ser espião .

O livro é dividido em duas partes, no começo já embarcamos com Sam nessa etapa de um novo projeto e aos poucos vamos conhecendo suas ideias e objetivos .

Na segunda parte encontramos um Sam pós Bagdá. Apesar de ser uma narrativa direta e não muito aprofundada em diversos detalhes, achei interessante ver o reflexo de tudo que ele passou; quem é Sam agora, como algo assim muda um homem e até levantar hipóteses sobre suas atitudes .

Sem perder o foco no seu trabalho, Sam possui um novo projeto: uma imensa biblioteca em Dubai. Mas sua estadia no emirado possui o mesmo final: Sam é novamente preso acusado de ser espião .

A narrativa não se aprofunda pelos cenários em que passa, mas foca nesse infeliz excesso de azar do personagem. E ao final nos fica a questão se Sam realmente é um cara que por ambição em sua carreira esteve em lugares errados na hora errada ou duas vezes é demais pra um erro assim e talvez ele escondeu algo que enganou seus amigos, família e o leitor.. .

O livro é curto, com uma história interessante e entregue de forma rápida e sem rodeios. Sam é um personagem que não me despertou empatia, mas me deixou intrigada lendo sua infeliz trajetória .

Foi uma leitura totalmente fora do que costumo ler e em diversos momentos me vi conversando com o livro, o que resultou em uma experiência incrível!

“A guerra destruía as pessoas e suas casas. Arquitetos construíam casas, e estão para a guerra como o médico está para a morte.”

site: www.instagram.com/saymybook
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Renata 12/04/2020

Não sei o que me intriga mais: o romance ou suas resenhas... O romance diz uma coisa; as resenhas nos faz pensar outra.
Quase como se eu tivesse que reler o livro para tentar desenterrar algo que deixei escapar nas entre-linhas. No final fica a reflexão: sou tão ingênua assim? Rs
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Erika 04/04/2020

Sam um idealista ingênuo. O querer acreditar no poder da transformação em um mundo no qual as regras não são equivalentes e homogêneas!
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Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

O homem sem doença, Arnon Grunberg - Nota 8,5/10
Conheci a escrita de Grunberg em 2017, com Tirza, e a obra acabou sendo uma das 5 melhores leituras do ano. E, assim como em Tirza, nessa obra o autor mantém a sua habilidade de criar uma história perturbadora, com uma mistura de suspense e humor negro. Em O homem sem doença, o leitor se depara com a história de Samarandra Ambani, um suíço, de origem indiana, que trabalha em um promissor escritório de arquitetura. Sam é construído para se encaixar no estereótipo do homem suíço: um indivíduo perfeccionista, cheio de manias, com obsessão por limpeza e pelo trabalho. Ao ser convidado a apresentar um projeto de uma obra em Badgá, Iraque, o protagonista dá início a uma onda de tragédias em sua vida. Logo quando chega em Bagdá, Sam é acusado de ser um espião e é submetido à intensa tortura. Não vou contar mais para não dar spoiler, mas as coisas conseguem piorar… É impressionante a capacidade que o autor possui em prender o leitor, que nunca consegue prever quais serão os próximos acontecimentos. Também gostei bastante da forma com que a personalidade de Sam é afetada pelos traumas vividos e como Grubenrg utiliza a narrativa para fazer certas críticas à visão ocidental do que é ser "normal". A primeira parte do livro foi sensacional, mas achei que Grunberg se perdeu um pouco na segunda parte e quis terminar o livro com certa pressa. Mas mesmo assim gostei muito da obra e recomendo para quem está com vontade de ler um romance perturbador, trágico, e ao mesmo tempo, cômico. Mais uma excelente publicação da @radiolondres, com uma capa muito interessante? Alguma previsão de novos livros do autor?

site: https://www.instagram.com/book.ster
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